A "cédula" com o voto pela paz. As hipóteses Constituinte e "Congressinho"
O
debate sobre a hipótese do “Congressinho” ou a Comissão
legislativa especial e mista que assumiria o assunto da implementação
dos consensos da Mesa de diálogos de paz de Havana, apresentada pelo
Presidente Santos, seu ministro do Interior e seus porta-vozes
políticos da U, não é mais que o reflexo dos avanços do trabalho
dos delegados plenipotenciários no marco da nova metodologia
acordada recentemente para acelerar as conversações entre o Estado
e as Farc.
Simultaneamente
com os desenvolvimentos referidos ao “fim do conflito” [verdade,
justiça, cessar bilateral, segurança, liberdade de presos
políticos, reforma do Estado e democratização da mídia], se dão
os vinculados com a implementação, verificação e referenda de
todos os pontos acordados que contempla os mecanismos de
implementação e verificação; o sistema de implementação, dando
especial atenção às regiões; comissões de seguimento e
verificação; mecanismos de resolução de diferenças que terão
capacidade e poder de execução e estarão confirmadas por
representante das partes e da sociedade conforme o caso;
acompanhamento internacional; cronograma; orçamento; ferramenta de
difusão e comunicação; e mecanismo de referenda dos acordos.
Sobre
a referenda das coincidências gerais, a delegação da resistência
campesina e popular apresentou com clareza e coerência a necessidade
de convocar uma Constituinte pela paz que se encarregaria de dar vida
e forma às novas realidades políticas que surjam com o fim do
conflito. Nesse sentido, surgiu um importante sujeito que por todo o
país desenvolve ações, plenárias e encontros promovendo a
inserção da multidão nas mudanças mais profundas do Estado e na
sociedade nos termos das reformas pactuadas e por pactuar-se nas
negociações de paz.
A
ideia postulada, em alguma medida, se pode vislumbrar na iniciativa
presidencial do “Congressinho”, colocada para enriquecer o debate
democrático, é que o processo de paz amplie sua legitimidade com
outros referentes conceituais e teóricos que revigorem o frágil
imaginário popular, intoxicado pela pararetórica da ultra direita
uribista e pelos meios de comunicação, que lhe são afins pelas
coincidências na defesa encarniçada do velho estabelecimento
oligárquico.
Porém,
se requer fatos mais concretos. Aterrissados. Politizar a sociedade
civil com o tema da paz exige gerar cenários de experiência que
transformem a consciência da multidão.
Como
queira que toda a sociedade e o Estado estão empatados, na
conjuntura, à agitação e ao debate da eleição das autoridades
locais e regionais, o que deve ocorrer no próximo 25 de outubro, se
propôs por várias agências sociais e políticas a ideia de
mobilizar a cidadania com uma “cédula” ou voto pela paz, como um
ato simbólico, que recolha o apoio majoritário dos colombianos ao
fim do conflito interno, que nos atuais momentos vive uma especial
circunstância pela vigência absoluta da desescalada e da trégua
bilateral, depois que as Farc ordenaram a suspensão das hostilidades
desde o passado 20 de julho, e o Presidente Santos, seu ministro de
Defesa e o Comandante do Exército, General Alberto José Mejía,
procederam reciprocamente no mesmo sentido.
Uma
abundante cédula pela paz nas urnas em 25 de outubro será uma
contundente mensagem aos inimigos da mesma, representados pela ultra
direita uribista, seu Centro Democrático e certos militares e
paracolunistas anticomunistas, que ainda continuem filtrando
informação e absurdas ideias ao cavaleiro do Uberrimo, para que
prossiga em suas tarefas de sabotagem ao processo de paz.
Milhões
de votos pela paz em municípios e estados acelerarão a agonia da
ultra direita fascista e ampliarão a imaginação e inteligência
coletiva para determinar a rota a seguir nos próximos meses, que, em
minha opinião pessoal, deve conduzir à convocatória de uma
histórica Assembleia Constituinte encarregada de construir a Nova
Colômbia sem guerra.
Vamos
tod@s a votar a “cédula” pela paz e contra a guerra.
Nota
1. A União Patriótica, heroica e martirizada expressão política
da resistência campesina e revolucionária, renasce e marca presença
na vida pública. Tem suas listas e candidatos para as eleições
locais. Muitos líderes se postularam para ser conselheiros,
vereadores, prefeitos, deputados e governadores. Há nomes muito
queridos, todos o são certamente; destaco a Ainda Avella, Alfonso
Castillo, em Bogotá. Igualmente a Laureano Monroy e a Martha Pinzon,
candidatos a vereadores na localidade de Suba, a 10 de Bogotá. Todo
meu modesto apoio a suas excelentes propostas.
A UP
também acompanha a nossa candidata à Prefeitura de Bogotá, a
Doutora Clara López, a quem as grandes pesquisadoras da Embaixada
gringa e da CIA [Datexco] querem fazer desaparecer com estudos de
opinião fraudulentos.
Querem
nos impor como prefeito a Bolardo Peñalosa, o candidato dos
ladrilhos e seu roubo descarado na Avenida Caracas; a Pardo e seus
grupos paramilitares disfarçados de guarda parapolicial, o último
inventor do artífice do assalto às Farc em La Uribe e da guerra
suja contra a UP quando foi ministro Neoliberal de Defesa, época em
que os miltiares metralharam a Manuel Cepeda e Miller Chacon; a Pacho
Santos, o do Bloco Capital e dos eletrochoques aos universitários.
Nota
2. Continuam as montagens do retrógrado Procurador Ordoñez. Agora
sua investida é contra o POT de Bogotá, contido no Decreto 364 de
2013, que eliminou o Decreto 619 do ano de 2000, mediante o qual se
adotou pelo Prefeito Enrique Peñalosa um Plano de Ordenamento
Territorial ultraneoliberal, que tem sido a ferramenta privilegiada
das grandes imobiliárias que tributam ao vice-presidente Vargas
Lleras e seu movimento político. Com o POT de Peñalosa/Vargas
Lleras, Bogotá viu crescer a segregação social, a pobreza e a
destruição ecológica da Savana de Bogotá. Petro, o atual
Prefeito, disse que convoca a mobilização cidadã para os próximos
dias contra a nova maracutaia
de
Ordoñez.
Nota
3. Para quem o mereça, felicitações pelo projeto, a ponto de
iniciar, para construir o Metrô ligeiro da Avenida 68 de Bogotá,
que irá entre a populosa Venecia e a rua 100 com sétima. É a
maneira de ampliar o direito à mobilidade dos capitalinos. O que
segue é que se iniciem as obras da Primeira Linha do Metrô, para
impedir que Recheio fluido de cimento Bolardo Peñalosa o complique
com seus estudos de última hora diz-que para construir um espantalho
aéreo. Não mais estudos, diz o povo. Mãos à obra, é o
compromisso de Clara López.
--
Equipe
ANNCOL - Brasil