Santos segue pelo solo e crescerá mobilização popular com paralisações cívicas.
Por
Horacio Duque Giraldo
A
crise económica e social da Colômbia continua se aprofundando,
arrastando também a crise institucional, política e da
governabilidade oligárquica. É a potência das massas populares, de
sua mobilização ascendente, a que permitirá encontrar saídas num
sentido progressista e revolucionário, para que forças alternativas
assumam a liderança da Colômbia do século XXI. O domínio do velho
bloco oligárquico representado pelo santouribismo colapsa e se
derruba. Não há que fazer concessões nem dar o braço a torcer na
luta pela paz com justiça social e democracia ampliada. Se Santos
cai, é problema seu e de sua camarilha retrógrada.
Foi
publicada a última pesquisa sobre o estado da opinião pública
nacional. Foi contratada por dois poderosos conglomerados midiáticos,
o de Santos/Lopes, de Semana, e o da máfia de Ardila Lule, que se
expressa em RCN e na FM
( http://www.semana.com/nacion/articulo/gran-encuesta-santos-mantiene-29-de-imagen-favorable/436898-3).
Santos
continua por baixo, está nos 29% de imagem e o pessimismo e repúdio
cidadão estão em ascensão.
Se
deslegitimam as instituições do regime oligárquico, o aparelho de
justiça carcomido pela podridão, o parlamento convertido num antro
delinquencial, as entidades públicas em todos os seus níveis
territoriais são objeto do despojo pelas máfias parapolíticas e
feudais e os denominados partidos são uma grotesca manifestação do
mercantilismo eleitoral.
Os
meios de comunicação de massas são percebidos como cloacas da
mentira, da manipulação e distorção a serviço das camarilhas
dominantes no Estado burguês.
Na
base de todo este descrédito, deste generalizado mal-estar cidadão,
está a rampante crise econômica que a cada dia se sente com maior
crueza e severidade nas condições de vida de milhões de
colombianos.
Não
obstante que os porta-vozes do santismo se empenham em disfarçar e
edulcorar a gravidade dos problemas econômicos, já é impossível
desconhecer o enorme déficit fiscal, o faltante na balança
comercial e a desaceleração da economia. É quase de 6 bilhões de
dólares o buraco nas finanças públicas, enquanto o desequilíbrio
entre exportações e importações se aproxima dos 10% do PIB e o
crescimento real do PIB já caiu a 2,8%, quando há apenas algumas
semanas se anunciava um índice superior aos 4%, catalogado como o
melhor da América Latina.
Se
soma ao anterior o iminente reajuste da taxa de juros nos Estados
Unidos e as repercussões que tal decisão terá no incremento da
dívida externa pública e privada. Já os magos da economia
neoliberal da Junta Diretiva do Banco da República estão exigindo
novos cortes no gasto público, especialmente o de educação, saúde,
emprego, descentralização, moradia, mães comunitárias, famílias
em ação e terras.
O
problema é que todo este caos vai recair em milhões de colombianos
que vivem na pobreza e na miséria. A fome crescerá e com a mesma o
protesto e a rebelião popular.
O
outro problema consiste em que Santos, seus sócios políticos da U,
liberais e conservadores, querem utilizar o processo de paz para
enfrentar
a crise econômica e fiscal que sobreveio.
Nisso
estão equivocados. Os níveis de consciência e organização
popular cresceram muito significativamente e as mobilizações,
paralisações, protestos e bloqueios cívicos estão caminhando.
Há
anúncios de paralisações cívicas campesinas, indígenas, na
saúde, no transporte e nos bairros populares de importantes centros
urbanos golpeados pela alta dos serviços públicos e do transporte.
O
adequado é estimular, promover e organizar a mobilização popular
nos próximos dias. Isso não é incompatível com o processo
eleitoral em curso, pois é necessário utilizar os espaços
políticos para escolher prefeitos e governadores, como cenários de
denúncia da corrupção e ilegalidade das agências associadas com o
regime santouribista. Como cenários para eleger autênticos
representantes das massas populares.
Os
avanços no processo de paz devem redundar na construção de uma
correlação de forças favorável à luta pelos direitos
fundamentais e pela democracia ampliada.
Convém
assinalar, para finalizar, que esta crise tem como responsáveis os
principais nomes da camarilha dominante; me refiro a Santos, Uribe,
Barguil, Benedetti, Barreras, Velasco, SUH, Pardo, Peñalosa, os
integrantes do gabinete da denominada Unidade Nacional, governadores
e prefeitos dos grandes centros urbanos.
Não
há que esperar. É urgente propiciar as greves e as paralisações
cívicas em todo o território nacional.
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Equipe
ANNCOL - Brasil