A Unidade para a luta, a resistência, a mobilização e a Assembleia Nacional Constituinte é costurada na Cúpula Agrária.
Por Camilo
Raigozo, de NOTIMUNDO
Em 15 de
março no Palácio dos Esportes de Bogotá se instalou a Cúpula
Agrária Camponesa, Étnica e Popular, onde se fizeram presentes
personalidades da política dos setores da esquerda e pelo menos 4
mil dirigentes da zona rural colombiana vindos das diferentes regiões
do país.
Estiveram
presentes as candidatas à Presidência e vice-presidência da
República, Clara López e Aída Abella, do Polo Democrático e da União Patriótica, respectivamente; os senadores eleitos Iván
Cepeda e Alberto Castilla, os quais arrancaram fortes ovações em
suas respectivas intervenções.
A
abertura esteve a cargo do prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, que
recebeu fortes aplausos e o respaldo dos presentes, que não cessaram
de gritar: "Uh! Ah!, Petro não irá".
O
burgomestre da capital disse, entre outras coisas, que os habitantes
da cidade e do campo devem se organizar para "impedir a
arbitrariedade dos que tentam transformar o país em um único
pensamento uniforme ou em um único túmulo. É preciso impedi-los e
dizer-lhes: "não passarão", disse Petro.
"A
articulação entre lutas urbanas pela democracia com as lutas
rurais, que também são pela democracia, constituem a base
fundamental indispensável da paz".
"Realizar
a Cúpula Agrária em Bogotá, mobilizar milhares de forças agrárias
rumo à ciade na segunda-feira e confluir com as forças urbanas que
se mobilizaram, que encheram a Praça de Bolívar mais de uma vez,
não pode ser vista menos do que como um símbolo e um grito da
paz".
"Um
grito que pode estabelecer os caminhos populares de uma Assembleia
Nacional Constituinte que seja capaz de estabelecer as reformas
democráticas mais profundas no campo e na cidade, reformas que abram
a avenida para a paz", disse Petro.
Por fim,
afirmou que na próxima-segunra feira esperava na Praça Bolívar os
30 mil camponeses e outro tanto de bogotanos porque "esperamos
que este ano já seja o da paz, o da democracia já para a
Colômbia".
Por sua
vez, o recentemente eleito senador Iván Cepeda, logo após
cumprimentar os moradores do campo presentes e por chegar, assim como
as personalidades que o ouiviram, expressou sua satisfação pela
tarefa conjunta e unitária que vêm desenvolvendo as diferentes
organizações sociais, entre elas o Congresso dos Povos e a Marcha
Patriótica.
Da mesma
forma, a unidade selada entre o Pólo Democrático e a União
Patriótica, cujo resultado foi o lançamento da fórmula Clara López
e Aínda Avella, como candidatas conjuntas à Presidênia e
Vice-presidência da República respectivamente.
"Clara
López e Aída Avella representam o melhor das condidaturas aos
elevados cargos, o que nos faz lutar nas ruas e nas urnas nos
próximos dias e semanas".
"O
propósito deste esforço que se vem fazendo é, primeiro, levar
adiante a unidade do movimento social e popular de todas as
esquerdas, de todos os setores democráticos, para que construam uma
ampla frente que impulsionem as transformações deste país".
"Segundo,
que trabalhemos todos juntos pela paz deste país. Que respaldemos os
acordoscomas FARC e como ELN em mesas de conversações e, terceiro,
trabalhar pelas grandes reformas requeridas pela Colômbia".
"A
reforma agrária, que proporcione uma nova distribuição territorial
de caráter popular ao país e que freie as transnacionais e a
economia extrativista, que acabe com a sonegação de terras pelo
narco-paramilitarismo e o latifúndio e que de aos trabalhadores
rurais, indígenas e afro-descendentes a terra e o território para
que a Colômbia mude".
"Uma
grande reforma política que acabe com a fraude eleitoral, com o
paramilitarismo, com as máfias. Da mesma forma uma reforma da saúde,
da educação e para que todos os setores, principalmente os
excluídos e os setores populares tenham acesso a todos os direitos e
serviços básicos", disse Cepeda.
Por fim
o atual depuitado federal disse que não se sentia um congressista de
nenhum partido político em especial, mas sim como um congressisa do
povo a serviço do povo para essa luta.
"Vamos
precisar de todo o apoio do povo colombiano para deixar para trás o
setor da extrema-direita de Álvaro Uribe, par dizer a Santos que se
quer que haja paz deve fazer reformas sérias e profundas mudanças
sociais", afirmou finalmente Iván Cepeda Castro".
Alberto
Castilla, a grata revelação do setor camponês com presença no
Congresso da República, expressou que "há uma imensa alegria
porque estamos acreditando em nós. Hoje o movimento social
colombiano oferece um congressista feito no Congresso dos Povos.
"É
necessário que articulemos esta unidade para o exercício da
mobilização social com a ação política. Por isso vamos compor
uma equipe no congresso com senadores e deputados dos indígenas,
afro-descendentes, do Pólo e de outros partidos progressitas que
queiram legislar para as maiorias".
"Nossa
voz será forte no parlamento se a mobilização é forte neste país.
Por isso o convite é no sentido de construir entre todos a unidade.
Vamos construir juntos a agenda politica da transformação da
Colômbia nesta cúpula agrária e nos cenários que surjam",
disse entre outras razões Castilla, em meio a fortes aplausos
Aída Avella, aspirante a Vice-presidência da República pela União Patriótica e pelo Pólo Democrático, disse emocionada que era uma grande satisfação ver, depois de muitos anos, reunidos de maneira abunante e unida os camponeses colombianos.
Aída Avella, aspirante a Vice-presidência da República pela União Patriótica e pelo Pólo Democrático, disse emocionada que era uma grande satisfação ver, depois de muitos anos, reunidos de maneira abunante e unida os camponeses colombianos.
"Me
expulsaram há 18 anos os setores da intolerância e da ignomínia,
mas vivemos para voltar e voltamos para vencer. Alegra-me imensamente
que o companheiro Castilla faz parte do Senado da República".
"Sabemos
que será uma das vozes que nos represente nos estratos onde uns
senhores de sempre se apropriaram , com dinheiros sujos e da
corrupção, e que chegam ao Congresso comprando votos", disse
Avella.
Piedad
Córdoba expressou que é preciso aproveitar este momento histórico
para a unidade, sem a qual - disse, não seremos capazes de construir
o caminho da liberdade e da paz com justiça social. "A paz que
se constrói em Havana, coml o ELN, com os oprimidos, com os
exluídos, com os refugiados", exprssou emotivamente Córdoba.
Em
seguida falaram Lilia Solano, Luis Guillermo Pérez, Robert Daza,
César Pachón, a Mane e outros líderes sociais.
Durante
este domingo e na manhã de segunda-feira as comunidades debaterão
sobre oitos pontos, entre os quais se enontram: Terra, território e
ambiente: Paz com justiça social; economia camponesa versus modelo
de desenvolvimento; mineração e energia; relação campo-cidade e
cultivos de coca, maconha e papoula.
O
documento final a sair dessa cúpula será publicitado na Praça
Bolívar diante de 30 mil camponeses e número similar de bogotanos
que marcharão desde o Coliseu El Campín ate a mítica praça
bolivariana.
Fonte:
www.pacocol.org