"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


domingo, 2 de março de 2014

Debate. Mirador: A crise militar



Por Carlos A. Lozano Guillén

A crise nas Forças Militares dos últimos dias, refletida nos escândalos da atividade ilegal de uma célula da inteligência do Exército e pelos subornos e a corrupção na contratação das Forças Militares que envolve vários generais e oficiais de alta graduação, vai mais além destes repudiáveis fatos.
Porque põe em suspeita a doutrina das Forças Militares que as coloca acima do poder civil legal ao qual devem obediência e submissão, em conformidade com a Constituição Política.

No primeiro caso, se trata de uma armadura criminal, que adiantava não só “inofensivas” chuçadas, ademais “legais”, como o sustentaram o pitoresco ministro de Defesa Juan Carlos Pinzón e o comandante do Exército, general Juan Pablo Rodríguez.

No escândalo do DAS ficou em evidência que a ação delinquente de seu aparelho de inteligência não se reduziu a escutas e seguimentos de opositores e críticos do governo de Uribe Vélez, como também adiantou assassinatos, ameaças e infames campanhas de desprestígio, como nos casos de Piedad Córdoba e deste colunista. O professor Correa D’Andreis, dirigentes sindicais e militantes da esquerda foram assassinados por esse organismo, subalterno da então “Casa de Nari” uribista.

No segundo, está relacionada com planos para atacar os fiscais que investigam e formulam acusações na jurisdição ordinária aos delinquentes de uniforme que incorrem em atos por fora do serviço, orquestrados nem mais nem menos pelo general Leonardo Barrero, na época chefe do Comando Conjunto e agora [recém destituído] comandante das Forças Militares. Barrero haveria dito ao coronel Róbinson González del Río, sobrinho de Rito Alejo e processado por “falsos positivos”: “Façam uma máfia para denunciar fiscais e toda essa estupidez”. Que tal a joiazinha de comandante, aliado com um delinquente de uniforme?

Para alguns, a solução está em castigar de forma contundente os responsáveis por estes atos dolosos e imorais. Para o Governo tudo foi legal. Ao general Barrero não o arrancaram por ser corrupto, mas sim por umas “declarações inconvenientes”, segundo a explicação do flamejante ministro de Defesa Juan Carlos Pinzón. E o general Rodríguez, responsável pela ação ilegal da inteligência do Exército, agora é o comandante das Forças Militares.

Pinzón, responsável político do entrave, ficou no cargo, mais atracado do que antes. Os oficiais de inteligência foram transferidos para outras dependências. Ali, seguiram delinquindo. Não cabe a menor dúvida. O problema militar é mais estrutural. É de doutrina, a que serve de suporte à luta contra insurgente, estendida para reprimir a mobilização popular e aniquilar o “inimigo interno”. É o que há que mudar e reformar a fundo.




Tradução: Joaquim Lisboa Neto

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