Finalizou o ciclo 21 e com ele a entrega de propostas sobre o ponto três
Ao
finalizar o ciclo 21 de conversações entre o governo colombiano e
as FARC-Exército do Povo, a Delegação de Paz guerrilheira
apresentou novas propostas referidas ao ponto “Solução ao
problema das drogas ilícitas”, terceiro na Agenda Geral.
O
delegado de Paz das FARC, comandante Sergio Marín, fez a leitura das
cinco propostas mínimas para uma “Política antidrogas centrada na
perseguição aos capitais envolvidos no processo econômico do
narcotráfico”.
Nesta
nova entrega, as FARC propõem como primeiro ponto a conformação de
uma Comissão especializada que estabeleça a verdade sobre a empresa
capitalista transnacional do narcotráfico, a qual deverá ser
integrada por acadêmicos e pesquisadores expertos nacionais e
internacionais a fim de desmantelar os elos fortes deste obscuro
mercado, “seu nível de penetração no Estado e nas suas
instituições, assim como seus impactos macroeconômicos e sobre as
finanças públicas”.
Os
seguintes quatro pontos se referem à identificação, perseguição
e expropriação dos capitais do narcotráfico, os controles estatais
às empresas produtoras ou importadoras de insumos requeridos para a
produção de drogas ilícitas, do controle do Estado aos fluxos de
capital, das regulações financeiras e auditorias especiais e de uma
nova institucionalidade democrática da política
antidrogas. Ler proposta
No
mesmo cenário, o comandante Fidel Rondón, também delegado de Paz
das FARC-EP, parte do último grupo incorporado à delegação, se
dirigiu pela primeira vez aos meios de comunicação apresentando as
últimas três propostas mínimas sobre a “Responsabilidade dos
Estados do capitalismo central, compromissos regionais e
requerimentos para a implementação de uma política antidrogas de
caráter global”.
Estas
três propostas fazem referência ao “compromisso que os Estados
consumidores devem assumir na redução da demanda no mercado,
enfocando a problemática como um assunto de saúde pública e com
enfoque de direitos humanos”.
Do
mesmo modo, assinalam que “uma política antidrogas deve promover a
integração sub-regional, baseando-se na soberania, na
autodeterminação, na participação democrática, nos direitos
humanos e na atenção dos elos mais frágeis da economia das drogas
ilícitas”.
Finalmente,
propõem uma “Reforma substancial ao sistema internacional de
controle de drogas das Nações Unidas”, começando “pela
realização de uma Conferência Internacional sobre produção e
tráfico de drogas ilícitas” a fim de “avançar na identificação
de responsabilidades do capitalismo globalizado frente à empresa
criminal transnacional do narcotráfico, propiciar a não
estigmatização de países considerados produtores”. Ler
proposta
Assim
terminam as FARC-EP a entrega de propostas que sobre o problemas das
drogas de uso ilícito e narcotráfico vieram se discutindo ao longo
dos últimos 4 ciclos.
Às
08:45 da manhã se ofereceu a rodada de imprensa de encerramento do
ciclo 21, onde o chefe da delegação insurgente, através dos meios
de comunicação convocados, se dirigiu ao país e ao mundo
entregando uma síntese das 50 propostas nas quais as FARC-EP expõem
suas iniciativas para contribuir na resolução, desde uma
perspectiva humana, do problema das drogas de uso ilícito na
Colômbia. Ler
documento da rodada de imprensa
Neste
final de ciclo não houve comunicado conjunto. A manhã transcorreu
em reuniões de comissões de trabalho de ambas delegações e destas
com representantes dos países garantidores e acompanhantes, que,
como sempre, se apresentam no fim de ciclo.