Luta de massas e nada de aventuras
Por
Alberto Pinzón Sánchez
Os
resultados das eleições parlamentares deste domingo 9 de março/14
mostram várias coisas que a máquina de propaganda do regime está
tratando desesperadamente de ocultar com sua tremenda intoxicação
midiática. Atendo-nos às cifras dadas pela Promotoria
de Colômbia em seu boletim 044, se pode dizer o seguinte:
1 – O primeiro que salta à
vista é a ilegitimidade da pretensa festa democrática na Colômbia:
De cerca de 32 milhões de eleitores, só votaram 14 milhões; isto
é, uma abstenção de 57%, cifra muito similar às médias
históricas de abstenção eleitoral na Colômbia.
2 – Ao qual há que somar
a enorme quantidade de votos nulos [1’485 567] e de votos não
marcados [842.615], ou seja, ao desinteresse eleitoral da população
se deve somar a ignorância ao manipular os cartões e o desprezo do
eleitor ao não marcar nenhum candidato, o que poderia entender-se
como outra forma de votar em branco.
3 – A votação
propriamente em branco que, apesar do rudimentar e desorganizada da
reação de rechaço ao atual regime político, não alcançou as
cifras que davam as pesquisas oficiais pré-pagas, se conseguiu uma
significativa votação de 746.659 votos. Com
lógica eleitoreira, haveria posto mais de 6 senadores.
4 – O triunfo da máquina
eleitoral do governo: o partido da U de Santos [desprendido do caudal
eleitoral de Uribe Vélez] alcançou 2’230208 votos, um mísero
15,5%, com o qual consegue somente 21 senadores.
5 – Segue-o a lista de
Uribe Vélez com 2’045.564 votos [14,29%] e 19 cadeiras. Com o que
se pode dizer que dos 35% do congresso que dizia 2002 ter o ex-chefe
paramilitar Salvatore Mancuso, perdeu 6%. E se dividiu em dois: o
militarismo “limpo” do Santismo e o paramilitarismo puro
de Uribe Vélez e seu grupo.
A outra conclusão é que a
lista de Uribe e apesar de ter a seu serviço todos os “Poderes
Fáticos Regionais”, não conseguiu converter-se no fenômeno
eleitoral massacrador que profetizavam as pesquisas oficiais
pré-pagas. O mesmo AUV, crendo-se estas profecias, estranhamente
renunciou à impunidade que lhe dão os foros presidenciais e
preferiu a imunidade dos foros parlamentares, com o que ficou em seu
justo tamanho.
6 – O Partido Conservador
dividido em dois; as chamadas “Geleias Santistas” e os
“Caguaneros” de Marta Lucía, com 1’944 284 votos [13,58%] se
converteu em el mecanismo
que lhe permita ou não a “governança” ao Santismo, dependendo
de se se aliam com Uribe ou com Santos e por esta necessidade Santos
volte a chamar Uribe Vélez à Unidade e a trabalhar conjuntamente
pela paz da Colômbia. A que paz se referirá o candidato presidente?
7 – Outro grande
estadista, Horacio Serpa, também ficou reduzido a seu próprio
tamanho de senador e cabeça de lista do Partido Liberal que ocupou o
4º lugar com 1’748 789 [12,22%] da votação.
8 – O partido do sanhoso
Vargas Lleras, com toda nomeação e o poder do “cogoverno” e o
pressuposto que lhe dá ser o vice-presidente real de Santos, só
obteve medíocres 06,9%, com 996.872 votos.
9 – Seguem-no o Partido
Verde com 564.663 votos [3,39%], o Polo Democrático Alternativo com
541.145 [3,37%] e a Opção Cidadã com 527.124 [3,36%], cada um com
5 senadores.
10 – Os candidatos da
União Patriótica, os quais uma vez mais tiveram que fazer sua
campanha em meio a uma terrível campanha de fustigamento Militar e
Paramilitar, sem nenhum financiamento e submetidos à mais grosseira
desqualificação e perseguição, lamentavelmente, não alcançaram
a obter sequer uma cadeira, nem no Senado nem na Câmara de
Representantes. O qual nos faz pensar seriamente em se se justifica
continuar “legitimando” eleitoralmente a farsa eleitoral do
regime atual, em meio a semelhante intimidação repressiva e se se
torna indispensável corrigir autocriticamente esse caminho tático
que o povo trabalhador colombiano não gosta e está rechaçando
massivamente.
Vem, então, à nossa
lembrança a famosa frase do grande lutador antifascista George
Dimitrov em 1933:
“Trabalho de massas, luta
de massas, resistência de massas, Frente Única e nada de aventuras!
Tal é o princípio e o fim da tática comunista”.
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