"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 13 de março de 2014

Luta de massas e nada de aventuras


Por Alberto Pinzón Sánchez

Os resultados das eleições parlamentares deste domingo 9 de março/14 mostram várias coisas que a máquina de propaganda do regime está tratando desesperadamente de ocultar com sua tremenda intoxicação midiática. Atendo-nos às cifras dadas pela Promotoria de Colômbia em seu boletim 044, se pode dizer o seguinte:


1 – O primeiro que salta à vista é a ilegitimidade da pretensa festa democrática na Colômbia: De cerca de 32 milhões de eleitores, só votaram 14 milhões; isto é, uma abstenção de 57%, cifra muito similar às médias históricas de abstenção eleitoral na Colômbia.


2 – Ao qual há que somar a enorme quantidade de votos nulos [1’485 567] e de votos não marcados [842.615], ou seja, ao desinteresse eleitoral da população se deve somar a ignorância ao manipular os cartões e o desprezo do eleitor ao não marcar nenhum candidato, o que poderia entender-se como outra forma de votar em branco.


3 – A votação propriamente em branco que, apesar do rudimentar e desorganizada da reação de rechaço ao atual regime político, não alcançou as cifras que davam as pesquisas oficiais pré-pagas, se conseguiu uma significativa votação de 746.659 votos. Com lógica eleitoreira, haveria posto mais de 6 senadores.


4 – O triunfo da máquina eleitoral do governo: o partido da U de Santos [desprendido do caudal eleitoral de Uribe Vélez] alcançou 2’230208 votos, um mísero 15,5%, com o qual consegue somente 21 senadores.


5 – Segue-o a lista de Uribe Vélez com 2’045.564 votos [14,29%] e 19 cadeiras. Com o que se pode dizer que dos 35% do congresso que dizia 2002 ter o ex-chefe paramilitar Salvatore Mancuso, perdeu 6%. E se dividiu em dois: o militarismo “limpo” do Santismo e o paramilitarismo puro de Uribe Vélez e seu grupo. A outra conclusão é que a lista de Uribe e apesar de ter a seu serviço todos os “Poderes Fáticos Regionais”, não conseguiu converter-se no fenômeno eleitoral massacrador que profetizavam as pesquisas oficiais pré-pagas. O mesmo AUV, crendo-se estas profecias, estranhamente renunciou à impunidade que lhe dão os foros presidenciais e preferiu a imunidade dos foros parlamentares, com o que ficou em seu justo tamanho.


6 – O Partido Conservador dividido em dois; as chamadas “Geleias Santistas” e os “Caguaneros” de Marta Lucía, com 1’944 284 votos [13,58%] se converteu em el mecanismo que lhe permita ou não a “governança” ao Santismo, dependendo de se se aliam com Uribe ou com Santos e por esta necessidade Santos volte a chamar Uribe Vélez à Unidade e a trabalhar conjuntamente pela paz da Colômbia. A que paz se referirá o candidato presidente?


7 – Outro grande estadista, Horacio Serpa, também ficou reduzido a seu próprio tamanho de senador e cabeça de lista do Partido Liberal que ocupou o 4º lugar com 1’748 789 [12,22%] da votação.


8 – O partido do sanhoso Vargas Lleras, com toda nomeação e o poder do “cogoverno” e o pressuposto que lhe dá ser o vice-presidente real de Santos, só obteve medíocres 06,9%, com 996.872 votos.


9 – Seguem-no o Partido Verde com 564.663 votos [3,39%], o Polo Democrático Alternativo com 541.145 [3,37%] e a Opção Cidadã com 527.124 [3,36%], cada um com 5 senadores.


10 – Os candidatos da União Patriótica, os quais uma vez mais tiveram que fazer sua campanha em meio a uma terrível campanha de fustigamento Militar e Paramilitar, sem nenhum financiamento e submetidos à mais grosseira desqualificação e perseguição, lamentavelmente, não alcançaram a obter sequer uma cadeira, nem no Senado nem na Câmara de Representantes. O qual nos faz pensar seriamente em se se justifica continuar “legitimando” eleitoralmente a farsa eleitoral do regime atual, em meio a semelhante intimidação repressiva e se se torna indispensável corrigir autocriticamente esse caminho tático que o povo trabalhador colombiano não gosta e está rechaçando massivamente.


Vem, então, à nossa lembrança a famosa frase do grande lutador antifascista George Dimitrov em 1933:


Trabalho de massas, luta de massas, resistência de massas, Frente Única e nada de aventuras! Tal é o princípio e o fim da tática comunista”.