ELN: Destituição do prefeito de Bogotá ameaça processo de paz
O Exército de Libertação Nacional (ELN)
afirmou nesta sexta-feira (28) que a destituição do prefeito de
Bogotá, Gustavo Petro, pelo presidente Juan Manuel Santos, põe em
perigo o processo de paz na Colômbia.
Petro foi deposto de seu cargo por Santos, que desconsiderou as medidas cautelares outorgadas ao prefeito bogotano pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos.
A ação do presidente também põe em perigo a possibilidade de um diálogo com a guerrilha do ELN, assinala um comunicado datado de 20 de março nas montanhas da Colômbia, divulgado nesta sexta-feira (28) em Bogotá.
“A destituição de Petro confirma a postura retrógrada da oligarquia colombiana e sua solidariedade de classe”, diz o texto.
O ELN sublinha em seu comunicado que essa medida à extrema direita do presidente demonstra a intolerância para aceitar, nas instituições, posturas críticas e a serviço dos excluídos alcançadas pelas vias constitucionais.
Para o ELN, “se esse é o destino de um prefeito eleito pelo voto popular, o que pode se esperar sobre o respeito e cumprimento dos eventuais acordos subscritos em uma mesa de diálogo com a insurgência”, afirmaram em alusão às conversas entre o Governo e as Farc-EP instaladas em Havana, Cuba.
A Colômbia está desconhecendo "de maneira flagrante a juridicidade internacional", sublinha, “à qual deve ser submetido um governo que em janeiro passado afirmou acatar e respeitar uma decisão em favor do prefeito de Bogotá", caso se confirmasse.
Na opinião da guerrilha, essas "viradas do presidente [Santos] demonstram falta de seriedade ao seu mandato e põem à prova sua disposição e capacidade para cumprir acordos, tanto no âmbito internacional, como interno".
“Como candidato à reeleição transmite uma mensagem negativa aos possíveis eleitores, e é possível também prever um altíssimo índice de abstenções e voto em branco nas eleições presidenciais em maio”, argumentam.
Com atitudes como essas, considera o ELN, “a oligarquia colombiana evidencia sua falta de respeito à vontade popular expressada nas urnas e invalida as eleições como um exercício democrático”.
Tem razão Petro quando afirma que nestes momentos "o voto não vale" e é necessário mudar as instituições, alegam os guerrilheiros.
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Fonte: Prensa Latina