"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 23 de maio de 2007

Algo está passando na Universidade Nacional

As jornadas de protesto na Universidade Nacional, que começaram em 3 de maio de 2007 e das quais participam conjuntamente trabalhadores, estudantes e um setor dos professores, obedecem ao rechaço do aprovado Plano Nacional de Desenvolvimento. No próximo 23 de Maio, jornada nacional de protesto, em rechaço ao Plano Nacional de Desenvolvimento e à renúncia imediata do Presidente Álvaro Uribe Vélez, por considerá-lo ilegítimo.


Uribe em problemas!


[Natalia Versalles]
Entrevista a Rafael Mendez, estudante da Universidade Nacional de Colômbia 6

As jornadas de protesto na Universidade Nacional, que começaram em 3 de maio de 2007, e das quais participam conjuntamente trabalhadores, estudantes e um setor dos professores, obedecem ao rechaço do aprovado Plano Nacional de Desenvolvimento por considerar que representa a entrega do interesse nacional à voracidade das transnacionais e afunda o povo numa maior pobreza e exclusão.

Durante estes dias e para os vindouros, os estudantes, trabalhadores e um setor dos professores ratificaram a declaração de uma Assembléia Permanente durante a qual se programaram foros informativos e se mantém bloqueada a atividade acadêmica e administrativa; os estudantes permanecem em acampamentos dentro da universidade; se realizam diariamente assembléias por faculdades; se estão pintando murais alusivos à defesa da educação pública; se mantém uma comissão de comunicações para romper o silêncio que a mídia tem imposto ao protesto universitário; se realizaram três marchas para a Praça de Bolívar; se fizeram comícios que a comunidade universitária denomina "carteiraço"; se mantém um toldo e uma panela dos trabalhadores na Praça Che e se programou uma marcha-carnaval para a próxima quinta-feira 10 de maio para a Praça de Bolívar em coordenação com as universidades Pedagógica e Distrital.

Que tem que ver o Plano Nacional de Desenvolvimento da Universidade?

Um dos setores que se vêem afetados seriamente neste novo Plano é o setor da Educação Pública. O Plano Nacional de Desenvolvimento, em seu artigo 38, descarrega nas universidades a responsabilidade do passivo pensionário e as obriga a pactuar um chamado "Acordo de Concorrência", através do qual o Estado se libera de sua responsabilidade com o pagamento de pensões e, em troca, pretende que as universidades doravante destinem parte de seu orçamento para cobrir os ditos passivos pensionários.

Em que prejudica isso à Universidade?

De tempo atrás e em aplicação das políticas neoliberais, que, em matéria de educação pública, significa sua privatização, às universidades se lhes vêm cortando o orçamento que deveria ser responsabilidade do Estado e, com isso, se as têm obrigado a entrar no mercado da venda de serviços, a reestruturação administrativa e o aumento nas matrículas, com o que se pretende que as universidades se autofinanciem. Seguindo essa imposição, hoje a Universidade Nacional cobre 49% de seus gastos. Agora, com o Plano Nacional de Desenvolvimento, se lhe exige à universidade destinar desses 49% uma parte para cobrir os passivos pensionários em detrimento da qualidade da educação, da pesquisa e corte progressivo do número de trabalhadores em educação.

Por que afetará aos trabalhadores, professores e estudantes?

Porque, com essa asfixia financeira, à Universidade Nacional lhe passará o que ocorreu com a Universidade do Atlântico, que, ante sua impossibilidade de sustentar-se por si mesma, num processo similar, entrou numa quebra que a levou a despedir trabalhadores, professores efetivos, a um aumento de matrículas até de 300% e, inclusive, à venda de seus edifícios.

É uma espécie de armadilha a que se encontra no chamado Acordo de Concorrência?

Certamente, se a Universidade Nacional não pode assumir qualquer porcentagem que se imponha nesse pacto, o passo seguinte é declarar sua quebra, tal como ocorreu com a Universidade do Atlântico. Passo seguido, entrará a reger a Lei 550 ou "lei de quebras", que permite ao Estado obrigá-la, tal como se se tratasse de qualquer empresa do livre mercado, a auto-reestruturar-se para poder cumprir com seus credores. Isto significa a demissão massiva de trabalhadores, a mudança nos termos de contratação para os docentes, isto é, de professores efetivos a professores de hora/cátedra; o aumento paulatino de matrículas e aprofundar na exigência de que a educação e os programas que se oferecem seja vista como venda de serviços e competições sob a lógica do capital.

Qual é o chamado aos membros da Universidade e ao povo em geral?

O chamado é a cerrar fileiras em torno à defesa da Universidade Pública como um patrimônio dos colombianos. Ao rechaço à estigmatização da universidade pública. Ao exercício do protesto como um legítimo direito dos trabalhadores, estudantes e povo em geral. À unidade com outros setores da sociedade que também serão afetados por este retrógrado Plano Nacional de Desenvolvimento.

Também aproveitamos para convocar o povo em geral à Jornada Nacional de Protesto do próximo 23 de Maio em rechaço ao Plano Nacional de Desenvolvimento e à renúncia imediata do Presidente Álvaro Uribe Vélez, por considerá-lo ilegítimo.

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