Apesar das tropas gringas
FARC, exército do povo colombiano
[ANNCOL]
À nossa redação chegou a declaração política da Nona Conferência Guerrilheira das FARC-EP, realizada nas montanhas da Colômbia em começos do ano.
Não puderam evitá-lo nem os 500 mil soldados e policiais da oligarquia sipaia com todos os bombardeios, a metralha e a tecnologia gringa de que dispõem, nem o milhão de delatores e informantes militares, como tampouco os 4.000 militares e mercenários usamericanos que as dirigem, nos planos Imperiais de guerra elaborados em Washington.
Com a bandeira “Nova Colômbia, Pátria Grande e Socialismo!”, a guerrilha das FARC-EP dá um rotundo desmentido ao governo narco fascista de Uribe e a seus planos militares de extermínio Colômbia-Patriota-Consolidação, demonstrando que estão mais “vivas e alertas” que nunca.
Do documento que se pode conseguir em sua totalidade na página eletrônica oficial das FARC, extraímos alguns trechos.
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...”Saudamos ao povo colombiano e lhe comunicamos a exitosa realização de nossa Nona Conferência Nacional, preparada e efetuada apesar do oprobrioso incremento e acionar das tropas gringas no território nacional e das operações do chamado Plano Colômbia que, como se sabe, estão dirigidas principalmente contra a população civil...
...Hoje, como sucede desde meio século atrás, os donos do poder, das fazendas e do dinheiro organizam bandos criminais encarregados de agredir ao povo e semear o terror na população, paralelas e siamesas das forças policiais e militares oficiais, para eternizar-se como governantes, nutridos nesta oportunidade com as inesgotáveis finanças do narcotráfico e conformando assim um Estado paramilitar e mafioso de características fascistas. Por tudo isto, hoje, igual que há meio século, a legitimidade do Regime e o terror do Estado dão vigência ao alçamento popular e convalidam ante o mundo o sagrado direito do povo colombiano à rebelião...
Porém a crise persistirá e se ampliará enquanto as mercenárias tropas gringas e seus Generais sejam os que sustentam as instituições colombianas; enquanto a estratégia militar seja a coluna vertebral do Estado e imponha diretrizes nas 3 esferas do poder público através de seus marionetes; enquanto persevere o despojo das terras a indígenas, afro-descendentes, colonos e campesinos e com isso os deslocamentos; enquanto o neoliberalismo seja a estratégia oficial e se continuem privatizando as empresas do Estado como agora se pretende com ECOPETROL, o que, entre todos, devemos impedir como ato de dignidade e de defesa do patrimônio coletivo; enquanto o DANE continue atuando como o departamento da manipulação e do engano; enquanto a corrupção e o enriquecimento pessoal seja o princípio reitor da política na Colômbia.
...As FARC-EP mantemos levantada a bandeira da Solução Política à crise, que, com a participação majoritária dos colombianos, possa definir soberanamente a construção de uma nova institucionalidade como a assinalada na plataforma bolivariana pela Nova Colômbia que encaminhe o país para o exercício pleno de todo o seu potencial democrático e progressista.
...Dentro desse mesmo espírito reiteramos nossa proposta de troca dos prisioneiros políticos. Para iniciar conversações é indispensável que o Estado ofereça as garantias necessárias. A justificativa para não outorgá-las só esconde o ânimo revanchista de um governo incapaz de aceitar a realidade da confrontação, que joga temerariamente com a liberdade e a vida dos prisioneiros e é mesquinho com o futuro da Pátria...
...Prosseguiremos incansáveis nosso esforço pela unidade mais ampla contra o Terrorismo do Estado, a indignante ingerência gringa, o abominável neoliberalismo, a cicatriz do latifúndio e o câncer da corrupção. Por encontrar-nos com todos aqueles que lutam buscando os mesmos objetivos em diferentes cenários e modalidades. Persistiremos em nosso compromisso com a Unidade Popular e Democrática pela nova Pátria.
Nenhuma saída verdadeiramente democrática, patriótica, de profundo conteúdo popular à crise nacional poderá adiantar-se em nosso país sem a plena participação das FARC.
E concluem em seu mandato, reiterando e mantendo intactos para um futuro de largo alcance, de todos os compromissos políticos e de transformação adquiridos e defendidos sem variação por mais de 40 anos, assim:
“...Saudamos aos povos de América Latina e Caribe, que inundam o continente de renovados ventos de democracia. Àqueles presidentes que, diferentemente do colombiano, representam hoje com sua atitude independente a dignidade de nossos povos frente à grosseira pretensão gringa de interferir em nossa vida soberana. Saudamos ao Movimento Continental Bolivariano, símbolo de unidade e luta que reivindica o ideário do Libertador como tocha que ilumina o futuro antiimperialista de América Latina.
...Continuaremos lutando por construir para a Colômbia um Estado justo que avance para a igualdade social e que não aprofunde os abismos entre pobres e ricos, como o atual. Por alcançar um sistema social de acordo com as realidades do século XXI, que reivindique nossas melhores tradições, valores e riquezas, que mantenha viva a dignidade de nosso povo pela autodeterminação e contra a ingerência Imperial, pela justiça, a solidariedade Latino-Americana e a vigência do ideário bolivariano de alcançar para nossos povos a maior soma de felicidade possível.”