Para-uribismo, rios de sangue
Os massacres apoiados por Uribe vão aparecer por todos os lados! Na foto tirada de “El Tiempo”, um crânio encontrado em uma fossa de Facatativa, Cundimarca.
[Miguel Suárez *]
Tema obrigatório hoje, é o debate ao para-militarismo em Antioquia durante os anos em que Álvaro Uribe Vélez foi governador desse estado, debate realizado quarta-feira passada (07/04/07) pelo senador do Pólo Democrático Alternativo, Gustavo Petro.
Gustavo Petro fez um detalhado informe sobre o trabalho realizado por ele e todos os acontecimentos, durante os anos de 1995 a 1997, anos de governo do chefe fascista nesse estado onde colocou de novo na ordem do dia as ligações da oligarquia Colombiana, seus aparatos repressivos e seus políticos com o terrorismo de Estado e com a máfia.
Os nomes dos autores intelectuais de milhares e milhares de assassinatos ocorridos em Antioquia, que sempre têm sido protegidos pela mal chamada justiça colombiana e que vêm sendo premiados pela oligarquia colombiana com cargos no exterior, especialmente na representação diplomática, reluziram durante o debate. Petro não contou coisas novas, mas desenterrou e organizou de maneira didática delitos dessa oligarquia para contar e mostrar claramente a horrível noite que esses bandidos têm submetido ao povo antioquenho e que agora se esforçam para aplicar no resto do país.
Os nomes de assassinos como Rito Alejo del Rio e vários generais de cinco cóis, das propriedadas do narco-presidente onde se esquartejaram colombianos e muitas das atrocidades cometidas por seus sócios foram contadas de novo de uma maneira que os defensores de Uribe, o ministro da guerra, Juan Manuel Santos e o ministro do interior e da injustiça, Carlos Holguín, não puderam rebater exceto dedicando-se a tratar de desviar a atenção sobre o central, as implicações de delinquente que governa a Colômbia e sua família.
Como uma simples mostra de até onde essa família está ligada ao terrorismo de estado, podemos tomar o irmão de Álvaro Uribe, Santiago Uribe Vélez.
Gustavo Petro apresentou uma foto onde Santiago Uribe Vélez, aparece com o narcotraficante Fabio Ochoa Vásquez, um dos membros do clã dos Ochoa e dele tem ligações familiares distantes.
Segundo Gustavo Petro, a foto foi tomada no ano de 1985, depois do assassinato por sicários do cartel de Medellín, do ministro de Justiça, Rodrigo Lara Bonilla, assassinato que levou ao que o então presidente Belisario Betancur ordenasse a perseguição dos membros desse cartel, entre outros amigos de Santiago Uribe, os irmãos Ochoa, por sua participação no assassinato do ministro que havia declarado a guerra ao narcotráfico.
Petro voltou a toca no tema do grupo para-militar “Os doze apóstolos”, onde Santiago Uribe, permanecia no carro, com uma metralhadora Ingram e via telefone portátil dirigiu o assassinato de pelo menos 50 pessoas em Yarumal, Antioquia, entre 1993 e 1994. Petro lembrou que no processo que se abriu contra Santiago Uribe e que foi escondido pelo fiscal desse tempo, era mencionado como base do grupo a propriedade La Carolina, de propriedade da família de Álvaro Uribe Vélez.
Álvaro Uribe, utilizando a técnica de que lhe perguntam uma coisa e responde outra, antes de responder às acusações de paramilitarismo tratou, como de costume, de desviar o tema e disse que ele seria um guerrilheiro exemplar por haver lido Marx e disse que Petro o caluniava, mas enquanto ele fazia esse ataque a corte ordenou a detenção de cinco outros sócios dele no congresso.
Com os cinco novos delinquentes uribistas chegam a uns trinta políticos para-uribistas detidos, entre eles 9 congressistas, 2 governadores, 5 prefeitos, o ex-diretor do Departamento Administrativo de Segurança, DAS, Jorge Noguera Cote, que logo foi liberado, assim como seu chefe de informática, Rafael García, e um número comprometedor de 100 ex-parlamentares e funcionários investigados, com ordens de captura havendo, entre outros, o pai da ex-ministra de relações exteriores.
Argumentando os “interesses superiores” de sua pátria, a dos mafiosos, Uribe citou uma roda de imprensa, onde visivelmente decomposto prentendeu neutralizar os efeitos das denúncias de Petro.
Perguntado pelos assassinatos na propriedade “Guacharacas” falou da propriedade “La Mundial”, onde disse que ele, em sua imensa bondade, cedeu a propriedade aos trabalhadores, quando a realidade foi que os camponeses, devido à lei, tinham direitos de propriedade e ainda assim foram perseguidos implacavelmente pelo exército oficial e paramilitar, que acusavam os trabalhadores de “terem roubado a terra do doutor Uribe”, o acossamento aos que ficaram resultaram em 12 camponeses assassinados.
Uribe elogiou várias perguntas como a necessidade de reabrir os processos judiciais por paramilitarismo em Antioquia, para que de uma vez por todas seja conhecida a verdade.
Na rodada de imprensa Uribe disse que tinha informação de inteligência sobre as visitas e comentários de colombianos nos Estados Unidos, quando o jornalista Néstor Morales lhe perguntou se estava espiando a oposição, não soube oque responder.
Uma pergunta foi contundente e demolidora e também ficou sem resposta, se ele negava ser amigos dos paramilitares como explicava ser amigo dos amigos dos paramilitares?, Uribe também desconheceu a pergunta sobre os benefícios eleitorais que sua campanha obteve dos pactos eleitorais dos paramilitares com a larga lista de parlamentares uribistas processados por paramilitarismo.
Após a rodada de imprensa receoso Uribe viajou aos Estados Unidos para prestar contas ao império. Na rodada de imprensa imperial respondeu com conceitos batidos e de novo mostrou sua ira contra os jornalistas que aceitam suas mentiras.
Uribe falou sobre a “desmobilização” dos paramilitares, dos quais asseguro não existam, mas quem está assassinando os colombianos, por exemplo em Nariño, onde o exército oficial e os grupos paramilitares, supostamente desmobilizados, assassinam colombianos impunemente.
O que está acontecendo na Colômbia, é o mais inverossímil vergonhoso e degradanta, onde os assassinos de lesa humanidade, violadores de direitos humanos e narco-traficantes, dizem ser os salvadores dos colombianos, enquanto inundam de sangue o país.
Os acontecimentos contados por Petro, de algumas das horríveis aberrações de Uribe e sua máfia, fez com que alguém proferisse uma frase que bem pode ilustrar o acontecido durante o governo de Álvaro Uribe Vélez, e o que está acontecendo hoje na Colômbia; “Se este debate medisse a história desse fenômeno “Paranarcomilitar” em Antioquiaem litros de sangue, nossos rios mudariam de cor!”
Mas aos colombianos não só os assassina ou junta através das armas, enquanto uns tipos, os verdadeiros donos do poderm vêm incrementando suas fortunas três vezes, não de três dólares à nove, mas de 1,5 bilhões de dólares à 4,5 bilhões, obviamente piorando as condições de trabalho, vendendo as empresas estatais, etc,etc, também mostra o outro massacre que comete essa máfia.
Um exemplo dessa forma de agressão ao povo se pode ver no sistema financeiro e o assunto de casa, enquanto no Panamá, um panamenho paga três vezes e meia em valor de uma casa. No Perú, paga-se em média cinco vezes, no Chile e na Venezuela seis e meia, em Guatemala e El Salvador sete vezes e meia e na Colômbia, sob o domínio da espoliadora oligarquia colombiana, da qual sobressaem os que aumentaram suas fortunas três vezes, um colombiano para 28 vezes o valor da mesma.
Devemos ter claro de que o povo colombiano está sendo agredido com as armas e com as normas distorcidas aprovadas pelos narco-congressistas, que afinal de contas respondem aos interesses da gananciosa oligarquia colombiana, especialmente daqueles que multiplicaram suas fortunas quanto mais sangue do povo colombiano era derramado.
Mais uma vez os vínculos de Uribe e em geral da oligarquia colombiana com o paramilitarismo, que é uma ferramenta de terrorismo de estado, saíram a reluzir com tantos detalhes graças ao Pólo Democrático e ao seu senador Gustavo Petro.
O debate mostrou claramente a aliança dessa corrupta casta política com o cartel de Medellín e a máfia em geral para realizar o genocídio da União Patriótica; o assassinato de quatro candidatos presidenciais, para desalojar cerca de quatro milhões de colombianos e para criar uns 33 milhões de pobres.
Enquanto na Colômbia se denunciavam os vínculos de Uribe com o paramilitarismo, este tirava fotos com os presidentes latino-americanos e se protegeu dizendo que estava na Venezuela tratando temas, segundo ele, importantes para o país.
Assim, enquanto o bandido massacra colombianos e se entrincheira entre os presidentes democráticos para desviar a atenção sobre o auge do paramilitarismo e sobre o rio de sangue que ele propiciou quando governou Antioquia entre os anos de 1995 e 1997.
Mas alguém tem que mostrar decoro e essa lição de decoro vem, precisamente da pessoa menos pensada, Foi descoberto que o ex-vice presidente dos EUA Al Gore, que se não fosse pela fraude hoje seria o presidente imperial, cancelou sua participação em um fórum que acontecerá em Miami, porque não queria estar sentado ao lado do narco-paramilitar Álvaro Uribe Vélez.
Ao término do debate, o senador Juan Manuel Galán, filho do candidato presidencial assassinado do Partido Liberal, Luis Carlos Galán, afirmou que “Luis Carlos Galán advertiu sobre o que iria acontecer e o senador Petro está dizendo oque aconteceu, tomara que Petro não tenha a mesma sorte de meu pai”.