O Narco-paramilitarismo em Cúcuta e Norte de Santander
Os assassinos da MotoSerra
[Por Melquizedec Torremolinos, ANNCOL]
Desfruta de liberdade – parece que por pouco tempo – o mimado do Miniführer e ex-diretor da polícia política, D.A.S., o narcoparamilitar JORGE NOGUERA; tudo pela lassidão da Para Fiscalização Geral; ontem com o sinistro Luis Camilo Osório, hoje com Iguarán.
A constante de um comportamento frouxo, débil, contraditório, imoral e corrupto, coloca na mira da justiça a essa instituição para-estatal a serviço do Terrorismo de Estado. A Fiscalização não é Justiça. Comecemos com que não é Juiz. Cabe-lhe a carga ética pela co-responsabilidade de seus atos. Ao Juiz se lhe exige, ademais dessa responsabilidade ética, a “racionalidade discursiva” como controladora mais além do subjetivo de suas atuações. Por isso se afirma que ao Juiz não só se lhe exige correta interpretação e aplicação da lei, senão sua EXCELÊNCIA em oposto com a mediocridade.
Porém, aos parafiscais que se lhes exige? A opinião popular não digere como um Fiscal Geral ante um mandato expresso da Constituição no sentido que os altos funcionários do Estado como o é um Diretor de Departamento Administrativo, D.A.S., seja investigado diretamente pelo Fiscal Geral e resulte lendo que é pela Fiscalização, delegando tão crucial investigação num subalterno. Tal mediocridade e carência de EXCELÊNCIA e de conhecimento do elementar procedimento coloca ao Fiscal Iguarán em cúmplice dos crimes do narcoparamilitar ex-diretor do D.A.S. e conselheiro direto da política de Segurança do Miniführer. Não digere a opinião popular que suas macabras práticas de aniquilamento de sindicalistas não foram de conhecimento e aprovação do Miniführer Presidente. O efeito de tal mediocridade da Fiscalização redunda em benefício ao afundado ambiente governamental; porém, por sua vez, indigna a opinião popular que clama pela alternativa da Justiça Popular.
Outro caso: O do PARACOALCAIDE de Cúcuta.
Com quase dois anos de impune liberdade na sede social do narcoparamilitarismo, como se conhece a cidade de Cúcuta, a acusada cabeça desse governo local fronteiriço, afiança como uma necessidade e ponta de lança do projeto paramilitar do governo do Miniführer contra a Revolução Bolivariana no vizinho país.
Reinstalado em seu cargo pelo deslize cúmplice da Para Fiscalização, o paracoalcaide continuou em suas andanças. Um funcionário do D.A.S. ativo na investigação contra ele foi molestado, recrudescendo o assassinato seletivo em Cúcuta. Políticos locais, Militares, Deputados, Vereadores, empresários que desfilaram durante sua reclusão na confortável “Casa del Chofer”, continuaram seu séqüito, agora no Despacho do paracoalcaide, convidados ao banquete de sua Administração. Viajam junto a ele personagens representativos. Ex-senadores como CARLOS BARRIGA. Deputados como JORGE VILLAMIZAR. Deputados como CARLOS AUGUSTO CELIS, JORGE GARCIA HERREROS, JOSE LUIS FLOREZ RIVERA, JAIRO DIAZ. Empresários da Câmara de Comércio como GONZALO TELLEZ e até o Reitor da Universidade Francisco de Paulo Santander HECTOR PARRA.
A bonança da cocaína no Catatumbo, graças às hostes da sexta divisão do exército colombiano dirigidas pelo Cavaleiro da Motosserra, Salvatore Mancuso, se viu refletida na inversão imobiliária da infra-estrutura na cidade de Cúcuta. O paracoalcaide se a joga com o futebol e injeta dinheiro dos narcotraficantes no Cúcuta Deportivo.
Em Cúcuta opinam: “O Prefeito mata, porém faz...”
Seu prontuário judicial continua ativo. Ressoa seu nome em nova indagatória pela autoria de um assassinato mais: o do advogado e assessor jurídico do departamento Norte de Santander, Jorge Uribe Guatibonza. O paramilitar que o acusa afirma: “Esse foi um favor que se lhe devia ao Prefeito...” Tudo isto soa tão certo como o afirmado pelo acusado ex-ministro de Defesa de Colômbia, FERNANDO BOTERO, quando assegura que o ex-presidente SAMPER, ao dar a ordem do ingresso de seis milhões de dólares do Cartel de Cali a sua campanha, lhe disse: “FER... Tocou receber a grana dessa gente...”
Como resulta tão certa e expressiva a nada gloriosa fotografia do Comandante do exército General Mario Montoya com a faixa de bilhetes, que mais parece “agarrando-os” ao encapuzado sicário da rede de delatores do Miniführer.
Como certa e expressiva a confessional do Miniführer de haver participado como civil-paramilitar no operativo contra oito membros do Exército Popular de Libertação assassinados há 20 anos nas exuberantes terras de seus vizinhos mafiosos e pecuaristas em Córdoba.
Como de certeza na opinião popular, que o contrabando de cocaína denunciado seja de propriedade do Diretor da Polícia Nacional, General Jorge Daniel Castro.
Não calar ante o do Norte de Santander.
O atual Governador do Norte de Santander logra chegar a esse cargo sobre o silêncio terrorístico que rodeia a morte do dirigente de esquerda TIRSO VELEZ, seu principal concorrente.
O “favor” o fez seu aliado político, o atual paracoalcaide RAMIRO SUAREZ CORSO.
A bússola e orientação da conquista paramilitar do Catatumbo não permitia que nessa zona do Estado colombiano se desse uma ilha de alento ante o sanguinário fascismo imperante na fronteira colombo-venezuelana. A do Governador e paracoalcaide têm sido administrações de aterrador silêncio contra as centenas de assassinatos de líderes sindicais e populares.
O Miniführer, em anterior oportunidade, intervém com a tese de que a Fiscalização de Cúcuta estava “infiltrada”, porém, não pelo paramilitarismo, como ficou demonstrado, senão que com seu malabarismo curandeiro desviava a atenção da atividade paramilitar dentro da Fiscalização assinalando com método macartista que era da guerrilha.
Então, a enfileirou contra o funcionário advogado NESTOR PACHECO de filiação liberal. O sainte e premiado parafiscal LUIS CAMILO OSORIO cumpriu função paraestatal, que concluiu com os assassinatos de funcionários do Corpo Técnico de Investigação (C.T.I.) da Fiscalização.
Porém, o capitulo não está encerrado. À raiz da detenção do paracoalcaide de Cúcuta se descobre que o paramilitar, vulgo “El Gato”, tem sua Gata na Fiscalização, que é sua noiva MAGALY JANETH MORENO VEGA, investigadora do Corpo Técnico. Esta dependia da diretora de Fiscalizações da cidade de Cúcuta ANA MARIA FLOREZ SILVA, acusada de assassinatos de advogados em Cúcuta e atualmente prófuga da justiça no Canadá.
A rede paraestatal tem a DEISY CALCERAN e ao advogado IVAN FIGUEREDO nas Secretarias de Governadoria Departamental, relacionados nesse andaime com o Coronel VICTOR HUGO MATAMOROS, que era o Comandante do Batalhão Maza em Cúcuta, junto com o coronel MARCO ANTONIO PEDRERO, Comandante Departamental da Polícia; todos sob as ordens do general MARTIN ORLANDO CARREÑO SANDOVAL, então Comandante da V Brigada do exército com sede em Bucaramanga.
Agrego extratos de artigos publicados, entre outros, pelo meio de comunicação ANNCOL, quando o paracoalcaide de Cúcuta estava detido.
“Quando personagens desta casta politiqueira norte-santandereana caem em desgraça, como no alardeado caso do Prefeito de Cúcuta RAMIRO SUAREZ CORZO, sai flutuando a verdadeira catadura dos meios de comunicação e o cordão umbilical que os une. O prefeito paramilitar detido, em olímpica carreira, passa de taxista nas ruas de Cúcuta a empresário de frota de caminhões transportadores. Para a época de Alfonso López Michelsen e do gangoso Turbay Ayala, chamavam-nos “emergentes”, e assim posavam nas fileiras do liberalismo até chegar ao Congresso. Agora, é tão rápido o ascenso que os chamam os “aparecidos”. Os líderes políticos norte-santandereanos COLMENARES – GARCIA HERREROS – CELIS – MALDONADOS – FLOREZ – SANTAELLA – SILVA – BENITEZ – AREVALO – ALSINA – BLANCO – PABON – GARCIA, ETC. ETC. se nutrem deles. São co-beneficiários, co-participantes, colaboradores de seus crimes. O sangue dos massacres salpica suas consciências. É conhecido que a contrapartida com a opção de ganhar a eleição para Governador de Norte de Santander era o fundador da União Patriótica TIRSO VELEZ. Assassinaram-no e ao atual Governador MIGUEL MORELLI NAVIA lhe é asfaltada a via à Governadoria por seu compadre político, o acusado e preso Prefeito de Cúcuta Suarez Corzo. Morelli Navas nutre, por sua vez, ao senador EDUARDO BENITEZ MALDONADO e este personagem encravado no Senado colombiano como quota paramilitar, confabulado com o latifúndio cocainero do Catatumbo, diz que assiste a missa todos os domingos. Na etapa da violência liberal-conservadora na Colômbia, na qual os dois partidos da oligarquia massacraram a trezentos mil colombianos (1948-1957); chamavam-nos “empatadores”: porque rezavam e matavam.”
“Os empresários-industriais-latifundiários norte-santandereanos têm os paramilitares como os fiadores defensores de seus interesses. Nutrem de informação amanhada aos esquadrões da morte, encarregados de aniquilar os sindicalistas, desaparecer com os adversários políticos, selecionar suas vizinhanças, envolvendo a população civil no pesadelo do sangrento conflito. Empresários, industriais, líderes políticos e militares têm afundado o Norte de Santander na “horrível noite”.”
Conta-se com registro de mais de cinco mil assassinados dos anos 2000 a 2005. É tão longa a lista! Extensa a fileira de lápides. Não se suporta o silêncio dos sepultados e insepultos. O regime do NarcoTerrorismo de Estado no Norte de Santander durante a última década culmina com a chegada de 7.500 soldados do general MARTIN ORLANDO CARREÑO, que efetua a “limpeza” de comunistas desde El Zulia, Puerto Santander, Campo Dos, La Gabara, El Tarra, Tibú, no Catatumbo colombiano.
Logo assenta a tropa do assassino da Motossera, Salvatore Mancuso. Afiançam o poder, econômico, político e militar na região e divulgam que exterminaram a Insurgência armada no Catatumbo. Com esse cenário propício o General MARTIN ORLANDO CARREÑO impulsiona a fracassada invasão paramilitar à Venezuela, que buscava o magnicídio do Presidente Hugo Chávez Frías.
Entre alguns dos assassinados pelo Terrorismo de Estado no Norte de Santander rememoramos a: RAMON ANIBAL DIAZ CARVAJAL e sua esposa, advogados, em 1986. DARIO COLMENARES e sua esposa SHIRLEY DIAZ, em 1985, advogados defensores de detidos políticos, assim como a CARLOS ARIZA e JAVIER BARRIGA, em 1994. O Terrorismo de Estado, aliado da MAFIA BRANCA de Médicos politiqueiros e corruptos no Norte de Santander aniquilam à diretoria do SINDICATO DE TRABALHADORES DA SAÚDE – ANTHOC, assassinando a GABRIELA GALEANO, CARLOS CORDERO e a ROSALVA CALDERON SANCHEZ, assassinada na rua central de Ocaña, em 3 de outubro de 2000. Do Sindicato de Educadores – ASINORT, rememoremos a HERNANDO SANGUINO, assassinado em Ocaña em 1985, Província que ainda hoje padece os efeitos de tão oprobrioso crime, em espera do castigo de seus autores intelectuais reconhecidos e que as massas de influência popular que tinha o Exército de Libertação Nacional clamam a gritos que NÃO CALEM!!! ELSA CLARENA GUERRERO e CAROLINA SANTIAGO NAVARRO, educadoras assassinadas em Ocaña, em 28 de janeiro de 2001. Também em Ocaña o Engenheiro Agrônomo e político liberal LUIS ALFONSO LEMUS PABA, assassinado em 2005 no sul do Cesar.
O festim burocrático e corrupto se cuida de não destampar a panela podre do Narcoparamilitarismo no sul do Cesar e na Província de Ocaña. Expoentes como o Senador Uribista CIRO RODRIGUES, preparam suas malas para fugir. Na conventual e conservadora Pamplona, berço do triste General Lanzabalas Reyes, o nexo das rançosas famílias de “sobrenome” com a oficialidade da casta militar desde antanho, golpeia duro em suas consciências. São vergonhosas, pois alguns de seus membros estão marcados com o vínculo paramilitar. Lá também chegará o destapamento da podre panela.
Neste interminável périplo, voltemos a deter-nos na cidade de Cúcuta, para rememorar e jamais olvidar assassinados do terror paramilitar por seus verdugos politiqueiros: PAUSOLINO CAMARGO PARADA, ex-sacerdote e ex-Prefeito de Cúcuta, assassinado no ano de 2000. IVAN VILLAMIZAR LUCIANI, ex-Defensor Regional do Povo, assassinado em 2001; como também os estudantes EDWIN LOPEZ e CESAR LEAL. Os advogados CARLOS ARTURO PINTO BOHORQUEZ e MARIA DEL ROSARIO SILVA DIAZ, Fiscais especializados que investigavam a rede de Narcoparamilitarismo nas quais estão implicados líderes políticos e empresariais de Cúcuta e Ocaña; também vítimas da inimizade gratuita da prófuga Diretora de Fiscais, ANA MARIA FLORES SILVA. E, ainda que seja interminável a lista e resulta injusto deixar de rememorar a algum sacrificado mártir, sabendo que seus autores materiais e intelectuais detêm o poder NarcoParaUribista no Norte de Santander, golpeia a presença na recordação de CARLOS BERNAL, DAVID JAIMES, LUIS HUMBERTO ROLON, dirigentes do Partido Comunista Colombiano no Norte de Santander.
Sem Estado de Direito nem oposição política, rege a Alternativa da Justiça Popular.