"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 26 de maio de 2007

ECOPETROL entregava aos paramilitares 100 milhões de pesos

Segundo o diário El Nuevo Siglo, ECOPETROL foi uma das beneficiárias das enormes somas de dinheiro que pagavam multinacionais e empresas colombianas. Afirmou que esta empresa petroleira pagava às “autodefesas” 100 milhões de pesos de há 10 anos, o mesmo que a Oleoducto Central de Colômbia Ocensa, destinados à proteção dos oleodutos, diz a USO.


[Por USO*]

Numas explosivas declarações em sua versão livre ante a Fiscalização em Medellín, ontem quinta-feira 17, o chefe dos paramilitares Salvatore Mancuso, salpicou a várias empresas nacionais e estrangeiras, entre Ecopetrol a quem acusou de brindar-lhes apoio por anos. Segundo o diário El Nuevo Siglo, ECOPETROL foi uma das beneficiárias das enormes somas.

Segundo o diário El Nuevo Siglo, ECOPETROL foi uma das beneficiárias das enormes somas de dinheiro que pagavam multinacionais e empresas colombianas. Afirmou que esta empresa petroleira pagava às “autodefesas” 100 milhões de pesos de há dez anos, o mesmo que a Oleoducto Central de Colombia Ocensa, destinados à proteção dos oleodutos.

Bavaria, Postobon, Hyunday, as bananeiras Chiquita Brand, Doll, Proban, Delmonte, Banacol, Uniban, Carbones del Caribe, Copetran e comerciantes da Costa Atlântica também foram assinalados pelo confesso paramilitar como financiadores dos bandos criminais.

Há um mês, a transnacional Chiquita Brands admitiu haver colaborado com as AUC, como parte de um acordo ao qual chegou com a justiça estadunidense e que lhe valeu o pagamento de uma multa de 25 milhões de dólares.

Ao fechamento desta página, sexta-feira 18 de maio, ECOPETROL ainda não se havia pronunciado frente às graves acusações de Mancuso como, sim, o fizeram Bavaria e Postobón negando toda vinculação.

A USO, vítima das arbitrariedades criminais dos paramilitares, através de ameaças e do assassinato de dezenas de seus dirigentes, entre eles o companheiro Aury Sará Marrugo, reconhecido por Mancuso, de anos atrás vem denunciando a altos dirigentes da empresa por suas relações com a AUC.

Chama a atenção que agora todos os acusados por Mancuso neguem os vínculos com as AUC quando, antes das revelações, exigiam, fazendo coro ao governo, que se revelasse toda a verdade. O chefe paramilitar, segundo os acordos da lei de Justiça e Paz, tem a obrigação de revelar tudo o que sabia sobre os crimes cometidos. Ao não fazê-lo, perderia os benefícios da norma, isto é, não os oito anos de cárcere estipulados, mas sim quarenta e a extradição aos EE.UU. Isto quer dizer que, se está mentindo, deve esquecer-se de Justiça e Paz.

A USO, igual que todo o povo colombiano, espera que se reconheça toda a verdade para ressarcir às milhares de vítimas dos crimes sem nome dos paramilitares, que com estamentos importantes do estabelecimento buscavam “refundar a pátria”. Uma pátria para eternizar os privilégios e a injustiça.

A USO faz própria a declaração do 17 de maio as três centrais sindicais que assinalam a respeito que “na versão livre que está dando o paramilitar Mancuso, compromete a todo o grêmio bananeiro; ademais, às empresas Bavaria e Postobon e hoje, ao que parece, abordará os vínculos de outras empresas com a onda de terror que impuseram os paramilitares”.

“Chamamos a atenção – acrescentam as centrais – sobre esta grave situação, já que confirma nossas denúncias e que demanda do Governo uma resposta, porque na Colômbia há uma relação entre este tipo de apoios com a intimidação ou a liquidação sindical”.

* União Sindical Operária, sindicato de ECOPETROL.

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