Prova da sobrevivência de Juan Carlos
Entrada da guerrilha com prévia declaração de cessão das hostilidades para a área e por tempo determinado.
Acompanhamento, verificação e garantia internacionais do processo, através da França, Espanha, Suiça, Venezuela, Estados Unidos entre outros.
[ANNCOL]
A seguir publicamos palavras do deputado Juan Carlos Narváez, em poder das FARC.
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Sou Juan Carlos Narváez.
Agradeço tudo o que vocês têm feito por nós, temos apresentado várias propostas, que têm sido interrompidas pela intransigência das partes ou por oportunismo e negligência de alguns destinatários.
Sem podermos reunir os doze, insistimos numa mensagem que seguramente interpreta a todos.
Senhor Presidente Álvaro Uribe Vélez : entendemos a política de segurança democrática como o caminho escolhido pelo senhor e a imensa maioria do eleitorado para recuperar a autoridade do Estado e imediatamente alcançar a paz e a reconciliação do país, não entendemos porquê as soluções negociadas são utilizadas diante de determinados atores armados ilegais e nem sequer são consideradas diante de outros, não entendemos porquê
a segurança democrática já não contém entre suas prioridades estratégicas um Acordo Humanitário com as FARC, que inevitavelmente abriria as portas da paz.
Senhor Presidente: o Acordo Humanitário não pode continuar sendo bandeira de seus opositores, deve ser parte da segurança democrática como política de Estado. O único que pode liderá-lo e concretizá-lo é o senhor, todo o país o apoiaria.
Senhor Presidente nao compartilhamos das chamadas desocupações ou desmilitarizações impunes, simplesmente pedimos que decrete a Pradera e Florida como zona neutra de encontro para o Acordo Humanitário com estas condições:
- Retirada provisória da força pública por 30-45 dias.
- Entrada da guerrilha com prévia declaração de cessão das hostilidades para a área e por tempo determinado.
- Acompanhamento, verificação e garantia internacionais do processo, através da França, Espanha, Suiça, Venezuela, Estados Unidos entre outros.
Tudo o mais só deve ser discutido na mesa e não pode ser condição prévia, Senhor Presidente, uma zona neutra de encontro não afetará em nada a política de segurança democrática.
Finalmente, rogamos que não utilize o argumento de resgate em oposição excludente do Acordo Humantiário. Ambos são obrigações constitucionais só que um acordo especial garantiria plenamente nossas vidas.
A recorrente ameaça de resgate nao só mortifica nossas famílias, mas resulta num sofisma que prolonga nosso sofrimento ou quem sabe nos condena à aurora de uma fuga em meio de uma ofensiva militar ou pior ainda a um massacre lamentável, como o de Urrao, já que queríamos um resgate exitoso e imediato, porém passram-se 5 ou 9 anos malogrados inclusive para esta opção. Portanto, já não se justifia, ainda mais por existirem procedimentos políticos e humanitários para acordarem nossa liberação por que não Senhor Presidente, se se trata da vida de seus compatriotas.
Finalmente insistimos em convocar o grande Fórum Internacional sobre o Acordo Humanitário com estes propósitos:
Conscientizar o Valle e a Colômbia sobre a urgência de uma zona neutra de encontro. Entregar simbolicamente à Comissão Internacional, a zona de encontro? Solicitar massivamente ao Senhor Presidente que decrete tal zona o mais rápido possível.
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