"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 4 de junho de 2007

A violência há 55 anos

Apolinar Díaz – Callejas, membro do Partido Liberal, traz um recorde histórico da “violência” que se agencia desde o Estado há mais de 55 anos. “Centenas de camponeses inocentes, homens, mulheres e crianças, foram sacrificados sem piedade em uma horrenda e inútil orgia de sangue. Plantações, casas e instalações de trabalho foram destruídas e saqueadas. O governo não permitiu que o país conheça plenamente essa monstruosa façanha.”


Desde antes de 1948


[Por Apolinar Díaz – Callejas· http://www.apolinardiaz.org]


Faz 55 anos o chefe do partido liveral doutor Carlos Lleras Restrepo dirigiu ao presidente da república encarregado Roberto Urdaneta Arbeláez, em 30 de maio de 1952, uma enérgica carta, denunciando os crimes cometidos pela polícia militar no município tolimense do Líbano. Disse o doutor Lleras que a forma de atuar da polícia militar nessa região não possui antecedentes na história da República.


Centenas de camponeses inocentes, homens, mulheres e crianças foram sacrificados sem piedade em uma horrenda e inútil orgia de sangue...


Plantações, casas e instalações de trabalho foram destruídas e saqueadas. O governo não permitiu que o país conheça plenamente essa monstruosa façanha e a tal ponto levou suas precauções de ocultamento que não autorizou sequer que comissões de enfermeiras da Cruz Vermelha Nacional acudissem a região assolada para prestar auxílios aos sobreviventes. Não se alegue que os inocentes camponeses que foram assassinados por dezenas e dezenas nos locais escolhidos caíram no curso da batalha, pois, tenho provas contundentes, relatos absolutamente vorazes, que me demonstram que a polícia assassinou feroz e covardemente a grupos de camponeses que se encontravam pacificamente entregues ao seu trabalho.


O 30 de setembro de 1952, dias depois do assalto à bala de sua residência, o 6 de setembro desse ano, igual que a do ex-presidente Alfonso López Pumarejo, o doutor Lleras Restrepo se dirigiu de novo ao Presidente Urdaneta Arbeláez informando que iria da Colômbia ao amparo da embaixada da Venezuela, por falta de garantias para sua vida e a de sua família. Relembrou toda a onda criminal de violência sectária espalhada sobre o país, à vista do governo, e recordou a Urdaneta que como Ministro de Guerra deu a ordem de que toda a população civil existente em um imenso território dos Llanos orientais, o abandonaram no término de 5 dias, baixo a intervenção de que, vencido esse prazo, toda pessoa, homem, mulher ou criança que fora encontrada dentro dos limites assinalados seria tratada como bandoleiro, ou seja, fuzilada sem fórmula de juízo. Assim foram arrancados de seu território, famintos e desnutridos, muitos milhares de camponeses inocentes. Nessa tremenda carta o doutor Lleras Restrepo denunciou a onda de crimes políticos que estavam sendo cometidos ao longo do país. O doutor Lleras Restrepo finalizou sua carta dizendo: Hoje nos distanciamos do país, mas vamos retornar a ele, e a vida não haverá de negar a nós e a nosso partido a ocasião de dar a quem hoje nos oprime uma nova lição de justiça, de moderação e de patriotismo.


As recordações anteriores me obrigaram a refletir sobre o comportamento e agressividade do próprio Presidente Alvaro Uribe Vélez. Foi e é o único aliado sulamericano do presidente Bush nas criminosas guerras de invasão ao Iraque e Afeganistão, as quais causaram e estão causando centenas de milhares de mortos de todas as idades e condição e a destruição sistemática desses países. Essa aliança honra o presidente Uribe Vélez, ou pelo contrário, o desqualifica na própria América e no mundo? A ordem que deu aos generais do Exército de se liberar a força se necessário a Ingrid Betancourt, é de uma responsabilidade total. Por isso a reação da França, dos democratas norteamericanos e de outros países contra o presidente Uribe Vélez.


Todo mundo quer a paz e o entendimento e um acordo humanitário. Ninguém pede terra arrasada e extermínio fora de combate dos opositores.


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