"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 27 de junho de 2007

Tomando o touro pelos chifres: conversa com a negra Miguelina

A negra Miguelina, farta de tanto absurdo com a parapolítica e com a burla permanente do regime ao povo colombiano, se meteu comigo em uma discussão sobre as origens ideológicas do para-Presidente, depois de idas e vindas ideológicas, ela, com sua lábia prodigiosa resumiu a coisa em uma máxima; Então, que renuncie o paraco! Disse com voz muito forte, que renuncie o paraco! Eu a olhei nos olhos e podia ver sua raiva.



Uribe Vélez centenas de crimes em seus cinco anos!


[Cesar García Sanclemente/ANNCOL]


A negra Miguelina, farta de tanto absurdo com a parapolítica e com a burla permanente do regime ao povo colombiano, se meteu comigo em uma discussão sobre as origens ideológicas do para-Presidente, depois de idas e vindas ideológicas, ela, com sua lábia prodigiosa resumiu a coisa em uma máxima; Então que renuncie o paraco! Disse com a voz muito forte, que renuncie o paraco! Eu a olhei nos olhos e podia ver sua raiva.


Eu contei a ela que no século XIX se desenvolveram algumas ideologias, entre elas uma chamada a conservadora, que além de explicar o mundo, essas ideologias eram umas instituições no sentido literal do termo, instituições porque teriam seus instrumentos para propagar-se, a imprensa, a rádio, as telenovelas, -digo a TV-, uma igreja, e um ou outro pregador para propagar-se como malesa em lavoura. A negra me meteu em problemas quando me perguntou a diferença entre um liberal e um conservador, eu disse, para escapar, que sua diferença é mínima e esta pode desaparecer se decidem uma quota política; ou uma divisão burocrática, estamos a ponto de ser levados pelo diabo, diz, e como nós suportamos isso?


Tentando ser mais explícito com a Negra Miguelina contei-lhe que os conservadores sabem que as sociedades devem mudar, mas que eles vêem as mudanças sociais, como uma aplicação das mudanças segundo as 7 velocidades da tartaruga paralítica, é como se não gostassem das mudanças, sobretudo se feitas por outros. Os conservadores amam o status quo. Seus lemas principais, Deus, propriedade privada, tradição e família.


Para os conservadores as mudanças sociais são melhores se as estruturas continuarem intactas, é por isso que eles detestam as revoluções; "por isso que Uribe, apesar da Parapolítica não quer que nada mude, é como dizer a mesma coisa em diferentes palavras". Disse a Negra enquanto toma um copo de café. Eu continuo... olha negra, por isso os conservadores estão contra o aborto, contra as relações sexuais antes do casamento- é por isso que Uribito disse a seus filhos que de jeito nenhum trançar antes do casamento- me interrompe a Negra-,... Estão contra os homossexuais, os anarquistas, contra as lésbicas, os comunistas e, sobretudo, contra as idéias progressistas, pois estas dão as costas ao papai do céu.


- A Negra parece refugiar-se em seus próprios pensamentos, e eu levanto a voz para certificar-me de que ainda me escuta-, os conservadores em seu afã de manter intactas as estruturas reivindicam a família clássica, a comunidade, a igreja, a ordem e naturalmente as monarquias ou oligarquias para dizê-lo nos termos das repúblicas bananeiras. A Negra me olha como se lesse meu pensamento: é por isso que Uribito vai à missa e faz cara de santo quando recebe a hóstia e é por isso que a alta hierarquia da igreja o mima tanto, e é por isso que patrocinou os paracos para manter a ordem e as coisas intactas. A Negra entendeu claramente, penso.


"Agora entendo, -continua a negra sem olhar-me- e até quando vamos agüentar este regime de merda, que intercepta as chamadas sem ordem judicial, -e não acontece nada- que tem ministros golpistas,- e não acontece nada- que tem vice-presidente mentor do Bloco capital",-e não acontece nada- que teve como diretor do DAS um amigo de Jorge 40- e não acontece nada-, que tem um presidente eleito na ponta da motoserra, e nada. Para que aconteça algo minha negra- lhe digo como dizendo a mim mesmo- temos que tomar as ruas para exigir sua renúncia e formar um governo de reconciliação nacional que seja capaz de parar a guerra.


Então vamos à rua! - Disse a negra - apesar de meus quilos a mais!.



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