"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 22 de junho de 2007

Comunicado FARC-EP - A Troca é produto de Acordos

COMUNICADO
A TROCA É PRODUTO DE ACORDOS


Dissipada a fumaça da manobra uribista, estamos, mais uma vez, diante da realidade do Intercâmbio de prisioneiros e do necessário despeje militar de Pradera e Florida.


Não foram debilitadas as FARC, nem se gerou o ambiente para desencarcerar e continuar mantendo na impunidade os para-políticos amigos do Presidente.


Já sem a fumaça, o certo é que os verdadeiros guerrilheiros continuam presos e, nem sequer Rodrigo Granda está completamente livre. O engano e a manipulação da opinião foram tão evidentes que Uribe não conseguiu ocultá-los: deve ao país e ao Presidente Sarkozy uma explicação coerente.


O povo que é infinitamente mais sábio do que seus governantes e, já intuía a resposta das FARC ao suspeitoso anuncio da libertação unilateral: é uma decisão que não obriga. Não há Troca se as duas partes não recebem seus prisioneiros. Querem ocultar o escândalo da narco-para-política. A designação dos porta-vozes das FARC para qualquer eventualidade é atribuição exclusiva do seu Secretariado.


A verdade é que para Colômbia tem sido fatal a torpeza do Governo de negar a existência do conflito e desqualificar o adversário, porque fechou as portas das soluções políticas. Não se ganha uma guerra se atrelando ao expediente de qualificar de terrorista uma organização política e militar como as FARC, que luta por instaurar um Novo Governo, onde a verdadeira democracia, a dignidade e a soberania sejam possíveis.


Pactuar a Troca de prisioneiros continua sendo uma prioridade. Se o Governo nacional se compromete a deixar em liberdade sem condições a Rodrigo Granda e a dar-lhe garantias suficientes para sua movimentação a fim de contatar diretamente o Secretariado, sem guarda-costas oficiais, rádios nem telefones satelitais consideraríamos sua nomeação como verificador das FARC para o despejo militar de Florida e Pradera, visando o Intercâmbio Humanitário, atividade especial que faria em companhia de testemunhas internacionais e nacionais de organizações populares e de familiares dos prisioneiros.


Verificado o afastamento da Força Pública, guerrilheiros da área confirmarão o fato e, de imediato o Secretariado das FARC convocará mediante um Comunicado os emissários do Governo a realizar o encontro no qual acordaremos com precisão os nomes, garantias, mecanismos e meios para o Intercâmbio.


Saudamos o interesse manifestado por diversos setores e Governos do mundo que não tem caído na armadilha uribista de negar o conflito social e armado que enfrentam o Estado e a Insurgência Revolucionária desde há 43 anos. Destacável a gestão do Presidente Nicolas Sarkozy e a persistência dos emissários de Espanha, França e Suíça.


Reiteramos que um grande aporte dos Governos do mundo à paz da Colômbia seria o reconhecimento das FARC-EP como Força Beligerante.


Por todo o assinalado, valoramos significativamente a declaração do G-8 sobre o conflito colombiano e destacamos sua conclusão final que assinala:
“Os chefes de Estado e de Governo do G-8 formulam o desejo por uma solução humanitária que poderia abrir o caminho para retomar um processo de paz em beneficio de todo o povo colombiano”.



Quem assinaram sabem que isto é exatamente o contrário aos objetivos da fracassada “Segurança Democrática”.


Saudamos a Sonia, a Simón e a todos nossos camaradas presos. Os levamos no coração, sempre!



SECRETARIADO DO ESTADO MAIOR CENTRAL DAS FARC-EP
Montanhas da Colômbia, 18 de junho de 2007