"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 5 de junho de 2007

Colômbia: Espionagem e confissões

A espionagem, não somente de lutadores populares e oposição, como também de membros do regime narco-paramilitar é a mostra de até onde são capazes de chegar em sua paranóia contra-insurgente e responde a preceitos das agências dos EUA. Que há atrás das declarações de Mancuso? Pretendem isentar o narco-paraco número um, Alva-raco, escreve José Maria Carbonell.


A quem serves, antipatriota?


[Por José María Carbonell, ANNCOL]


Não param os escândalos na administração narco-para-fascista de Alva-raco Uribe Vélez. Definitivamente esse regime é um regime imerso em sua própria podridão. Podridão que se pretende ocultar. Como pretenderam ocultar seus nexos íntimos com a máfia da droga. Que têm sido revelados em múltiplas publicações, dentre as quais mencionamos o livro de Joseph Contreras e Fernando Garavito, Biografia não Autorizada de Álvaro Uribe Vélez[http://www.redresistencia.org/] e o artigo de Allende La Paz, Os inomináveis de boca em boca [http://www.anncol.org/es/site/doc.php?id=3047].


A espionagem.


Os colombianos, especialmente os lutadores populares, sempre soubemos que os órgãos estatais de repressão, Forças Militares, Polícia, Organismos Secretos (DAS, etc), sempre fizeram “inteligência” sobre as atividades que desenvolvemos e até a invasão de nossa vida privada (seguimentos, fustigamentos, telefones grampeados, correspondência violada,microfones ocultos em residências e escritórios, etc).


Desta invasão de privacidade, “inteligência” a chamam os nada inteligentes membros desses organismos de repressão, abastecem eles as chamadas “listas negras” que sempre elaboram, mas que agora nesta administração estiveram pressente quando García – ex -funcionário do DAS – revelou que Jorge Noguera Cotes – então diretor deste organismo – havia elaborado uma “lista negra” a qual entregou a seu sócio, também sócio de Alva-raco, o assassino-chefe narco-paraco “Jorge 40”, para sua eliminação física, como os assassinatos de Alfredo Correa De Andreis, Zully Codina e Fernando Pisciotti.


Agora, porém, “descobrem” que a polícia faz “inteligência” não somente contra os lutadores populares e membros da oposição – que “está bem” segundo os membros do regime – como também contra ministros e personalidades políticas do mesmo regime. E põem o grito no céu, porém demonstrando até onde pode chegar a paranóia contra-insurgente.


A pergunta que se deve fazer é: Por ordem de quem? Porque o “aguacate” (enfadonho?) J.M. Santos disse que eles não sabiam. O que se sabia é Alva-raco Uribe Vélez. Depois do debate do volúvel senador Gustavo Petro, numa roda de imprensa reconheceu que se fazia “inteligência” a membros da oposição. O que não sei é se a “inteligência” que a Polícia fazia era uma ordem direta de Alva-raco Uribe, ou a Polícia o fazia pra granjear a simpatia do narco-paramilitar presidente.


Porque também sabemos que a Força Pública (militares, polícia e organismos secretos) realiza “inteligência” em países estrangeiros. O caso da República Bolivariana da Venezuela é bastante significativo. Elaboração de planos de magnicídio de funcionários estatais estatais, incluindo o presidente Hugo Chávez Frias – entre os quais se concretizou o assassinato do Fiscal Danilo Anderson; compra de funcionários corruptos da DISIP; invasão e violação da soberania com narco-paracos e com membros da Força Pública – dois dos quais encontraram a morte no exercício de suas ilícitas atividades; utilização de membros das máfias narco-paramilitares par “invadir” de cocaína a Venezuela e ter a justificativa para invadir a Venezuela.


Iguais atividades foram realizadas em outros países. Na Costa Rica, o Partido Vanguardia Popular denunciou, em 2004, a elaboração de “listas de refugiados” por parte da embaixada colombiana em San José. Posterior a essa denúncia, dá-se a perseguição a um médico há 7 anos refugiado nesse país, por parte de Jorge Noguera Cotes, que primeiro pretendeu comprá-lo para sapear os membros da Comissão Internacional das FARC porque “ele teria acesso a eles” e seqüestrar-lhe depois para lhe apresentar como o “sucessor de Rodrigo Granda na Comissão Internacional das FARC”.


No Canadá foi descoberta a presença de Carlos Castaño bisbilhotando uma importante universidade de uma de suas cidades onde estão refugiados políticos colombianos não afeitos ao regime narco-paramilitar. E em países da Europa também os membros das legações diplomáticas e os narco-paracos ali transplantados fazem “inteligência” não se sabe com que finalidade.


As confissões


As “confissões” dos chamados cabeças do narco-paramilitarismo confirmam as denúncias que as organizações populares, políticas de esquerda e ONGs têm feito durante tantos e tantos anos. O narco-paramilitarismo é uma política de estado, disse Salvatore Mancuso, e disse que ele “é uma prova fidedigna”. E em sua “confissão” envolve diferentes membros dos diferentes poderes do estado: Executivo, Legislativo, judiciário e membros da Força Pública. Nada de novo, já sabíamos isso.


Já havíamos denunciado Fachito e Juan Manuel Santos por suas reuniões com Mancuso no clube El Nogal. E os desejos de J.M. de aplicar um golpe em Samper. Ou que César Gaviria Trujillo foi o criador das CONVIVIR. Tampouco é novidade que Rito Alejo del Rio e que outros generais estejam em relações promíscuas com os narco-paracos. Já o havíamos dito. Menos nos assombra é que haja juizes narco-paracos. Tampouco que haja narco-para-fiscais. Nada disso é novo, já sabíamos e denunciamos em ANNCOL. Sempre o temos feito.


Talvez o novo é que um cabeça do narco-paramilitarismo como Mancuso reconheça isto e decida contar a verdade. Por que o faz? Por duas razões fundamentais: A primeira, para tratar de salvar a pele de Alva-raco Uribe Vélez, que, com esta “confissão” passa uma conta de cobrança a todo o “establishment”, recordando-lhes que TODOS estão metidos no conto do narco-paramilitarismo e no terrorismo de estado. Que todos têm “rabo de palha”.


A segunda é a pretensão de Salvatore Mancuso de se apresentar como um “lutador político” recorrendo ao sofisma de que os mais de 6.000 assassinatos dos quais é inculpado os realizou por motivações políticas. Porém, não me submeto a esse conto. Se bem é uma política de estado o Terrorismo contra o povo colombiano seus executores não são “lutadores políticos”, são simplesmente ASSASSINOS que executam ordens.


Os narco-paramilitares são bandas delinqüentes que traficam drogas para os EUA e Europa e suas estruturas têm sido utilizadas pelo regime para adiantar as “tarefas sujas” do Terrorismo de Estado, o qual significa um alto custo político quando as realizam diretamente suas forças militares, como estão fazendo agora de novo. Porém, aos narcos que disparam o gatilho, ou utilizam a motosserra ou o facão, não lhes move uma motivação política, move-lhes o cumprimento da ordem assassina para seguir adiantando suas lucrativas atividades criminais: enviar droga, espoliar terras a campesinos e indígenas, extorquir comerciantes, etc. Ou seja, a eles os motiva “tornar-se rico” ou “receber uma remuneração de 350 mil pesos por mês”.


Porém, também em ANNCOL temos denunciado que Alva-raco Uribe Vélez é da mais profunda entranha do narcotráfico e do paramilitarismo na Colômbia. E há uma diferença, por sutil que seja para alguns, entre Alva-raco Uribe e os Santos, por exemplo. Se bem os Santos têm utilizado o narco-paramilitarismo para seguir perpetuando-se no poder – como toda a oligarquia – e são responsáveis, por conseguinte, de seus crimes, Alva-raco é um caso bem diferente.


Alva-raco Uribe Vélez é narco-paramilitar. Seu ser, seu coração, seu cérebro é narco-paramilitar. Alva-raco não somente é responsável político dos crimes do narco-paramilitarismo como presidente, como também é responsável material por quanto ele faz parte dessa organização criminal. Sua responsabilidade é dupla. E por ela terá que responder como terá que fazê-lo a oligarquia colombiana por todos esses crimes de lesa-humanidade.


A mão sinistra


Por trás da espionagem, não só aos lutadores populares a à oposição, como também aos próprios membros do regime narco-paramilitar, está, sem dúvida, a mão sinistra do governo dos Estados Unidos e suas agências. A quem mais senão lhe interessa conhecer todo o espectro das opiniões em torno da atual crise que há na Colômbia. Ademais, a Policia é uma instituição que cada vez é mais da confiança das agências imperiais, como a DEA, a cujos generais lhes permitem o envio de carregamentos de cocaína aos EUA como prêmio por serviços prestados.


O carregamento de 409 quilos que “couberam” ao general Castro, no México, é uma prova disso. O estranho é que o próprio governo de Alva-raco Uribe Vélez promova outro corrompido general, Óscar “coca” Naranjo cujo irmãozinho “caiu” com alguns quilos de mais na Alemanha e foi condenado – laxamente – a 5 anos de prisão.


Um Novo Governo


A atual crise somente será superada na Colômbia com um Novo Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, cuja base seja o povo, o constituinte primário, e garanta uma nova institucionalização, passo prévio e indispensável para a construção de uma Nova Colômbia.



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