"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 25 de junho de 2007

FARC de acordo com libertação de prisioneiros

Porém sem trapaças, afirma Raúl Reyes em entrevista concedida ao jornalista Lázaro Paniza em especial para Colprensa. Em clara alusão às pressões feitas pelo governo de Uribe ao dirigente das FARC, Rodrigo Granda de que renunciasse à essa organização insurgente, abandonasse o ‘crime’ ou aceitasse o exílio. Reyes adverte que não haverá encontros sem desmilitarização e que quem nomeia seus porta-vozes é o Secretariado.


A firmeza e dignidade de Rodrigo Granda desbarataram as intenções sujas do regime uribista!


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A seguir a entrevista publicada no diário El País da cidade de Cali.


***


Qual é a posição das Farc frente ao gesto unilateral do Governo de libertar guerrilheiros?


A liberação de guerrilheiros é bem vista pelas Farc desde que esta seja sem condições, sem pressões nem trapaças, como a que nós fizemos em La Macarena quando em 2002 liberamos unilateralmente 305 integrantes do Exército e a Polícia, durante os diálogos pela paz com o governo Pastrana. O mais são campanhas midiáticas com fins políticos.


Esse gesto contribui para a realização do intercâmbio humanitário?


As Farc mantém sem modificações sua proposta sobre o intercâmbio humanitário, a zona desmilitarizada e a verificação, porque um acordo sério sobre a liberação dos prisioneiros das duas partes requer garantias que possibilitem o encontro dos porta-vozes do governo com as Farc.


Granda disse que não faz nada sem a ordem das FARC. Foi avaliada ou não por vocês a saída do “Chanceler” do cárcere?


Granda nunca se intimidou diante de nenhuma das exigências do Governo. Seu “seqüestro” na Venezuela por parte do Estado colombiano, além de transgredir a soberania e as leis dos venezuelanos, foi injusto, posto que sua missão era o trabalho político e diplomático com ênfase no acordo humanitário.


O presidente da França, Nicolás Sarkozy, sugeriu a Uribe a liberação de Granda em busca do intercâmbio. Existe algum caminho percorrido nesse sentido entre França e as Farc?


Em primeiro lugar, agradecemos ao presidente Nicolás Sarkozy por sua gestão. Nada havia sido combinado entre o Governo francês e nós pela liberação de Granda. O Secretariado das Farc é que nomeia ou autoriza as posições- da organização em todos os temas.


Porém Granda será o porta-voz das Farc para tratar o tema do intercâmbio com o Governo?


Os porta-vozes plenipotenciários das Farc se reunirão com os do Governo nos municípios desmilitarizados. Não existe nenhuma opção de reuniões sem esta garantia.


O Governo quis reunir-se com um membro das Farc para tratar o tema da desmilitarização de Pradera y Florida, com o fim de facilitar a tomada de decisões a respeito. Isto seria possível agora?


As possíveis reuniões de nossos porta-vozes com os do Governo se efetuarão uma vez que sejam desmilitarizados os municípios de Pradera y Florida.


Porém o Presidente tem sido enfático em que não haverá desocupação militar como condição para tratar o tema...


Não haverá encontros sem essa desocupação.


Diz-se que as Farc estão divididas diante do tema do intercâmbio e a saída de Granda...


Nas Farc todos estamos de acordo com a saída da prisão dos guerrilheiros prisioneiros; o que não aceitamos são compromissos que vão de encontro com nossas convicções.


O que pensam as Farc sobre os guerrilheiros que se beneficiaram da liberação?


Aqueles que foram liberados sem firmar compromissos com o Governo estão dentro do direito de alcançar a liberdade mediante qualquer alternativa, e os outros darão explicações a seus superiores.


Não acredita que a melhor via é a negociação para a reconciliação entre os colombianos?


As Farc jamais renunciaram à busca das saídas políticas para o conflito social, econômico e armado.


Por que as Farc não oferecem outras condições de vida, como a liberdade, a Emmanuel, o filho de Clara Rojas?

O menino de Clara merece outra forma de vida, como também a merecem os filhos das guerrilheiras nascidos nas prisões e os milhões de meninos famintos, doentes e desamparados que estão nas ruas.


Que mensagem há para os familiares dos secuestrados? Poderiam enviar-lhes provas de sobrevivência?


Mantemos a melhor boa vontade de enviar provas de sobrevivência, porém, antes de tudo procuramos garantir a segurança dos prisioneiros do que expô-los ao fogo cruzado entre a Força Pública e os guerrilheiros que lhes dão cuidados.


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