Após violenta repressão, agricultores celebram acordo social por Catacumbo
A Associação de Agricultores de Catatumbo (Ascamcat), região localizada no
norte da Colômbia, difundiu uma convocatória para a celebração do Acordo Social
por Catatumbo, em 2 de agosto em La Aduana (Tibú).
Com a facilitação de Todd
Howland, representante do Alto Comissionado para os Direitos Humanos das Nações
Unidas na Colômbia, o vice-presidente Angelino Garzón, o ex-presidente Ernesto
Samper, o provincial dos Jesuítas Francisco de Roux, o senador Juan Fernando
Cristo, a Comissão de Paz do Congresso da República representada pelo
representante da Câmara Ivan Cepeda, e Omar Alberto Sanchez, bispo de Tibú, a
entidade apresentará à sociedade colombiana e ao Presidente da República, sua
mostra de vontade política para negociação e pedidos básicos a serem
solucionados por parte do governo.
A Ascamcat relata que, após 50
dias de mobilização dos agricultores de Catatumbo, o país, por fim, "tem
voltado seus olhos” para uma região durante décadas explorada e violentada de
várias formas. Os agricultores têm recebido a solidariedade e o acompanhamento
de setores sociais e populares em nível nacional e internacional, da comunidade
internacional com presença na Colômbia, da academia, de artistas, políticos e
estudantes.
Os moradores de Catatumbo,
segundo informa a convocatória, têm organizado e construído uma proposta
alternativa de vida e desenvolvimento para a região, enquadrada em uma zona de
reserva agrícola. Eles defendem a zona de reserva agrícola como alternativa
legítima de proteção alternativa da vida camponesa, porque o país precisa para
sua soberania alimentar e para a conservação dos recursos estratégicos.
"Na zona de reserva agrícola demarcamos nossa vontade e nossa proposta de
substituição de cultivos de uso ilícitos, rejeitamos as políticas mineradoras e
energética, de segurança, de direitos humanos, e, em geral, o modelo de
desenvolvimento que nos foi imposto, e propomos um modelo baseado na
sustentabilidade ", declara a convocatória.
Desde 11 de junho de 2013, as comunidades
agrícolas organizadas em Catatumbose mobilizam nos municípios de Tibú e Ocaña.
Cerca de 14 mil agricultores exigem o cumprimento dos acordos violados pelo
Estado sobre a declaração de Zona Reserva agrícola como uma alternativa real
para substituir o cultivo de coca, para a produção de alimentos e
sustentabilidade, e também garantir a permanência no território das comunidades
que vivem na região. Mais de 50 pessoas feridas, cerca de 20 presos e dois
agricultores assassinados é o saldo dos protestos no Catatumbo.
Fonte: Adital