Democratização dos meios de comunicação é proposta pelas Farc
As Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia - Exército do Povo (Farc-EP) apresentaram, nesta
quarta-feira (7), em Cuba, iniciativas para a democratização da
informação e dos meios de comunicação em massa.
Antes do início de outra jornada do diálogo de paz com o governo colombiano, o membro da delegação insurgente, Marco León Calarcá, leu um comunicado do grupo defendendo a criação de um Conselho Nacional de Políticas da Informação e a Comunicação.
No Palácio das Convenções, em Havana, sede permanente dos diálogos, o representante apontou que o propósito desse conselho é promover assuntos como a educação e contribuir ao desenvolvimento e à promoção de uma cultura democrática participativa.
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Além disso, seriam planejados e implementados mecanismos para garantir a fiscalização e o controle social sobre o rádio, a imprensa e a televisão. As Farc-EP defendem medidas para a descentralização da propriedade desses meios, através de regulações destinadas a impedir que grupos econômicos monopolizem a propriedade.
Também propuseram a democratização do espectro radioeléctrico e a distribuição em parcelas iguais das frequências de rádio e televisão entre os setores público, privado e social.
Entre as iniciativas, destacam-se também a criação de condições especiais à oposição política para o acesso à propriedade e programação dos meios, e as garantias de acesso também para comunidades camponesas, indígenas e de setores sociais excluídos.
Da mesma forma, propõem a criação de um fundo especial de financiamento de meios alternativos e comunitários, e o desenho e implementação de um programa especial de informação e comunicação que difunda e explique os acordos entre a guerrilha e o Governo.
As Farc-EP também se referiram ao direito à informação veraz e oportuna, com responsabilidade ulterior e direito de réplica. Da mesma forma, falaram do acesso universal às tecnologias da informação e comunicação, e da melhoria das condições dos trabalhadores do setor.
No último sábado (2), Calarcá convidou os meios de comunicação a oferecerem um maior espaço aos pontos de concórdia e consenso com o governo no âmbito das conversas. "Por que quase toda a informação se dirige aos temas de desacordo? Por que não utilizamos um pequeno espaço para realçar os temas de acordo?", questionou.
As delegações da guerrilha e do governo de Juan Manuel Santos prosseguem os diálogos de paz, que têm Cuba e Noruega como mediadoras, e Venezuela e Chile como observadores.
A agenda pactuada inclui, além do tema agrário (já discutido) e a participação política (em discussão), outros aspectos, como a atenção às vítimas, o problema do narcotráfico e o fim do conflito armado.
Da redação do Vermelho,
Com informações da Prensa Latina