A Marcha Patriótica explica por que não participa nas eleições presidenciais e por que se deve respaldar a greve agrária e uma nova Constituinte
A
Marcha Patriótica repudia o atual estado em que o campo não passa
de terra da Máfia Política e paramilitar, protegido por meio milhão
de militares e policiais que, com seus organismos de inteligência,
espionam toda a oposição, tanto na Colômbia como em Havana, na
Europa e no resto do mundo: Trata-se, portanto, de Terrorismo de
Estado.
O
movimento político e social Marcha Patriótica declara:
1.-
Os recentes acontecimentos turvam uma vez o processo eleitoral em
curso e comprometem as campanhas à Presidência da República dos
candidatos Juan Manuel Santos e Oscar Iván Zuluaga, reconfirmam os
limites sistêmicos do regime político e de representação e,
especialmente, do sistema eleitoral. A investigação de fundo dos
fatos deveria contribuir para esclarecer a trama criminosa que rege
as práticas políticas das classes dominantes.
2.- Ficou
evidente para a opinião pública que por trás da fachada de
processos eleitorais que dizem atender as regras da democracia
liberal, são ativados múltiplos dispositivos que conjugam o
clientelismo e a corrupção com atividades que se encontram fora da
legalidade imposta pela própria elite no poder, a fim de garantir o
regime de democracia governável que impera no país.
3.-
Nesta ocasião se trata das tentativas de instrumentalização dos
diálogos de Havana com a finalidade de produzir rendimentos
eleitorais e gerar uma falsa polarização entre dois dos candidatos
da direita colombiana. Naturalmente que os diálogos merecem todo
nosso respaldo, não só por representar a possibilidade real de
encontrar uma saída política para o conflito social e armado, mas
pela potência que um eventual Acordo final pode desencadear para
contribuir para a real democratização do país com vistas à
construção da paz com justiça social, aspiração legítima do
povo colombiano.
4.- Os
fatos conhecidos reafirmam nossa posição de não participar como
movimento político e social na atual disputa eleitoral para a
Presidência da República, considerando os limites estruturais para
a participação política e social, em um sistema que está
concebido e esboçado para garantir a reeleição de representantes
dos partidos das classes dominantes e de suas políticas.
5.- Ao
mesmo tempo, demonstram a imperiosa necessidade de continuar com todo
o empenho pelo caminho de um processo constituinte baseado na mais
ampla e ativa participação social popular, que permita consolidar a
perspectiva de uma Assembleia Nacional Constituinte, que contemple
como parte de suas aspirações a dignificação da política e a
real democratização da sociedade.
6.-
Reiteramos nosso apoio pleno e nosso compromisso com a greve e a
mobilização em curso impulsionados pela Cúpula Nacional Agrária,
Camponesa, Étnica e Popular e sua pauta de reivindicações. Estamos
convencidos de que em meio à mobilização e à luta popular
contribuiremos para construir a grande convergência nacional para a
paz com justiça social reclamada hoje pelo nosso povo.
Fonte: http://www.marchapatriotica.org/
Fonte: http://www.marchapatriotica.org/