MST mobiliza 18 estados e leva ações da jornada de luta a mais quatro países
Realizando mais de 60 ocupações de
terra e prédios públicos, obstrução de rodovias e promovendo
marchas em pelo menos quatro capitais brasileiras, a Jornada
Nacional de Lutas por Reforma Agrária já mobilizou 17 estados
brasileiros e o Distrito Federal. Além disso, o Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) tem realizado ações na Itália,
Espanha, Estados Unidos e Inglaterra.
A Jornada denunciaa estagnação do
projeto de Reforma Agrária nos últimos três anos, reivindicando um
plano emergencial do governo federal para o assentamento de mais de
100 mil famílias acampadas. Exige também a paralisação do
Programa Nacional de Habitação Rural, novo crédito para a
agricultura familiar, ampliação e fortalecimento de programas de
compra de alimento diretamente dos assentados (PAA e Pnae).
Além disso, reclama a retirada do
tema da titulação dos assentados da Medida Provisória nº 636, de
2013, que prevê moldes para a liquidação de créditos concedidos
aos assentamentos da Reforma Agrária, para construção, ampliação
e reforma de habitação. O movimento quer ainda a implementação de
iniciativas que garantam educação nos assentamentos.
Em São Paulo, maior capital
brasileira, mais de 1.500 militantes do MST chegaram em marcha e
ocuparam o prédio da empresa Odebrecht, na região do Butantã,
nesta quinta-feira, 08 de maio. A ação visava a denunciar a atuação
da empresa agroindustrial na geração de impactos negativos na vida
da população do campo e da cidade.
Em Salvador, Estado da Bahia, no
mesmo dia, mais de 3 mil sem terra acamparam em frente à sede do
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Eles
reivindicam maior celeridade na execução da Reforma Agrária no
país e a investigação do assassinato de Fábio Santos, militante
do Movimento, morto em 02 de abril de 2013, na cidade de Iguaí.
Outras ações têm mobilizado a
militância nos Estados do Ceará, Alagoas, Distrito Federal, Goiás,
Maranhão, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco,
Paraíba, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
Homicídio de militantes
Durante o período de mobilizações,
três militantes do MST foram assassinados em menos de uma semana. No
Estado do Paraná, um sem terra foi assassinado no assentamento
Sétimo Garibaldi, município de Terra Rica. Com atuação destacada
na luta pela Reforma Agrária na região, ele foi alvo de emboscada
na porta de sua casa, acompanhado de seu filho de sete anos de idade.
Na região de Apodi, no Estado do Rio
Grande do Norte, em um acampamento que reúne 500 trabalhadores
rurais, outros dois militantes foram executados por homens numa moto
sem placa, que fugiram imediatamente depois. O crime ocorreu na área
onde está sendo construído perímetro irrigado do Departamento
Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), sofrendo os sem terra
ameaças constantes por parte de jagunços armados e seguranças da
empresa que faz a obra.