"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 19 de junho de 2007

Contra a corrente

Não parece a vocês um pouco “peculiar” o pensamento dos membros destacados do pensamento neoliberal “pastuso” que orientam a economia colombiana nestes momentos de retração financeira transnacional e auge da luta de Massas trabalhadoras, não apenas em todo o continente latino-americano, mas em nossa ensangüentada Colômbia?



[Alberto Pinzón Sánchez/ANNCOL]


Devo esclarecer que eu teria gostado de ser “Pastuso”. É uma terra maravilhosa, povoada por pessoas trabalhadoras, artísticas, hospitaleiras e sobretudo engenhosas, que deram mostras suficientes ao longo da história colombiana da bravura de seu povo. O Libertador Simon Bolívar deixou vários testemunhos disso. A característica mais destacada de sua consciência social histórica, é pensar diferentemente à totalidade, e esse resquício dialético que os transformou em objeto de trapaça e escárnio sobretudo por parte dos “paisas”, que se consideram os “espertos”de toda a Colômbia, não conseguiram (nem conseguirão) ser eliminados. Claro que como é algo social, pensar contra a corrente pode transforma-lo tanto em um trabalhador para defender seus interesses, como um membro da classe dominante “Pastusa”. Porque também existem.


E como não desejo se mal interpretado, deixo claro que não estou me referindo a Navarro Wolf, mas a Armando Montenegro, um dos melhores alunos da “teologia neoliberal” que teve início na Colômbia no Kinder presidencial de César(OEA) Gaviria, sentado na mesma pequena banca com Rudolff Hommes, o poderoso acessor econômico atual do Miniführer Uribe Vélez.

Em sua coluna do jornal o Espectador, neste 03 de junho, Montenegro escreve contra toda a evidência econômica que existe sobre a multimilionária lavagem de dólares e a especulação financeira transnacional da Colômbia ou se preferem “global”, e contra todas as provas jurídicas, ideológicas, diplomáticas e sobretudo, as realidades militares e Políticas da atualidade; fazendo gala de seu caráter “pastuso”, para explicar a devastadora queda do dólar frente ao peso colombiano, que em sua reavaliação chega já aos níveis que tinha na crise de 1998, escreve em oposição estes parágrafos textuais que eu transcrevo:


“... Por esse motivo (a reavaliação do peso), um bom amigo apontava semana passada que a iniciativa de soltar aos presos da guerrilha, aos chefes das AUC e aos seus cúmplices da política era, na realidade, uma medida cambiária; que era a iniciativa mais criativa e acertada já se havia podido conceber para produzir a desvalorização da moeda. Insistia em que desta forma se atacava a raiz do problema: a maior confiança nas instituições e a segurança na Colômbia. Que os milhões de presos soltos nas ruas, delinqüindo como no passado, poderiam deter a enxurrada de inversões no país.


Destacava que esta medida também poderia estimular a desvalorização (do peso) por uma via adicional. Dizia que libertar milhões de presos da mais alta periculosidade poderia ser a resposta perfeita para os parlamentares democratas norte-americanos que exigiam que se fortalecesse a justiça colombiana como condição para a aprovação do TLC. Desta maneira, sem esse tratado e com menores exportações a longo prazo, o mercado deveria entender que viriam menos dólares ao país e que, por fim, o peso deveria desvalorizar-se.


Por último, meu amigo apontou que os assessores políticos do Governo haviam saído com uma jogada de mestre que, finalmente, poderia alcançar a esperada desvalorização (do peso) e agradar aos exportadores que se movem pelos corredores que chegam ao poder. Haviam encontrado a solução que havia escapado às melhores cabeças da economia.


Não parece a vocês um pouco “peculiar”, o pensamento dos membros destacados do pensamento neoliberal “pastuso” que orientam a economia colombiana nestes momentos de retração financeira transnacional e auge da luta das massas trabalhadoras, não apenas em todo o continente latino-americano, mas em nossa ensangüentada Colômbia?



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