"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 21 de junho de 2007

O G-8 e a Colômbia

Muitos colombianos nos perguntaram o que teria a ver o encontro dos países mais industrializados do planeta – encontro que se denomina G-8- e a Colômbia , e porquê o presidente colombiano acertou como ultimato para “liberar” unilateralmente a Granda até o dia 7 de junho data em que se inicia o encontro dos países mais ricos do planeta. As respostas podem ser várias, algumas muito complexas. Escreve Johnson Bastidas.


O mundo deve saber que este sujeito é um paracomafioso!


[Johnson Bastidas*]


Muitos colombianos nos perguntaram o que teria a ver o encontro dos países mais industrializados do planeta – encontro que se denomina G-8- e a Colômbia , e porquê o presidente colombiano acertou como ultimato para “liberar” unilateralmente a Granda até o dia 7 de junho data em que se inicia o encontro dos países mais ricos do planeta. As respostas podem ser várias, algumas muito complexas. Escreve Johnson Bastidas.


As respostas podem ser várias, algumas muito complexas. Para muitos colombianos esta população alemã chamada Heiligendramm, situada tão longe de nosso solo pátrio e difícil de localizar no mapa-múndi será o cenário onde pode soar o nome de Colômbia por diferentes razões.


Primeiro porque nós, digamos os latino-americanos estamos integrados à Europa desde o século XV desde a conquista e colonização, foi uma integração violenta passada por todas as formas de violência para a imposição de um modelo de sociedade, costumes, religião e idioma. Desde então, tudo o que se passa aqui está ligado ao ocidente e o futuro do ocidente está intimamente ligado ao nosso presente.


O fenômeno migratório nos coloca diante dessa história comum, os europeu emigrantes de ontem são hoje os receptores de nossa migração.


Os homens têm sido emigrantes por natureza, primeiro atrás dos recursos como a água, pela sobrevivência fugindo da fome, das guerras, e agora buscando novos horizontes com vários sonhos a realizar.


No sistema capitalista integrado por complexas redes financeiras e políticas, o que se passa em Heiligendamm determina, ainda que muitas das resoluções/acordos destes eventos não se cumpram como mostra um estudo conjunto das universidades de Toronto e Moscou, que indica que depois de 1996 só 48% dos acordos firmados são cumpridos. Por exemplo, se chega-se a um acordo para reduzir os efeitos ambientais da produção desenfreada do capitalismo selvagem, quiçá nossos netos possam respirar um ar menos contaminado.


Outro exemplo, mais ligado com a paz na Colômbia poderia ser que, estes países reconheçam que a insurgência colombiana não é terrorista e é digna de uma interlocução internacional para chegar a acordos e abrir diálogos que conduzam à paz. Seria um passo que contribuiria para tornar público e dar legitimidade ao que se faz em caráter privado, ou seja, que muitos países europeu têm interlocução com a insurgência colombiana.


Outro elemento, tão importante quanto o anterior está ligado às inversões que muitos países da União Européia (UE) têm na Colômbia, vários destes países estão interessados em comprar o que nossa classe dirigente vende nas licitações internacionais, a energia elétrica, o campo eletromagnético, as refinarias, os bancos, e nossas empresas e recursos estratégicos, ou seja, sua intervenção na Colômbia não é gratuita. Somos desafortunadamente um país muito rico e somos objeto dos capitais internacionais. O rol destas empresas e capitais é conhecido por sua intervenção no financiamento dos paramilitares, muitas têm financiado a guerra e agora grandes megaprojetos em solo colombiano foram precedidos da ação paramilitar.


Sim, a UE teve vontade política de verdade para nos ajudar na construção de um modelo de desenvolvimento que nos dignifique e um modelo de sociedade democrática seria possível, porém, a questão não é de boa vontade, a vontade desaparece quando há dólares em questão.


A construção da paz na Colômbia passa por resolver o problema do narcotráfico, é sem sombras de dúvidas fundamental para nós buscar saídas para este problema, saídas distintas da militar ou da visão repressiva e de ordem pública como se concebe sempre este flagelo. A UE pode ter, sem sombra de dúvidas, um papel importante neste fenômeno, é em solo europeu que se ‘lava’ parte importante dos dinheiros ilícitos, é em solo europeu que se produzem a maioria dos produtos químicos com que se elabora a cocaína. Sem controles a lavagem de dinheiro e a comercialização ilegal dos produtos químicos não existe saída integral dos fenômenos. As saídas militares e fumigações malignas com Glifozato estão condenadas ao fracasso, sem nos atermos aos últimos informes da CIA que anuncia que o cultivo da folha de coca aumentou em 12 mil hectares (8%) em 2006.


Esperamos, apesar de tudo, que a UE evoque seriamente o problema humanitário da Colômbia e que se comprometa com a saída política de nosso conflito. Nós colombianos devemos rechaçar todo o apoio da UE à política democrática do regime colombiano. Política que se traduziu em mais morte e repressão. Pronunciamentos valorosos como o do parlamentar Jens Holm diante do comissário Peter Mandelson encarregado de assuntos comerciais da UE , mostram que a crise humanitária e o criminoso do regime já ultrapassa as fronteiras. Holm pediu a revisão de qualquer acordo assinado entre a UE a Colômbia, ante a violação sistemática dos DDHH e ante a falta de justiça no escândalo da Parapolítica.


Como vêem amigos leitores, a população alemã de Heiligendamm apesar de estar tão longe geograficamente, estará muito próxima de nós nos dias em que durem o G-8, se, se como se acredita, o tema da Colômbia for ventilado seriamente.


*Sociólogo