Que poder tinha Marcel! – A verdade por trás da RCTV na Venezuela.
Marcel transfere sua verborragia para Miami!
[Alexis Arellano]
Marcel (o marido de uma das acionistas da RCTV) tinha um imenso poder na Venezuela. Chegou a ser tão forte que alguns presidentes o temeram e obedeceram. Sabiam estes que algum dia deixariam de ser presidentes, porém Marcel continuaria sendo o Marcel que fabricava e destruía líderes, o homem cujo apoio era imprescindível para criar-se uma imagem de político probo e inteligente.
Essa conduta, tão própria da quarta, de preocupar-se mais por seu futuro político do que com a resolução dos problemas da nação, tornou forte um indivíduo que contou com meios de comunicação e falta de escrúpulos para endossar ou prestigiar aos que lhe davam o contra.
Era tão grande o poder deste personagem, que ainda que operando uma concessão do Estado se dava ao luxo de impedir a aparição de um presidente em exercício em ‘seu ‘ canal de televisão.
Até homens com poder e sem escrúpulos, como Jaime Lusinchi, se dobraram diante de Marcel. Não se atreveu o ex-presidente a negar-lhe a renovação da concessão à RTV, apesar de ser seu inimigo pessoal e estar facultado pela lei para fazê-lo.
Marcel sempre fez o que lhe vinha à cabeça, a tal ponto, que homens como Reny Otolina e Ali Primera vetou não só em seu canal, mas na televisão venezuelana. Nenhum meio de comunicação nem nenhum político protestou por estes abusos e atropelos à liberdade de expressão... era demasiado perigoso enfrentar a fúria de Granier.
Os funcionários públicos de alto nível lhe rendiam cortesia e tremiam ante seus arroubos de ira. Bastava a ameaça de dedicar-lhes um par de editoriais para colocá-los de joelhos.
Os partidos políticos, por seu lado, estavam obrigados a incluir candidatos a deputados e senadores, incondicionais de Marcel. Enquanto que não poucos ministros foram nomeados por este personagem.
Como zopilote (abutre), alimentou seu poder com a sujeira. Os abusos, a corrupção e os crimes da quarta república foram alimento para seus cofres e poder. Crimes como os de Caracazo, Amparo e Yumare, carregaram de dor o povo venezuelano, porém representaram excelentes negócios para Marcel.
Suas pautas publicitárias cresciam na mesma medida que se expediam instruções para que a RCTV não fizesse, em cada uma dessas oportunidades, uma campanha em defesa do direito à vida, como a que hoje realiza em ‘defesa da liberdade de expressão”
Marcel não respeitava (nem respeita) lei alguma e nainguém se atreveu a condená-lo. Com as leis que proibiam o tráfico de drogas, a publicidade de bebidas alcoólicas, a projeção de pornografia e a violência em horário infantil, limpou o traseiro cada vez que assim desejasse; e ainda hoje continua fazendo isso com a lei Resorte e a que penaliza a injúria.
Nem mesmo a decisão soberana do povo de dar respaldo aos sócios políticos de Marcel e mandar para a lata de lixo tudo o que cheirava mal na quarta república, fez sobrar poder para este gênio da manipulação.
Lançou-se contra o povo e seu governo e conseguiu derrubar este último. Por curto tempo, é certo, porém não foi atingido nem com a pétala de uma rosa.
Numa clara demonstração de poder, nosso personagem organizou, promoveu e financiou, junto com outros, a sobotagem petroleira, as fuga de dólares e o sainete de Altamira; sem passar sequer quinze minutos nos escritórios da polícia.
Em resumo, pode-se afirmar que o esposo da dona de RCTV, tinha e tem poder, porém seu domingo chegou. Em 27 de maio venceu a concessão do canal e o governo venezuelano decidiu não renová-la.
Sem esta concessão Marcel não mete medo a ninguém, seus editoriais e campanhas destinadas a intimidar funcionários já não continuam brindando benefícios, o poder de convocar massas através de suas manipuladas campanhas desaparecerá, e como se fosse pouco, uma muito enorme quantidade de milhões vão-se com a concessão.
Por fim começa a inteirar-se de que ele não pode ser mais poderoso que um Estado, por mais pomposo que seja o nome de sua esposa.
Essa realidade o coloca à beira da loucura. Ninguém perde tanto poder e dinheiro de uma canetada só e fica como se nada tivesse acontecido.
Luta desesperadamente por preservar seu negócio e privilégios e ainda tem habilidade para conseguir alguns covardes que acreditam que a luta é pela liberdade de expressão, pela democracia e porque o povo venezuelano deixará de ver esse despropósito que chamam a Rochela.