"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 23 de junho de 2007

Espelho, espelho meu...

Alva-raco Uribe Vélez está cada dia mais desesperado. E tem motivos. Tudo o que ele levantou está desabando como um castelo de cartas. Recorreu a tudo. Mas nada conseguiu. Foi um fracasso o Plano Colômbia, o TLC, o ‘resgate militar’, e como se fosse pouco, Rodrigo Granda e as FARC derrubaram a estratagema da ‘liberação’, escreve José Maria Carbonell.


Que companhias!


[Por José María Carbonell, ANNCOL]


Alva-raco Uribe Vélez está cada dia mais desesperado. E tem motivos. Tudo o que ele levantou está desabando como um castelo de cartas. Recorreu a tudo. Mas nada conseguiu. Por que? Vejamos por que...


A mentira edificada toda sua vida – e guardada cautelosamente- veio à tona. Suas relações íntimas e ‘profundas’ com os grupos narco-traficantes e paramilitares estão mais que recomprovadas. Amizade íntima entre Pablo Escobar Gaviria Trujillo-, e com os círculos mafiosos do Cartel de Medellín.


Durante seu governo em Antioquia foi absurdo o número de CONVIVIR, entre outras coisas –também- criação de César Gaviria Trujillo. Nessa época trabalhou muito próximo a Rito Alejo del Rio e Harold Bedoya, dois generais reconhecidos por suas conexões com os narco-paracos. E agora desde 2002, quando chegou como inquilino na Casa de Nariño, recebeu de Andrés Pastrana e Ernesto Samper 12.000 narco-paramilitares. Número que durante seus primeiros quatro anos aumentou para 40.000 narco-paramilitares, que são as cifras que sua administração apresenta dos narco-paramilitares que se ‘acolheram’ nos “sainetes de los Ralitos”.


O edifício de podridão de Alva-raco se derruba como um ‘castelo de cartas’.


Mas quando tinha tudo já quase ‘consolidado’ começa a ser derrubado o edifício de podridão que construiu. Saíram as denúncias de Incoder, Findeter, Supervigilância privada e a do DAS de Jorgito Noguera Cotes (chamado de “o ventilador” por um ex-funcionário dessa entidade de sobrenome Garcia, que deixou “escapar” que Jorgito elaborava ‘listas negras’ de dirigentes populares, as passava à “Jorge 40” (reconhecido chefe narco-paramilitar da Costa Atlântica) para que executasse os que estavam nas tais listas; além de apagar históricos judiciais de chefes narco-paracos em troca de milhões de dólares e participava na elaboração de planos de magnicídio na Venezuela, um dos quais resultou no assassinato do Procurador Danilo Anderson.


E logo vieram, diante de suas pretensões de sair ‘limpo’ do passeio fazendo a culpa recair sobre os outros, os ‘ventiladores’ de alguns chefes do narco-paramilitarismo – como Mancuso, acusado de 6.000 assassinatos de camponeses no Catatumbo e na Costa- que têm o ameaçado a dizer a verdade sobre a participação de empresários e personalidades da ‘nata’ da oligarquia colombiana na conformação, financiamento e apoio logístico, assim como direção dos grupos narco-paracas.


Acusações que, não é que ‘salpiquem’, mas que demonstram quão profundamente implicada está a oligarquia colombiana no projeto narco-paramilitar, seu braço executor ‘ilegal’ do Terrorismo de Estado, porque o ‘legal’ são as Forças Militares.


E um dos envolvidos é Fachito Santos, explosivo vice-presidente, que queira constituir – ou constituiu- seu ‘Bloco Capital’. Bloco que lhe permitiria consolidar ‘militarmente’ o poder que sua família acumulou amamentando-se da guerra e do assassinato de milhares de colombianos.


Foi se fechando então o círculo dos envolvidos no narco-paramilitarismo que são ‘das entranhas’ de Alva-raco Uribe: Seus primos Jorge Alberto e Mario Uribe, seu ‘chaceler’ Conchi Araújo, seu ‘cunhado’ Álvaro Araújo Castro, seu “sogro” Álvaro Araújo Noguera (que agora não é ‘valente’ como quando mandava assassinar líderes populares no César e está se escondendo como um rato), e 30 parlamentares muito próximos deles.


Lógico que tal situação foi considerada profundamente contra-producente para o regime narco-paramilitar construído pela oligarquia colombiana, com a direção dos Estados Unidos. Isso poderia praticamente acabar com as instituições colombianas e propiciar a derrubada do estado, o que não poderia ser tolerado por Alva-raco e sua corte narco-paramilitar, mito menos pelos gringos.


Porque além disso todo o resto foi sendo derrubado e o povo colombiano sabe para que direção vão suas ‘políticas’ : econômica, social, militar. Mais miséria e fome para o povo, mais recursos para a guerra contra as FARC, guerra que está ‘mais perdida que barata no meio do galinheiro’.


Então inventam o ‘conto do vigário’ da ‘liberação unilateral’ de ‘guerrilheiros das FARC’ como um ‘gesto para o intercâmbio’. Claro que todas as propostas ‘generosas’ de Alva-raco Uribe levava –como um ‘mico’ agarrado nos ombros- umas condições: “renunciar às FARC”, ‘converter-se em gestores de paz’, etc, etc. Condicionamentos que mostravam ocultas intenções de tal ‘gesto humanitário’.


Mas bastaram algumas declarações de Rodrigo Granda –liberado contra sua vontade, como diz seu advogado e o próprio insurgente das FARC- para derrubar ‘como castelo de cartas’ as intenções ocultas de Alva-raco. Granda não renunciou à sua condição de guerrilheiro das FARC e repudiou os títulos que lhe imputaram: antes era o ‘Chanceler das FARC’ (segundo o conto do narcotraficante General Castro), e agora, por obra e graça de Alva-raco- é ‘gestor de Paz’. Além disso mostrou a farsa da liberação: seus beneficiários eram desertores das FARC e alguns civis acusados de serem ‘auxiliadores das FARC’.


Granda tem sido contundente, como o é sua própria organização, as FARC, quando disse que é impossível o ‘Intercâmbio Humanitário’ sem o despejo de Pradera e Florida, e que ele nada pode fazer sem a autorização do Secretariado Nacional das FARC. Nada mais lógico que isto.


Este pronunciamento derruba – ‘como castelo de cartas’- a pretensão de Alva-raco Uribe de forçar as FARC a realizar um ‘Intercâmbio Humanitário’ segundo a sua vontade, ou seja, realizar uma ‘troca’ sem desmilitarização, sem reconhecer o conflito armado, sem reconhecer que seu pretendido ‘resgate militar’ é um completo fracasso, no qual gastam 19 milhões de dólares diários.


Porque Alva-raco, em sua imensa cegueira política e perversidade não pôde entender que a desmilitarização de Florida e Pradera são por apenas 45 dias para preparar os mecanismos para o Intercâmbio, ou Troca, de Prisioneiros de Guerra, e que tal despejo não dá nenhuma vantagem militar às FARC porque a realidade nos está mostrando que não precisam dela. Aí estão seus golpes contundentes dos últimos meses. É essa vantagem militar das FARC a que lhes permite insistir no despejo como garantia para um real e adequado Intercâmbio de Prisioneiros de Guerra.


No entanto, tamanha é a cegueira do inquilino da Casa de Nariño e sua corte narco-paramilitar, que não vêem que a chamada ‘liberação de guerrilheiros das FARC’ é algo mais que o despejo dos municípios, é o despejo da Colômbia inteira! Com tal ação Alva-raco Uribe deu as costas ao seu próprio ordenamento jurídico e demonstrou seu lado mais ditatorial. E como se fosse pouco põe na mesa do G-8 o tema do Intercâmbio, ou Troca, e a qualificação das FARC como organização insurgente.


Porque estou certo de que o presidente francês Sarkozy não é tão cego como Alva-raco Uribe e sabe que o Intercâmbio ou Troca de Prisioneiros se dará assim que os negociadores das FARC e do governo, acompanhados por delegados de países amigos, se sentem em uma mesa na zona despejada de Pradera e Florida.


Tal situação de desabamento o leva ao desespero. Até o TLC está desabando. Por isso contrata uma empresa – das ‘entranhas’ de Billl Clinton, democrata ‘criador’ do Plano Colômbia – por 100.000 dólares ao mês para que ‘melhorem sua imagem’ nos Estados Unidos. 100.000 dólares que significam 200 milhões de pesos mensais, que serviriam para, por exemplo, diminuir a crise da saúde na Colômbia, cuja população mais pobre padece dos ‘passeios da morte’ inclusive antes do nascimento, como aconteceu a uma mulher grávida que a mandaram para casa sem dar-lhe a atenção adequada e seu bebê morreu.


Mas não é que as FARC estejam derrubando suas políticas, mas o resto do povo colombiano – a população civil – venceu o medo causado por tantos anos de Terrorismo de Estado e se lançou à luta. Aí estão as mobilizações contra o TLC, a do 1º de maio, a greve nacional e a última jornada dos professores e estudantes que mobilizou mais de 250.000 pessoas em protesto pelo corte no orçamento da educação, seguida pela privatização.


Alva-raco Uribe quer que ‘o espelhinho’ lhe mostre uma imagem que não é a dele. Pode dizer quantas vezes você quiser: “espelho, espelho meu... quem é o melhor presidente da Colômbia?’ e a resposta que receberá será sempre: “Esse não é você! Você é o mais corrupto!”.


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