"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 26 de junho de 2007

Educação, conhecimento e informação

A situação da educação na colômbia é dramática e pretende ser estrangulada pelo regime narco-paramilitar de Alva-raco Uribe Vélez com a ‘lei de transferências’. A situação na Colômbia é crítica em tanto que na Venezuela, Equador, Bolívia avança-se em direção à erradicação do analfabetismo. A informação, a educação e o conhecimento e sua realidade hoje, escreve Allende La Paz.


Cuba, um exemplo em educação.


[Por Allende La Paz, ANNCOL]


As políticas do regime narco-paramilitar de Alva-raco Uribe Vélez – mais conhecido como ‘Doutor Varito’, o ‘miniführer’, ‘o ubérrimo’, etc. – levaram a população colombiana ao colapso. Os indicadores sociais são prova patente do anterior. Tais políticas tem uma definida conotação de classe, que favorecem à minoria que detém o poder na Colômbia e desfavorece aos setores privados da riqueza material.


E fica mais que patente no que se relaciona com a educação, o conhecimento e a informação, todos eles em poder quase que exclusivo e exclusivista dos que chamamos na Colômbia de ‘os ricos’.


A educação na Colômbia
2,5 milhões de crianças fora da escolaridade e 12% da população analfabeta.


A educação é a reprodutora do sistema imperante. Desde a colônia tem sido a reprodutora daquilo que alguns investigadores chamam de ‘paradigma imperante’ e outros chamam ‘o sistema’. Em todo o caso, chame-se como se chame, a educação joga o papel e reproduzir esse sistema e sua perpetuação. No capitalismo está ao serviço da minoria dominante e no socialismo advém em instrumento para a libertação dos povos.


E fica mais patente na Colômbia onde seu principal objetivo é a produção de mão-de-obra qualificada e barata, dos setores populares, em tanto que produz ‘profissionais’ dos setores oligárquicos e burgueses, os quais dirigirão o estado e as grandes empresas. A situação da educação não poderia ser mais crítica, apesar dos esforços governamentais por ‘maquiar’ as cifras e esconder o problema (como todos os demais problemas).


2.500.000 crianças vão às escolas e certos informativos falam que 20 de cada 100 crianças não vão à escola (A Controladoria Geral da República em um informativo de 2002 falava de 3,5 milhões de crianças fora da escolaridade). O analfabetismo está crescendo e no ano de 2004 se falava de um 12% de população analfabeta; no mencionado informativo da Controladoria se fala de 8% de analfabetismo na população maior de 15 anos (Isto não contraria a população menor de 15 anos). Contraria essa situação, os países como Equador, Bolívia, Venezuela, avançam em direção à meta de analfabetismo zero (0).


Estas cifras são apenas uma pequena mostra da situação da educação, situação que pretende ser desconhecida pelo regime narco-paramilitar de Alva-raco Uribe e, como sempre, recorre à maquiagem das cifras, à mentira, para tratar de enganar os ingênuos.


Como se não bastasse, a chamada ‘lei das transferências’ atenta contra o financiamento da educação na Colômbia. Segundo o senador do PDA, Jorge Enrique Robledo, “de acordo com os cálculos dos investigadores do Centro de Investigações para o Desenvolvimento (CID) da Universidade Nacional da Colômbia, os recortes pela lei de transferências serão de 56,4 bilhões de pesos entre 2008 e 2019, dos quais 33,89 bilhões foram tirados da educação e os restantes perderam a saúde e o saneamento básico. Por sua parte, os investigadores do Banco da República Ignácio Lozano, Jorge Ramos e Hernán Rincón, na revista Apagadores de Economia, de abril de 2007, dizem que “é claro que com a mudança do regime ... o governo deixará de fazer giros anuais às regiões que, em média, equivalem a 1,5% do PIB”, quer dizer, a uns seis bilhões de pesos ao ano. A sua maneira, o Ministro da Fazenda também reconheceu a redução: “voltar ao esquema que pretendia a Constituição de 1991 ( que é o que vão modificar) significaria para o país cerca de 45 bilhões de recursos adicionais até 2016”, soma que aponta que se não se reduz “haveria que cobri-la com novos impostos” (O Tempo, 25 de maio de 2007). E o dito recorte foi estabelecido em acordo subscrito entre o governo da Colômbia e o Fundo Monetário Internacional em 23 de maio de 2006, como pode confirmar quem queira”.


Eduardo Sarmiento é um artigo intitulado “O estado da educação” assinala os efeitos das políticas uribianas em matéria de educação e como estas afetam a educação de todos os níveis, pré-escolar, primeiro grau, segundo grau, educação superior. “Os resultados em matéria de qualidade são mais preocupantes. Nos exames do Icfes se encontra que 80% dos estudantes obtêm menos de 2,25 de 5 em matemática e física, e que o desempenho se deteriorou no período 2000-2004. Nos exames internacionais do mesmo tipo, a Colômbia obteve o posto 44 entre 45 países. Na educação superior, quer dizer, nas universidades, os desempenhos são melhores. Com exceção de umas poucas instituições, a norma geral nos exames do estado (Ecaes) é que de cinco perguntas são respondidas menos de duas corretas.


O conhecimento é poder


O conhecimento no sistema capitalista se converte em fonte de poder. “O conhecimento é poder” falou sir Francis Bacon. E esta máxima se converteu em pilar do sistema capitalista, por tal razão somente as classes ‘privilegiadas’ poderiam – e podem – ter acesso ao conhecimento.


Prova disso é que os chamados ‘países desenvolvidos’, quer dizer, a potências, que representam pelo menos 15% da população mundial, produzem 85% dos artigos publicados cada ano em revistas científicas e técnicas (se uma investigação ‘do terceiro mundo’ não é publicada nelas, não existe); patenteiam 91% dos ‘descobrimentos’ do mundo, assim seja roubando aos ‘índios’ sulamericanos e os povos do mundo, recebem 98% do total mundial arrecadado pelo uso de ‘direitos de propriedade intelectual’ e são os ‘donos’ das 500 melhores universidades, segundo suas próprias medidas. Isto, logicamente, está inscrito entre os propósitos imperiais de que se chamam ‘as geopolíticas do conhecimento’.


Tal situação se concretiza na Colômbia ao comprovar que 20% da população (setores ricos) acolhe 52% dos melhores salários. Em Bogotá tal situação é mais visível quando 10% da população tem ingressos 48% mais altos que os 90% restantes. E mais aberrante é a brecha entre o campo e a cidade.


Diante de tal situação o povo colombiano se revela e luta. Hoje em dia é quase impossível que um filho de um obreiro, um camponês, incluso setores da classe média, possam estudar uma carreira universitária. 35% dos estudantes da educação superior desertam depois do primeiro obrigados pela situação econômica. Hoje os professores e os estudantes foram às ruas e lutam contra as nefastas políticas do regime narco-paramilitar.


Tal luta está em sintonia com a permanente luta do povo por educar-se, desde a época da luta pela independência. O invetigador colombiano, H.Vanegas, nos diz em um artigo intitulado ‘O pensamento complexo do Libertador Simon Bolívar’ que ‘Bolívar sempre foi sabedor da necessidade da instrução pública, projeto ao qual incorporou seu próprio professor Simon Rodríguez, com a proposta, mesmo em plena campanha libertadora, de “atrair aos sábios de todas as partes, com a maior generosidade, consciente de que este era o caminho que tinha que seguir para construir a América sonhada, dese os dias em que seu pensamento se abriu ansiosamente para a tarefa de fazer realidade as ânsias de progresso”. (Ramos Pérez D. pg 96)


http://www.pensamientocomplejo.com.ar/doc_articulo.asp?IdDocumento=84


“...São famosos seus escritos sobre instrução pública, qualidade dos educadores e do significado que tenha a educação para elevar o nível de vida dos povos hispano-americanos. Neste campo é famosa sua sentença” que reproduzimos mais abaixo.


A informação


A informação é procurar dados, símbolos, etc., ao receptor e somente o processamento desta informação pelo sujeito aprendiz ele converte em conhecimento. Mas não somente o receptor aprende neste ato, mas também o emissor, que assimila a resposta do receptor para ir assim engrandecendo seu próprio conhecimento. É precisamente o ato educativo que permite esta transformação. Daí a importância do ato pedagógico em qualquer sociedade.


Nos momentos atuais, com o processo de ‘globalização’, pretende-se converter a informação em conhecimento. Nesse processo de ‘globalização’ se entope de informações lixo ao receptor para que o mesmo desenvolva um falso processo de conhecimento’. De outra parte, o direito à informação é um direito inerente a todo ser humano e é de sua necessidade subjetiva – mas também objetiva – dar-lhe a característica de conhecimento. Então o conhecimento é a apreensão ativa, e interativa, da informação, e ambas estão infiltradas profundamente pelas realidades históricas, sociais, etc.


É de singular importância então nestes momentos quem são os ‘emissores’ da informação e quem são os ‘receptores’ dela. Por meio deles é completamente justificado que o governo bolivariano da Venezuela decida de forma soberana ir desenvolvendo os mecanismos para que a informação que recebe o ‘aprendiz’ – o povo – seja o menos supérflua possível, seja uma informação útil (Telesur, Radio del Sur, recuperação da soberania não renovando a concessão À RCTV, rádios e tvs comunitárias, etc.). E na Colômbia é completamente justa a luta do povo, dos professores e estudantes, pela defesa da educação pública perante as pretensões do regime narco-paramilitar de Alva-raco Uribe de privatiza-la também, como fez, por exemplo, coma saúde, com as empresas estatais, etc.


Esta luta dos povos – colombianos e venezuelanos – a partir de condições diferentes vão-se entrelaçando como corresponde à luta de dois povos irmãos e unidos pelo pensamento bolivariano. Hoje mais do que nunca está vigente a sentença do Libertador Simon Bolívar, quando dizia:


“Um povo ignorante é presa fácil de manipulação e de sua própria destruição”.
Simon Bolívar



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