"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 18 de junho de 2013

Alto-falantes da calunia



A direita latino-americana, desde o Brasil, intensifica a propaganda marrom contra o processo de paz entre a insurgência e o governo colombiano


Por Ricardo Tellez, comandante e integrante da Delegação de Paz das FARC-EP em Habana

Fonte: anncol.eu



Um comunicado da Agência EFE, datado de 12 de junho, procedente do Rio de Janeiro, Brasil e publicado pelo jornal El Espectador na Colômbia, informa que o deputado federal pelo Rio de Janeiro, Jair Bolsonaro, integrante do direitista Partido Progressista e porta-voz dos militares da reserva, imputa à nossa organização guerrilheira a utilização de empresários e fazendeiros brasileiros na “lavagem” de dinheiro oriundo do narcotráfico.

A falaciosa acusação inscreve-se no interior de uma campanha coordenada e difamatória promovida a nível continental pelas forças mais reacionárias contrárias às FARC-EP, e mais ainda, contrarias aos diálogos que são realizados em Havana com o governo colombiano.

O formato é idêntico ao da Bolívia, Chile, Paraguai e Peru. Certamente deverá ser posto em prática em outros países da região. Não é uma surpresa para nós. Assim funcionam os laboratórios da propaganda marrom manejada pelas inteligências militares que elaboram as perversidades, para que sejam espalhadas pelas suas marionetes.

O policial Bolsonaro tenta tampar o Sol com a peneira. Ele esquece que nenhum governo conversa com traficantes ou com terroristas. Hoje, o governo colombiano reconhece na sua contraparte, na Mesa de Conversações, uma organização político-militar que faz uso do direito universal da rebelião armada.

Em Havana temos o acompanhamento dos governos de Cuba, Noruega, Venezuela e Chile. Diversas organizações sociais, estudantis, grêmios, artistas acadêmicos, mulheres, indígenas, afrodescendentes e personalidades, a imensa maioria dos países da América Latina e do Caribe, apóiam as conversações. A União Européia, o Vaticano, congressistas dos EUA e, até o Departamento de Estado desse país são a favor da saída política.

Os últimos governos do Brasil têm demonstrado respeito pela nossa luta e se negam a nós rotular de “terroristas” ou de “narcotraficantes”; isso tem permitido participar, com papel de destaque, na libertação de prisioneiros de guerra em poder das FARC-EP, e contribuir para a paz da Colômbia e do continente.

Aproveitamos a oportunidade para reafirmar diante dos povos e governos da nossa América, que nenhuma unidade ou destacamento das FARC-EP realizam operações ofensivas contra exércitos de nações fronteiriças, nem desenvolvem atividades financeiras além das fronteiras do nosso país.  

Nossa política internacional se baseia na não intervenção nos assuntos internos das nações, respeito à soberania, integridade territorial e à autodeterminação dos povos. Queremos que a Colômbia e seus vizinhos possam conviver em um imenso território de paz.

A infâmia e a calunia são as asquerosas armas das almas vis que tornam desprezíveis os Bolsonaros, que repetem como papagaios, os libretos redigidos pela inteligência militar. Essa é a sua contribuição ao suculento negócio que é a guerra para eles, razão pela qual se opõem às tentativas de paz.