"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 7 de junho de 2013

Comunicado Marcha Patriótica 5 de junho de 2013



 Por: Junta Patriótica Nacional da Marcha Patriótica
O presidente Juan Manuel Santos, em quem grandes setores do país  depositaram confiança por sua vontade de diálogos de paz, pôs em perigo a estabilidade da mesa de acordos do Governo Nacional e das FARC-EP, em Havana, Cuba, que conta com amplo respaldo nacional e internacional, assim como também as boas relações de amizade e irmandade tão necessárias com a República Bolivariana de Venezuela.
Após a recente visita a Bogotá do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, se precipitaram perigosos acontecimentos a partir de declarações e desvairadas posições do presidente Santos.
A reunião em Cali dos países do Acordo do Pacífico, que reforçam uma linha direitista e neoliberal na América Latina, que busca fraturar a tendência predominante a nível continental em favor da integração regional sem a presença dos Estados Unidos, em ruptura com os TLCs e a economia de livre mercado neoliberal que favorece o grande capital e as transnacionais e de aberto desafio à cooperação e a ajuda mútua que promovem a CELAC, UNASUL, MERCOSUL e ALBA, instâncias soberanas e autônomas da América Latina e do Caribe.
O encontro na Casa de Nariño do presidente Juan Manuel Santos com o ex-candidato da oposição em Venezuela, Henrique Capriles, agora cabeça visível de um projeto desestabilizador no vizinho e irmão país, quem não aceita os resultados democráticos das últimas eleições e a legitimidade do presidente Nicolás Maduro, é um ato inamistoso e desleal, que, se bem que deve resolver-se pela via diplomática e do diálogo, deixa em suspeita a confiança que se havia construído a partir da eficaz e leal colaboração do governo bolivariano para os diálogos de paz de Havana.
O anúncio do interesse da Colômbia de subscrever acordos de cooperação com a OTAN, com a intenção de ingressar ao pacto militar, herança da “guerra fria” e responsável de muitas desgraças e atos de agressão em diferentes pontos do planeta, desnuda o caráter antipatriótico do governo da Colômbia. A aparente reversão conhecida a posteriori não dissipa as dúvidas, pois mantém a ideia dos acordos de cooperação que, em outras latitudes, terminaram com a instalação de bases militares, neste caso, num continente de paz e de projetos democráticos, ameaçados pelo interesse da Casa Branca de recuperar uma região que sempre considerou como seu “quintal”.
Estas atitudes deixam um manto de desconfiança que faz um profundo estrago ao processo de paz e ao país. Não será fácil restabelecer um clima de confiança em suas palavras depois destas atitudes.
Estes três acontecimentos que modificam os anúncios do presidente Santos de fazer uma guinada na política exterior, para incorporar-se às instâncias regionais de cooperação que têm postulados soberanos e democráticos, unido às concessões à direita e ao militarismo colombianos que buscam arrebentar os diálogos de paz, estão gerando crises na mesa de Havana, que há poucos dias conseguiu um histórico acordo em matéria agrária.
Nesta direção, Marcha Patriótica reitera o reconhecimento a Nicolás Maduro como legítimo presidente eleito por voto popular e expressa ao governo e ao povo de Venezuela nossa solidariedade frente às tentativas desestabilizadoras. Lamentamos que o governo Santos se preste e apóie os referidos intentos.
Convocamos as organizações sociais e populares; aos partidos e movimentos da esquerda; aos setores democráticos e progressistas do país, a defender a mesa de Havana, cercando de solidariedade seus resultados e exigindo gestos de paz contundentes que evitem as crises e os sobressaltos. A respaldar ao governo legítimo e constitucional do presidente Nicolás Maduro, tão somente questionado pela atitude intervencionista dos Estados Unidos, que conta com o respaldo da agressiva atitude da direita venezuelana, encabeçada por Henrique Capriles, personagem comprometido com o golpismo e a violência na pátria de Simón Bolívar.
Há que cerrar fileiras para evitar o ingresso ou os acordos de cooperação com a OTAN, bloco militar agressivo e intervencionista. Significa uma traição do governo de Santos aos postulados majoritários da América Latina e do Caribe. É uma vergonha no continente que recorda o qualificativo que a classe dominante colombiana recebeu de “Caim da América”.
Os fatos trágicos do conflito colombiano não são desejáveis, por esta razão insistimos na trégua e no cessar-fogo bilateral para que os mesmos não alterem o funcionamento da mesa.
Respaldamos os pronunciamentos dignos e solidários da maioria dos governos e povos da América Latina. Demandamos a imediata reunião dos partidos e movimentos do Foro de São Paulo, porque as posturas do presidente Santos, favoráveis à autoridade de Washington, põem em perigo a paz em Colômbia e na região, abrem o caminho para uma maior presença dos Estados Unidos e trata de fraturar todo o espaço que se ganhou na identidade regional e para um projeto político próprio, inspirado nas tradições de nossos países e no pensamento bolivariano e dos próceres de nossas independências que lutaram pela Pátria Grande.

Marcha Patriótica
Bogotá D.C. 5 de junho de 2013