"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sábado, 29 de junho de 2013

Catatumbo Resiste. Santos: Não mate seu povo






"……..yo soy el hombre que ha perdido el miedo para decirle a los de arriba los que son/
de fiesta en fiesta mantienen al pueblo para que nunca estalle la revolución/
aquí en Colombia todo lo bueno está planeado pa’ los de arriba, y los de abajo siguen viviendo sin pan sin techo y sin medicina….".

        Leandro Díaz, compositor de vallenatos  


Os camponeses e moradores colombianos da região do Catatumbo, Departamento de Norte de Santander, tem sido vitimas das políticas de exploração estrangeira patrocinadas pelo governo do presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, que juntamente com os comandantes do exército e da polícia vêm apontando os lavradores de ser aliados ou “infiltrados” da insurgência, com o único objetivo de não atender às suas reivindicações e que, ao contrário, militarizou a região e está assassinado, com balas, tacapes e gases, aos manifestantes com o fim de frear a mobilização do povo que exige o cumprimento dos seus justos direitos e que, em número não superior a 20 mil, tem-se mobilizado há mais de três semanas.   

Este presidente, a quem bem cabe o termo de pacificador que fala de paz nos cenários nacionais e internacionais e que se oferece como “mediador” para o conflito entre Israelenses e Palestinos, não pratica no seu país o que tenta oferecer no exterior e que está atacando, sem misericórdia, indolente e brutalmente, à população colombiana, seguindo a estratégia de guerra ordenada pelo governo norteamericano e assinando convênios de apoio com a OTAN para continuar aplicando na Colômbia a guerra contrainsurgente com tecnologia de ponta.

Os camponeses do Catatumbo apenas reclamam que a erradicação dos denominados cultivos ilícitos seja feita de forma gradual e de comum acordo com as comunidades, além de pedir ao governo colombiano que autorize a criação da Zona de Reserva Camponesa, prevista em lei há mais de duas décadas. 

Entretanto, até agora a única resposta que os manifestantes receberam tem sido as balas dos militares e policiais do Estado que já assassinaram seis lavradores e feriram a mais de meia centena de pessoas.

As reivindicações justas da população do Catatumbo são uma manifestação e rebeldia a mais contra a denominada locomotora mineira que está saqueando a Colômbia dos seus recursos naturais para beneficio exclusivo das multinacionais, deixando somente mortos, desolação, deslocamento e violência na Colômbia.
 
Desde a Europa denunciamos e pedimos aos diversos países da União Européia que se manifestem urgentemente sobre esta situação e que nos diversos parlamentos onde se discute o acordo do Tratado de Livre Comércio entre a UE e a Colômbia sejam suspensas ou negativadas visto que não é concebível que os países civilizados e defensores dos Direitos Humanos patrocinem e assinem acordos com um governo colombiano corrupto e assassino.

Ao mesmo tempo, responsabilizamos o governo colombiano pelos mortos e feridos, e exigimos parar com a violência contra o povo do Catatumbo, bem como pedimos a solidariedade e o apoio internacional urgente para com os milhares de lavradores que hoje se levantam contra a exploração e o abandono ao qual têm sido submetidos por um governo e um sistema que, internacionalmente, diz viver em democracia, mas que mata, massacra, desaparece, desloca e aprisiona os que contra ele protestam.

Acompanhamos solidariamente aos manifestantes do Catatumbo em suas lutas assim como motivamos aos camponeses do restante da Colômbia para que percam o medo e se levantem organizadamente a se solidarizar com seus companheiros do Catatumbo e exijam seus direitos e reivindicações, demonstrando de passagem, ao próprio presidente Juan Manuel Santos, que a chave da paz com justiça social não está nas mãos de um mandatário com vocação de pacificador, mas com o povo em seu conjunto.

Convocamos as organizações internacionais para que se juntem aos delegados do Canadá, França, Espanha e do Observatório dos Direitos Humanos Paz e Conflito Alfredo Correa D’Andreis da Universidade Distrital de Bogotá, que estão preparando uma missão a ser realizada no contexto da campanha nacional e internacional de solidariedade com as comunidades: “O Catatumbo Resiste”. Nos dias 3 a 6 de julho, faremos uma visita à região acompanhados de representantes da mídia internacional. A missão se encontrará com os camponeses e comunidade, com o propósito de receber as denuncias sobre os ataques e violações dos direitos humanos sofridos pelos milhares de habitantes para, posteriormente, apresentar um relatório aos órgãos internacionais de defesa dos direitos humanos.




(*) Eliécer Jiménez Julio é membro do Observatório dos Direitos Humanos Paz y Conflito “Alfredo Correa D’ Andreis”, da Universidade Distrital de Bogotá - Capitulo Europa.