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Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 17 de junho de 2013

Sem USA e Colômbia: Nicarágua-China firmam convênio marco para a construção do Grande Canal Interoceânico


 Por CCC


MANÁGUA / 16.62013/ O Presidente da República, Comandante Daniel Ortega Saavedra, firmou na noite desta sexta-feira com o senhor Wang Jing, presidente da empresa internacional Hong-Kong Nicaragua Canal Development Investement Co. [HKND Group], o acordo marco de concessão e implementação para a Construção do Canal Interoceânico por Nicarágua.


O acordo também foi firmado pela Autoridade do Canal, o companheiro Manuel Coronel Kautz.
Com este ato, realizado na Casa de los Pueblos [Casa dos Povos], o Comandante Daniel, junto à companheira Rosario Murillo e o presidente da empresa NKND Group, Nicarágua deu os primeiros passos do que começa a ser a concretização de um grande sonho histórico para as famílias do país.
Daniel apresentou a equipe de especialistas e expertos que conformam o NKND Group, os quais, assegurou, são líderes mundiais em suas respectivas áreas de trabalho. A esse respeito, assegurou que a equipe conta com pessoal originário de países como Estados Unidos, Austrália e Guatemala, entre outros.
Vou pedir a vocês que se ponham de pé para que nosso povo os conheça”, disse Daniel no momento de apresentá-los.
A equipe está formada pelo Consultor Chefe do Projeto, Bill Wild; o Porta-voz do HKND Group, Ronald MacLean-Abaroa; o Experto em Manejo de Recursos Naturais, David MacArthur, representante da empresa ERM, de origem inglesa.
Igualmente, está formada por Stefan Matzinger, da Consultora McKinsey&Company, empresa estadunidense líder mundial especializada em projetos de grande envergadura. E Chuan Li, da empresa de assessoria legal Kirkland & Ellis LLP.  
O comandante recordou que nesta quinta-feira a Assembleia Nacional aprovou a Lei 840 ou Lei Especial para o Desenvolvimento de Infraestrutura e Transporte Nicaraguense atinente ao Canal, Zonas de Livre Comércio e Infraestruturas Associadas.
Isto está publicado em La Gaceta. Ontem mesmo eu firmei e ontem mesmo também foi publicada já em La Gaceta e na publicação de hoje sexta-feira 14 de junho”, indicou.
Daniel destacou que chegar a assinatura deste acordo marco é o resultado de um trabalho que se fez com muita dedicação e disciplina, tanto da empresa chinesa como pela parte nicaraguense.
Aqui participaram especialistas, advogados altamente qualificados para poder realmente definir o que está claramente definido nesta lei, que foi ontem aprovada pela Assembleia Nacional”, afirmou.
Combate à pobreza
O mandatário reiterou que um projeto como este terá repercussões positivas no combate à pobreza.
Este é um projeto que, como bem dissemos, vem combater a pobreza, a extrema pobreza e vem trazer bem-estar, prosperidade e felicidade do povo nicaraguense”, afirmou.
Este é um projeto que não o estamos improvisando”, sublinhou Daniel, quem recordou que a Marinha dos Estados Unidos fez há mais de 100 anos em estudo em Nicarágua sobre a viabilidade do canal, isso apesar de que, em seguida, se decidiu construí-lo no Panamá.
Daniel manifestou que, não obstante, o Canal do Panamá, 100 anos após ter sido construído, hoje está demandando ser ampliado para ajustar-se às novas demandas do tráfico marítimo mundial.    
Um esquema diferente
Por esta razão, assegurou, é que Nicarágua retomou o projeto do canal interoceânico, “contando com a disposição, a firmeza, a segurança” do empresário chinês Wang Jing, quem veio organizando a todas “as forças econômicas, o capital humano, o capital financeiro, o capital tecnológico e todas as forças que têm que unir-se para que este projeto” possa caminhar, desenvolver-se e converter-se em realidade.
Estou certo de que Deus assim o há de querer, que se converta em realidade”, sustentou.
Agora o esquema não é o esquema de um Estado, como foram os Estados Unidos em seu momento, construindo o Canal do Panamá, com todas as complexidades que isto significou. Agora, se trata de um esforço global, onde o irmão Wang encabeça esse esforço global, vai articulando, vai unindo, vai atraindo, vai convocando de diferentes regiões, de diferentes países as melhores capacidades que estão ali, recursos humanos, para que este projeto se converta, como já está se convertendo, num projeto de participação de todos aqueles investidores interessados em ser parte deste esforço, investidores, construtores, tudo o que entrará num projeto como este”, explicou o mandatário, recordando que o primeiro passo é realizar o estudo de exequibilidade.
Daniel recordou que tanto espanhóis como ingleses sabiam da posição estratégica de Nicarágua para unir os dois oceanos. A esse respeito, relembrou as palavras do almirante Nelson, quem disse que “quem conquistasse essa rota, conquistava toda a América”, referindo-se à rota do Rio San Juan com o Grande Lago.
A respeito, relembrou que logo a Nicarágua passou a ser uma rota de travessia desde a costa leste até a costa oeste dos Estados Unidos.
Um projeto para a paz e o desenvolvimento
Daniel afirmou que o projeto do canal é um projeto para a paz e o desenvolvimento, sem exclusões.
Agora, se trata de um projeto para a paz, para o desenvolvimento, um projeto não excludente, como bem o descreveu nosso amigo Wang, desde a primeira vez que nos falamos. O projeto está pensado, trabalhado dessa maneira, organizado dessa maneira, e que vai trazer bem-estar não somente para os países centro-americanos como também ao mundo, é um projeto que tem um impacto enorme na economia global”, destacou.
O comandante assinalou que esta é a única vez que se fará um estudo de exequibilidade sobre o canal, depois do qual se estará claro acerca da viabilidade do projeto.
Quando se conheça o estudo de exequibilidade, então vamos ter clareza da viabilidade do projeto. Enquanto isso, o demais é especulação. Por que? Porque não há um estudo. Se alguém tivesse um estudo e esse estudo demonstrasse determinados resultados negativos ou positivos, magnífico!, porque já contaríamos com esse estudo. Porém, é que não há ninguém no mundo, nem os Estados Unidos, que tanto interesse tiveram em Nicarágua e que, inclusive, estabeleceram durante um período de mais de 50 anos que não se poderia tocar toda Nicarágua para construir um canal. Tinham-na como uma reserva. Nem os Estados Unidos chegaram a ter esse estudo. Nem o têm. É somente agora, depois de 500 anos, que vai se realizar o estudo. Já isso, de por si, é uma façanha, realizar esse estudo”, referiu.
Este estudo permitirá ver qual é o caminho e as ações que há que tomar em todos os campos para conseguir que este canal se converta numa realidade, indicou.
Alcançaremos nossa total soberania e independência
O mandatário manifestou que Nicarágua está entre os países mais empobrecidos de toda a região, só atrás do Haiti. Não obstante, indicou que o povo de Nicarágua é um povo esforçado, lutador, sacrificado e que tem lutado e segue lutando por sua soberania.
Todos sabemos que a soberania é um elemento tangível. Se há pobreza, se há extrema pobreza, se há dependência econômica não há soberania. Nós, o que conseguimos é conquistar espaços históricos para lutar pela soberania, porém a soberania finalmente, que em ocasiões se teve que defender com as armas, essa soberania, para que se torne tangível, real, que não seja simplesmente um elemento que está ali de valor, que estamos defendendo, passa pelos fatores econômicos, sociais, e é com fatores econômicos, sociais, produtivos, gerando emprego, educação, saúde, bem-estar para as famílias nicaraguenses que vamos alcançar nossa total e definitiva soberania, nossa total e definitiva independência”, referiu o mandatário.
O comandante Daniel disse que, na reunião do passado 3 de maio em Costa Rica, teve a oportunidade de mostrar ao Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que Nicarágua está dando os passos para a construção do Grande Canal, ao tempo em que convidou empresários estadunidenses a participarem.
Nessa ocasião, referiu também a presidente costa-riquenha, Laura Chinchilla, que se o Canal ia pelo Rio San Juan levaria grandes benefícios a Costa Rica, assim como se se realizasse mais ao norte, como finalmente se concretizou.
Daniel afirmou que, nesse encontro, o presidente panamenho, Ricardo Martinelli, deu respaldo a Nicarágua para a construção do canal.
Estava o presidente Martinelli, do Panamá, Ricardo Martinelli, e com o presidente Ricardo Martinelli já falamos do tema. Imediatamente, o presidente não me deixou terminar de falar e disse: nós respaldamos ao presidente Ortega no projeto do Canal por Nicarágua. E o repetiu depois, já na reunião formal, digamos, oficial, ali o repetiu, o expôs em sua intervenção e disse: você pode contar com todo o respaldo, toda a assessoria do Panamá para que esse canal se converta numa realidade”, destacou.
Nos encontramos com um país, uma nação, que tem o privilégio de contar com o único canal aqui neste continente e que, numa atitude altamente latino-americanista, unitária, solidária, nos diz que estão dispostos a caminhar. Tudo isto, dito diante do presidente Obama. Ou seja, o presidente Obama foi testemunha ali, foi testemunha de que há, digamos, um consenso na região acerca de que o canal não vem ser nenhum problema, nenhuma ameaça, senão que, ao contrário, é um benefício porque vai beneficiar a toda a região”, acrescentou Daniel.
O presidente nicaraguense destacou que as universidades e as escolas técnicas vão ter que ir se ajustando e preparando-se para capacitar aos jovens para que possam incorporar-se às obras do canal.
A esse respeito, Daniel disse que o Canal ajudará a manter a unidade familiar, já que muitos jovens têm emigrado para Estados Unidos, Costa Rica ou Espanha.
Isto também vem ajudar a unidade familiar, por que? Porque os jovens, ao ter a oportunidade de trabalhar, de qualificar-se, de preparar-se melhor, então vão ter futuro, vão ter presente, porque estamos falando de um projeto que já começa a caminhar, vai haver futuro para as presentes gerações e para as novas gerações”, sustentou.
Chegou a hora de alcançar a Terra Prometida
Após a assinatura do Acordo Marco de Concessão e Implementação do Canal de Nicarágua e projetos de Desenvolvimento, o presidente Daniel Ortega destacou que o senhor Wang foi claro em sua intervenção.
Mostra o que é uma vontade de fazer o melhor para Nicarágua, para a região e para o mundo. Estes são tempos de mudanças, de transformações para a paz, para o bem-estar, para a estabilidade de nossos povos e para a paz, a estabilidade e o bem-estar das famílias nicaraguenses”, sublinhou o governante nicaraguense.
Wang convida empresários nicas a visitarem a República Popular da China
A respeito, destacou o convite de Wang aos empresários nicaraguenses para que possam ir a Hong-Kong e visitar as empresas “e conhecer todo o potencial que já está disposto para seguir desenvolvendo este projeto, um projeto que, a partir do dia de hoje, deixa de ser um projeto e se converte num compromisso que vamos tornar realidade por Sandino, por Darío, por este povo que tanto sacrifício, que tanta dor, tanto tempo, nosso povo, indo pelo deserto, buscando a Terra Prometida e chegou o dia, chegou a hora de alcançar a Terra Prometida”, sentenciou o Comandante Daniel.