Sem USA e Colômbia: Nicarágua-China firmam convênio marco para a construção do Grande Canal Interoceânico
Por
CCC
MANÁGUA
/ 16.62013/ O Presidente da República, Comandante Daniel Ortega
Saavedra, firmou na noite desta sexta-feira com o senhor Wang Jing,
presidente da empresa internacional Hong-Kong Nicaragua Canal
Development Investement Co. [HKND Group], o acordo marco de concessão
e implementação para a Construção do Canal Interoceânico por
Nicarágua.
O acordo também foi
firmado pela Autoridade do Canal, o companheiro Manuel Coronel Kautz.
Com este ato, realizado
na Casa de los Pueblos [Casa dos Povos], o Comandante Daniel, junto à
companheira Rosario Murillo e o presidente da empresa NKND Group,
Nicarágua deu os primeiros passos do que começa a ser a
concretização de um grande sonho histórico para as famílias do
país.
Daniel apresentou a
equipe de especialistas e expertos que conformam o NKND Group, os
quais, assegurou, são líderes mundiais em suas respectivas áreas
de trabalho. A esse respeito, assegurou que a equipe conta com
pessoal originário de países como Estados Unidos, Austrália e
Guatemala, entre outros.
“Vou pedir a vocês
que se ponham de pé para que nosso povo os conheça”, disse Daniel
no momento de apresentá-los.
A equipe está formada
pelo Consultor Chefe do Projeto, Bill Wild; o Porta-voz do HKND
Group, Ronald MacLean-Abaroa; o Experto em Manejo de Recursos
Naturais, David MacArthur, representante da empresa ERM, de origem
inglesa.
Igualmente, está
formada por Stefan Matzinger, da Consultora McKinsey&Company,
empresa estadunidense líder mundial especializada em projetos de
grande envergadura. E Chuan Li, da empresa de assessoria legal
Kirkland & Ellis LLP.
O comandante recordou que nesta quinta-feira a
Assembleia Nacional aprovou a Lei 840 ou Lei Especial para o
Desenvolvimento de Infraestrutura e Transporte Nicaraguense atinente
ao Canal, Zonas de Livre Comércio e Infraestruturas Associadas.
“Isto está publicado em La Gaceta. Ontem mesmo eu
firmei e ontem mesmo também foi publicada já em La Gaceta e na
publicação de hoje sexta-feira 14 de junho”, indicou.
Daniel destacou que
chegar a assinatura deste acordo marco é o resultado de um trabalho
que se fez com muita dedicação e disciplina, tanto da empresa
chinesa como pela parte nicaraguense.
“Aqui participaram
especialistas, advogados altamente qualificados para poder realmente
definir o que está claramente definido nesta lei, que foi ontem
aprovada pela Assembleia Nacional”, afirmou.
Combate à
pobreza
O mandatário reiterou
que um projeto como este terá repercussões positivas no combate à
pobreza.
“Este é um projeto
que, como bem dissemos, vem combater a pobreza, a extrema pobreza e
vem trazer bem-estar, prosperidade e felicidade do povo
nicaraguense”, afirmou.
“Este é um projeto
que não o estamos improvisando”, sublinhou Daniel, quem recordou
que a Marinha dos Estados Unidos fez há mais de 100 anos em estudo
em Nicarágua sobre a viabilidade do canal, isso apesar de que, em
seguida, se decidiu construí-lo no Panamá.
Daniel manifestou que,
não obstante, o Canal do Panamá, 100 anos após ter sido
construído, hoje está demandando ser ampliado para ajustar-se às
novas demandas do tráfico marítimo mundial.
Um esquema
diferente
Por esta razão,
assegurou, é que Nicarágua retomou o projeto do canal
interoceânico, “contando com a disposição, a firmeza, a
segurança” do empresário chinês Wang Jing, quem veio organizando
a todas “as forças econômicas, o capital humano, o capital
financeiro, o capital tecnológico e todas as forças que têm que
unir-se para que este projeto” possa caminhar, desenvolver-se e
converter-se em realidade.
“Estou certo de que
Deus assim o há de querer, que se converta em realidade”,
sustentou.
“Agora o esquema não
é o esquema de um Estado, como foram os Estados Unidos em seu
momento, construindo o Canal do Panamá, com todas as complexidades
que isto significou. Agora, se trata de um esforço global, onde o
irmão Wang encabeça esse esforço global, vai articulando, vai
unindo, vai atraindo, vai convocando de diferentes regiões, de
diferentes países as melhores capacidades que estão ali, recursos
humanos, para que este projeto se converta, como já está se
convertendo, num projeto de participação de todos aqueles
investidores interessados em ser parte deste esforço, investidores,
construtores, tudo o que entrará num projeto como este”, explicou
o mandatário, recordando que o primeiro passo é realizar o estudo
de exequibilidade.
Daniel recordou que
tanto espanhóis como ingleses sabiam da posição estratégica de
Nicarágua para unir os dois oceanos. A esse respeito, relembrou as
palavras do almirante Nelson, quem disse que “quem conquistasse
essa rota, conquistava toda a América”, referindo-se à rota do
Rio San Juan com o Grande Lago.
A respeito, relembrou
que logo a Nicarágua passou a ser uma rota de travessia desde a
costa leste até a costa oeste dos Estados Unidos.
Um projeto para a
paz e o desenvolvimento
Daniel afirmou que o
projeto do canal é um projeto para a paz e o desenvolvimento, sem
exclusões.
“Agora, se trata de
um projeto para a paz, para o desenvolvimento, um projeto não
excludente, como bem o descreveu nosso amigo Wang, desde a primeira
vez que nos falamos. O projeto está pensado, trabalhado dessa
maneira, organizado dessa maneira, e que vai trazer bem-estar não
somente para os países centro-americanos como também ao mundo, é
um projeto que tem um impacto enorme na economia global”, destacou.
O comandante assinalou
que esta é a única vez que se fará um estudo de exequibilidade
sobre o canal, depois do qual se estará claro acerca da viabilidade
do projeto.
“Quando se conheça o
estudo de exequibilidade, então vamos ter clareza da viabilidade do
projeto. Enquanto isso, o demais é especulação. Por que? Porque
não há um estudo. Se alguém tivesse um estudo e esse estudo
demonstrasse determinados resultados negativos ou positivos,
magnífico!, porque já contaríamos com esse estudo. Porém, é que
não há ninguém no mundo, nem os Estados Unidos, que tanto
interesse tiveram em Nicarágua e que, inclusive, estabeleceram
durante um período de mais de 50 anos que não se poderia tocar toda
Nicarágua para construir um canal. Tinham-na como uma reserva. Nem
os Estados Unidos chegaram a ter esse estudo. Nem o têm. É somente
agora, depois de 500 anos, que vai se realizar o estudo. Já isso, de
por si, é uma façanha, realizar esse estudo”, referiu.
Este estudo permitirá
ver qual é o caminho e as ações que há que tomar em todos os
campos para conseguir que este canal se converta numa realidade,
indicou.
Alcançaremos
nossa total soberania e independência
O mandatário
manifestou que Nicarágua está entre os países mais empobrecidos de
toda a região, só atrás do Haiti. Não obstante, indicou que o
povo de Nicarágua é um povo esforçado, lutador, sacrificado e que
tem lutado e segue lutando por sua soberania.
Todos sabemos que a
soberania é um elemento tangível. Se há pobreza, se há extrema
pobreza, se há dependência econômica não há soberania. Nós, o
que conseguimos é conquistar espaços históricos para lutar pela
soberania, porém a soberania finalmente, que em ocasiões se teve
que defender com as armas, essa soberania, para que se torne
tangível, real, que não seja simplesmente um elemento que está ali
de valor, que estamos defendendo, passa pelos fatores econômicos,
sociais, e é com fatores econômicos, sociais, produtivos, gerando
emprego, educação, saúde, bem-estar para as famílias
nicaraguenses que vamos alcançar nossa total e definitiva soberania,
nossa total e definitiva independência”, referiu o mandatário.
O comandante Daniel
disse que, na reunião do passado 3 de maio em Costa Rica, teve a
oportunidade de mostrar ao Presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, que Nicarágua está dando os passos para a construção do
Grande Canal, ao tempo em que convidou empresários estadunidenses a
participarem.
Nessa ocasião, referiu
também a presidente costa-riquenha, Laura Chinchilla, que se o Canal
ia pelo Rio San Juan levaria grandes benefícios a Costa Rica, assim
como se se realizasse mais ao norte, como finalmente se concretizou.
Daniel afirmou que,
nesse encontro, o presidente panamenho, Ricardo Martinelli, deu
respaldo a Nicarágua para a construção do canal.
“Estava o
presidente Martinelli, do Panamá, Ricardo Martinelli, e com o
presidente Ricardo Martinelli já falamos do tema. Imediatamente, o
presidente não me deixou terminar de falar e disse: nós respaldamos
ao presidente Ortega no projeto do Canal por Nicarágua. E o repetiu
depois, já na reunião formal, digamos, oficial, ali o repetiu, o
expôs em sua intervenção e disse: você pode contar com todo o
respaldo, toda a assessoria do Panamá para que esse canal se
converta numa realidade”, destacou.
“Nos encontramos com
um país, uma nação, que tem o privilégio de contar com o único
canal aqui neste continente e que, numa atitude altamente
latino-americanista, unitária, solidária, nos diz que estão
dispostos a caminhar. Tudo isto, dito diante do presidente Obama. Ou
seja, o presidente Obama foi testemunha ali, foi testemunha de que
há, digamos, um consenso na região acerca de que o canal não vem
ser nenhum problema, nenhuma ameaça, senão que, ao contrário, é
um benefício porque vai beneficiar a toda a região”, acrescentou
Daniel.
O presidente
nicaraguense destacou que as universidades e as escolas técnicas vão
ter que ir se ajustando e preparando-se para capacitar aos jovens
para que possam incorporar-se às obras do canal.
A esse respeito, Daniel
disse que o Canal ajudará a manter a unidade familiar, já que
muitos jovens têm emigrado para Estados Unidos, Costa Rica ou
Espanha.
“Isto também vem
ajudar a unidade familiar, por que? Porque os jovens, ao ter a
oportunidade de trabalhar, de qualificar-se, de preparar-se melhor,
então vão ter futuro, vão ter presente, porque estamos falando de
um projeto que já começa a caminhar, vai haver futuro para as
presentes gerações e para as novas gerações”, sustentou.
Chegou a hora de
alcançar a Terra Prometida
Após a assinatura do
Acordo Marco de Concessão e Implementação do Canal de Nicarágua e
projetos de Desenvolvimento, o presidente Daniel Ortega destacou que
o senhor Wang foi claro em sua intervenção.
“Mostra o que é uma
vontade de fazer o melhor para Nicarágua, para a região e para o
mundo. Estes são tempos de mudanças, de transformações para a
paz, para o bem-estar, para a estabilidade de nossos povos e para a
paz, a estabilidade e o bem-estar das famílias nicaraguenses”,
sublinhou o governante nicaraguense.
Wang convida
empresários nicas a visitarem a República Popular da China
A respeito, destacou o
convite de Wang aos empresários nicaraguenses para que possam ir a
Hong-Kong e visitar as empresas “e conhecer todo o potencial que já
está disposto para seguir desenvolvendo este projeto, um projeto
que, a partir do dia de hoje, deixa de ser um projeto e se converte
num compromisso que vamos tornar realidade por Sandino, por Darío,
por este povo que tanto sacrifício, que tanta dor, tanto tempo,
nosso povo, indo pelo deserto, buscando a Terra Prometida e chegou o
dia, chegou a hora de alcançar a Terra Prometida”, sentenciou o
Comandante Daniel.
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Agencia de Noticias Nueva Colombia, ANNCOL
Web: www.anncol.eu, Redacción: editar@anncol.eu,YouTube: http://www.youtube.com/user/anncol4?feature=mhee
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