"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 4 de junho de 2013

Nicarágua e Venezuela ratificam compromisso com Unidade Latino-americana e Caribenha


 
Domingo, 2 de Junho de 2013 | El 19 Digital


O Presidente da República, Comandante Daniel Ortega Saavedra, e seu homólogo venezuelano, Companheiro Nicolás Maduro, participaram num ato na Praça da Revolução, como conclusão da visita oficial que fez este último a Nicarágua, e onde ambos países ratificaram seu compromisso com a unidade dos povos latino-americanos e caribenhos.
No ato, estiveram presentes a Coordenadora do Conselho de Comunicação e Cidadania, Companheira Rosario Murillo; a Primeira Combatente e esposa de Maduro, Cilia Flores; o Chanceler Elías Jaua; membros da Juventude Sandinista; e altos funcionários dos governos nicaraguenses e venezuelanos.
Venezuela e Nicarágua firmam importantes acordos
Durante o ato, ambos países firmaram importantes acordos, o primeiro foi rubricado entre o Procurador Geral da República Hernán Estrada e o chanceler bolivariano Elías Jaua, em matéria de cooperação policial.
Posteriormente, o ministro do Poder Cidadão para a Juventude de Nicarágua, Bosco Castillo, firmou um acordo com seu homólogo do Ministério do Poder Popular para a Juventude, Héctor Rodríguez Casco.
Outro dos acordos foi firmado pela titular do Ministério da Família Marcia Ramírez, com seu par venezuelano em matéria de cooperação social.
Igualmente, se firmou um acordo partidário entre a Juventude Sandinista 19 de Julho e a Juventude do Partido Socialista Unido de Venezuela [PSUV].


 Maduro, condutor da Revolução
O comandante Daniel, em sua intervenção, destacou a enorme responsabilidade que Maduro assumiu ao conduzir o processo revolucionário em Venezuela e, com isso, também em seguir lutando com os povos de América pela unidade, a integração e a paz “para benefício e felicidade de todas as famílias latino-americanas e caribenhas”.
Nosso querido irmão, o Comandante Eterno, o Presidente Eterno, Hugo Rafael Chávez Frías, te designou, Nicolás, te designou. O disse com toda clareza e com aquela bela frase: uma verdade tão grande como a lua cheia, assim o disse. Desde esse momento estava depositando em você a responsabilidade de conduzir esse processo e, em seguida, foi o povo nas eleições, nas votações, o que veio a ratificar essa vontade do presidente Chávez para que Nicolás fosse eleito presidente da irmã República Bolivariana de Venezuela”, destacou.
Daniel relembrou a Maduro que na Praça da Revolução, onde se realizou este ato, se encontra o mausoléu de três importantes líderes revolucionários nicaraguenses, como o Coronel Santos López; o Comandante-chefe da Revolução Sandinista, Carlos Fonseca Amador; e o Comandante da Revolução, Tomás Borge Martínez.
Todos eles, o coronel Santos López, Carlos, Tomás, transcenderam a esse plano de vida superior, a esse plano de vida superior ao qual já havia transcendido Sandino, já havia transcendido Bolívar e porque Bolívar, Sandino haviam transcendido a esse plano superior, porque em combate há havia ascendido a esse plano superior, é que podemos dar fé que eles não morrerem, senão que seguem vivendo encarnados nas batalhas que travam os povos de Nossa América rebelde”, disse.
Chávez vive!
Daniel assinalou que falar de Cuba é falar do Comandante Fidel Castro, líder da Revolução Cubana, e que falar de Fidel é falar também de Chávez, com quem se encontrou pela primeira vez em Havana, em 1994, convidado precisamente pelo líder cubano.
Ali conheci Chávez, ali escutei sua voz e, através de sua voz, escutei a história do povo bolivariano e dos povos de Nossa América, e através de sua voz escutei a força de seu espírito, um espírito imbatível, imenso, infinito, capaz de assumir e alcançar as mais grandes vitórias ante os mais grandes desafios”, sustentou.
E ele transcendeu a esse outro plano de vida e por isso é que podemos dizer, podemos assegurar, que Chávez vive, Chávez vive porque a luta segue. Essa é a melhor prova de que Chávez vive”, acrescentou.
Durante a atividade, Daniel aproveitou para saudar a filha do General Sandino, Blanca Segovia, quem está cumprindo 80 anos de vida.

Não podemos retroceder agora
A respeito, o Comandante Danial manifestou que, em honra a Sandino, hoje, mais que nunca, não se pode retroceder em todos os avanços que se fizeram pela unidade latino-americana.
Cada vez que converso com o General Sandino, o que [ele] faz é dizer-me que hoje, mais que nunca, não se pode dar um passo atrás, hoje, mais que nunca, não se pode retroceder, hoje, mais que nunca, ninguém se pode vender, ninguém se pode render. E por que hoje mais que nunca? Hoje, mais que nunca, porque se conquistou configurar em nossa América Latina e Caribenha essa América Latina e Caribenha pela qual lutou Bolívar, pela qual lutou Sandino, e esta América Latina e Caribenha se conquistou configurar graças a essa força extraordinária do comandante Hugo Chávez”, manifestou.
O mandatário assegurou que falar de Chávez e de Fidel é falar da luta dos povos e da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América [ALBA], porque foi num encontro entre ambos os líderes quando surgiu esta iniciativa unionista para dar a batalha pela justiça, o bem-estar, a soberania e a unidade dos povos.
Hoje, a América Latina e o Caribe vivem uma nova realidade determinada pelas forças das lutas que se têm travado de maneira permanente nas mais diversas modalidades. Isto vem dando frutos e estes frutos estão presentes nas decisões que, finalmente, os governantes latino-americanos tomaram, independentemente de ideologias, as decisões de construir, de uma vez e para sempre, a unidade da América Latina e do Caribe na Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos”, manifestou, recordando que foi na Venezuela de Chávez quando, em 2011, se concretizou este mecanismo de unidade regional.

ALBA é o projeto mais avançado

O mandatário afirmou, no entanto, que os avanços são muito mais extraordinários no campo da justiça, na complementaridade, na justiça social, na educação, na saúde entre os países que formam parte da ALBA, “porque é o projeto mais avançado, é o programa de integração mais avançado, onde se tomam em conta as assimetrias, onde se estabelecem as bases do comércio justo, da complementaridade, da solidariedade para que nossos povos possam ser livres, totalmente livres”.
Qualificou a ALBA como a ponta de lança desta batalha “que não se está travando com bombas, que não se está travando instalando bases militares de potências extra regionais, senão que se está travando multiplicando programas produtivos, programas sociais, educação e saúde, isto é, tudo aquilo que vem melhorar as condições que as famílias que formam parte dos povos que estamos na ALBA”.
Daniel assinalou que, hoje, outros esforços unionistas como o Mercosul, cuja presidência será assumida nos próximos meses pela Venezuela e o presidente Nicolás Maduro.
Nós temos que buscar como aproximarmos do Mercosul e o Mercosul tem que buscar como aproximar-se da ALBA, e a ALBA do Mercosul, e o Mercosul da América Central, e a América Central do Mercosul, ir dessa maneira desenvolvendo uma frente de luta econômica, uma frente de luta comercial, uma frente de luta social, uma frente de luta política que nos faça mais livres a todos os latino-americanos e caribenhos”, reiterou.
A estas também há que somar UNASUL, a Comunidade de Estados do Caribe, a comunidade de Estados Meso Americanos, o SICA e outros blocos que se perfilam, como a Comunidade de Estados do Pacífico.
O importante, creio eu que quando se dão estes movimentos dos diferentes blocos, é que não percamos de vista que temos um compromisso na Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos”, assegurou.

Iniciativas que atentam contra a CELAC

O Presidente Daniel indicou que as nações dentro da ALBA têm que saber que existe um compromisso maior como região, entre os quais se destaca o econômico, social, político e que têm que ver com a união na Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos [CELAC].
Ante isto, sustentou que resulta preocupante que se estejam tomando iniciativas para tratar de dividir e debilitar o processo de desenvolvimento e consolidação da CELAC, na qual estão todas as nações latino-americanas e caribenhas.
[É] algo que resulta totalmente inadmissível e eu quero pensar, Nicolás, quero pensar que isso não pode estar passando, me custa crer [...] que o Presidente da Irmã República de Colômbia tenha expressado a decisão, em nome do povo colombiano e do Estado colombiano, a decisão de incorporar-se a essa organização militar, a Organização do Tratado do Atlântico Norte [OTAN]..., não tem razão de ser, quando por outro lado definimos a América Latina e o Caribe como uma zona de paz”, acrescentou o mandatário nicaraguense.
Sustentou que não se pode ver bem que, pelo lado da CELAC, se declare a América Latina e o Caribe como um continente de paz e, por outro lado, exista uma iniciativa de adesão à OTAN.
Não podemos ver bem, não é assunto de vontade, não é assunto de expressar um critério por expressá-lo, ou porque há uma preocupação, simplesmente se trata de defender princípios, de que, se queremos a paz para América Latina, trabalhemos pelo desenvolvimento econômico, pelo desenvolvimento social, pela saúde, pela educação, pelo emprego, pela unidade latino-americana e caribenha”.
Acrescentou que a força de América Latina e Caribe não está em que nossos países comecem a se encher de bases militares extra regionais, nem que venham a incorporar-se a organizações como a OTAN, cujos méritos têm sido bombardear, assassinar, destruir, “isso a OTAN tem feito, nos últimos tempos o tem feito e têm uma política de continuar fazendo-o”.
E avaliou que, dentro dos países que compõem a OTAN, existe uma luta entre os que querem promover uma política mais agressiva, mais intervencionista, mais imperialista, e outros que pensam com determinada inteligência e querem buscar outras alternativas, antes de seguir propiciando saídas de tipo militar.
Eu não vejo país algum na América Latina aplaudindo a decisão de um país que decida incorporar-se à OTAN”, disse Daniel, quem considera que se pode entender a ideia de incorporar-se a este tratado, somente admitindo que esse país é instrumento de uma política para enfraquecer e tratar de destruir o processo de unidade que a região latino-americana e caribenha vive.
Eu espero que o presidente [Manuel] Santos não tenha dito isso, eu espero que sejam versões jornalísticas, isso espero, demos ainda uma oportunidade a que estamos sendo vítimas de um “marronzismo” jornalístico, demos essa oportunidade”, indicou.
Destacou que Nicarágua deixa totalmente claro que é inadmissível que uma nação como Colômbia, que é uma potência militar comparado ao nosso país, e que, ademais, já tem bases militares extra regionais em seu território, como as que têm as forças armadas norte-americanas, pretenda incorporar-se à OTAN.
Recordou que os Estados Unidos, quando a Inglaterra invadiu as Ilhas Malvinas, em vez de apoiar a Argentina, como indica o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca [TIAR], ficou impassível, em claro respaldo à Grã-Bretanha.
O TIAR estabelece que, se um país da região é atacado por um país extra regional, a nação atacada tem que receber apoio da região.
Inglaterra é uma nação extra regional e os Estados Unidos, em lugar de cumprir com o que eles mesmos haviam firmado na OEA, nesse momento de definições traíram a América Latina, traíram o povo argentino, traíram os povos de Nossa América e foram respaldar os invasores britânicos; desde esse momento, os Estados Unidos se estavam qualificando assim como um estado extra regional”.
   
Um estado latino-americano não pode estar na OTAN
Daniel reiterou que não é possível que um Estado latino-americano queira ser parte da OTAN, uma organização alheia aos princípios de nossos povos.
É como querer cravar uma punhalada no coração dos povos de Nossa América”, indicou, assinalando que a iniciativa não tem “nem pés nem cabeça”.
Durante seu discurso, o Comandante Daniel recordou que, em inícios de maio passado, no encontro dos presidentes do SICA com Obama, estes lhe assinalaram que os esforços que faz esse país por fortalecer seu comércio com a Ásia através do Acordo Trans-Pacífico, não deve ser à custa de afetar a economia dos países do SICA que têm comércio com os EUA.

Império conspira para debilitar-nos
A esse respeito, manifestou que isto desperta suspicácias, sobretudo levando em conta que os impérios, quanto mais fortes veem aos povos, mais conspiram para enfraquecê-los.
Tudo leva, então, à suspicácia, porque, assim como os povos vêm lutando, vêm batalhando e vêm alcançando vitórias pela unidade latino-americana e caribenha para benefício das famílias latino-americanas e caribenhas, também o império, os impérios, a tirania do capitalismo global seguem conspirando e, quando nos veem mais fortes, mais conspiram para tratar de enfraquecer-nos, porque se sentem donos do desenvolvimento econômico, do desenvolvimento tecnológico, do desenvolvimento militar, do desenvolvimento em todos os campos e não querem que nossos povos possam ter acesso aos benefícios do desenvolvimento. Porém, independentemente dessa mancha, o mais importante é que nossos povos já avançaram, destacou.
Daniel assegurou que a CELAC tem compromissos e que, apesar de que alguém os rompesse, sempre chegarão outros governantes a sanar essa ferida ”e a fortalecer a unidade de nossos povos da América e do Caribe”.

Estamos cumprindo a Chávez
O mandatário nicaraguense recordou que já se aproxima a data comemorativa do 34º aniversário do Triunfo da Revolução Popular Sandinista, e que este encontro com o povo bolivariano, e seu presidente Nicolás Maduro, não é mais que uma ratificação de que essa revolução nestes novos tempos de paz, estabilidade, progresso e bem-estar graças a ALBA, é uma revolução que está revitalizada.
O compromisso que nos manifestou aqui o companheiro Nicolás, é o mesmo compromisso que nos manifestou aqui o Presidente Chávez em 10 de janeiro de 2007, lá na Praça La Fe, quando nos entregou a espada de Bolívar, estava retornando o Povo-Presidente, a Juventude-Presidente, estava retornando ao poder e hoje podemos dizer ao nosso povo que nos sentimos mais fortes, mais seguros de seguir combatendo a pobreza”, indicou, destacando a importância de contar com mais recursos especializados e capacitados.
Vamos seguir avançando como temos vindo fazendo, reduzindo dia a dia a pobreza, reduzindo dia a dia a extrema pobreza, isso é o que, no final das contas, queria Bolívar, isso é o que, no final das contas, queria Sandino, isso é o que, no final das contas, queria Martí, isso é o que, no final das contas, quer Chávez e dissemos a Chávez: te estamos cumprindo e te cumpriremos com Nicolás à frente de nosso povo”, manifestou.

Há que conquistar uma América Latina Unida por Chávez
Enquanto isso, o Presidente da República Bolivariana de Venezuela, companheiro Nicolás Maduro, ao dirigir-se ao povo de Nicarágua e de sua pátria, primeiro enviou uma saudação à juventude nicaraguense. Posteriormente, recordou a última visita que o Presidente Hugo Chávez Frías realizou na Praça da Revolução, em 10 de janeiro de 2012, na segunda tomada de posse do Presidente Daniel Ortega. 
Foram horas de recordações, de recordações muito vivas, de nosso comandante amado, de nosso pai fundador Hugo Chávez, esta praça, esta foto que temos aqui [mostra uma foto gigante de Chávez que se localizou no centro do estrado durante o ato] traz as recordações vivas de sua palavra, de seu verbo, de sua verdade militante permanente”.
Indicou que, nesta última vez do Comandante Chávez na Praça da Revolução, o Comandante Daniel expressou palavras de reconhecimento ao presidente bolivariano, o que provocou que os assistentes expressassem, por sua vez, um estrondoso aplauso, incluindo os presidentes centro-americanos e representantes de outras nações.
A praça se fez uma só ovação de amor, de carinho, de reconhecimento ao comandante Hugo Chávez”, disse Maduro, quem destacou a foto do Comandante Hugo Chávez que servia como fundo do estrado principal.
Detalhou que, desde o sábado à noite que veio a Nicarágua, se sustentaram conversações longas entre os funcionários de ambos os governos e em todas elas estava o legado do Comandante Chávez.
A melhor forma de demonstrar nosso amor militante por tudo o que ele significou e pelas tarefas que nos deixou pendentes é trabalhar sem descanso por fazer realidade uma América Latina em unidade, independente, próspera, em paz, que se façam realidade seus sonhos, que seus sonhos não se percam [...], quando nós dizemos que o Comandante Chávez aos venezuelanos nos deixou Pátria, é porque nos deixou tendo o domínio das decisões de nossa Pátria Livre de qualquer influência imperial”, disse o presidente Maduro.

  

 Explica memorandos firmados

Indicou que o acordo Marco de Cooperação Social permitirá fortalecer e elevar a qualidade da educação pública em todos os níveis, tanto em Nicarágua quanto em Venezuela. Igualmente, explicou que o acordo social também busca melhorar a atenção no sistema público de saúde, para formar nov@s médic@s e enfermeir@s. O acordo também procura melhorar a capacidade das cooperativas produtivas, as economias das mães dos bairros e das organizações populares nas comunidades.
Este acordo no campo social, o que vem é elevar, melhorar e aprofundar a cooperação de nossos dois governos no marco da ALBA, para benefício dos povos trabalhadores de Nicarágua e Venezuela”, remarcou o dirigente bolivariano.
Também sublinhou que, nesse objetivo de buscar a felicidade social e econômica de ambas nações, sob um novo esquema de cooperação, que não se baseia no saqueio, nem na competição desleal e somente nos termos de comércio, se firmou um acordo para irmanar os programas a favor da juventude em Venezuela e Nicarágua. Neste acordo se estabelece uma política para irmanar a Juventude Sandinista 19 de Julho e a Juventude do Partido Socialista Unido de Venezuela.
Destacou que em seu país se estará lançando a Grande Missão Jovens da Pátria [Gran Misión Jóvenes de la Patria], para atender a juventude de ambas nações.
Também explicou que o acordo em matéria de cooperação policial persegue a irmanação entre a Polícia Nacional de Nicarágua e a Polícia Nacional Bolivariana, visando construir um novo modelo, reconhecendo que o sistema nicaraguense conquistou níveis extraordinários de segurança cidadã, apesar de que, em várias nações da América Latina, se vive uma pandemia de insegurança.