15 mil Sem Terra realizam seu VI Congresso
De 10
a 14 de fevereiro em Brasília, o Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra [MST] realiza seu VI Congresso Nacional. Com a palavra de
ordem “Luta, Construir Reforma Agrária Popular”, 15 mil
trabalhadoras e trabalhadores de 23 estados brasileiros, além de 250
convidados internacionais, participarão na maior instância de
decisão do Movimento.
O
objetivo principal do Congresso Nacional do MST é discutir e fazer
um balanço crítico da situação atual do Movimento, traçar novas
formas de luta pela terra, pela reforma agrária e por transformações
sociais, ademais de celebrar seus 30 anos de existência.
Nesta
reunião se definirão as ações a seguir para reimpulsionar o
processo de entrega de terras a trabalhadores do campo, destacou
Débora Nunes, coordenadora deste encontro. Depois de três décadas,
persistem as iniquidades no campo como consequência da concentração
da terra em mãos de uns poucos oligarcas e a ampliação do modelo
do agronegócio, o qual atenta contra os pequenos agricultores,
assinalou, e nesse sentido a reforma agrária defendida pelo MST
protege o solo, proporciona possibilidades ao lavrador e “constitui
uma alternativa aos problemas estruturais do campo e de toda a
sociedade brasileira”.
Segundo
o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária [Incra],
mais de 186 famílias brasileiras esperam por um pedaço de terra
para produzir alimentos.
Também
será um momento de reafirmar um novo programa de reforma agrária
para o país: a Reforma Agrária Popular.
Na
programação serão realizados debates em torno do desafio
organizativo do Movimento, o papel político dos assentamentos, a
participação da mulher e dos jovens na luta, ademais de atos
políticos em defesa da Reforma Agrária, marchas e atividades
culturais durante as noites.
Na
tarde de quarta-feira 12, os Sem Terra realizarão uma grande marcha
em defesa da reforma agrária pela capital federal. Durante a noite
se celebrará um evento de integração para comemorar o 30º
aniversário do MST.
Na
quinta-feira 13, se realiza o ato político da Reforma Agrária com a
participação dos movimentos sociais, intelectuais, partidos
políticos que representam a esquerda brasileira, como o governador
do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o governador do Amapá, Camilo
Capiberibe, e Rui Falcão, presidente nacional do Partido dos
Trabalhadores [PT], além de convidados internacionais.
Simultaneamente
ao Congresso, durante os dias 10 ao 13 de fevereiro se realiza a
Exposição Nacional da Cultura e Produção Campesina, perto do
Ginásio Nilson Nelson de Brasília
Será
um espaço de demonstração e comercialização dos alimentos
produzidos pelos assentamentos da reforma agrária, que, ademais,
contará com apresentações culturais do campo. Neste mesmo espaço,
também serão instaladas 12 pequenas agroindústrias de erva-mate,
cachaça, farinha, entre outras.
Tradução:
Joaquim
Lisboa Neto