Nobel da Paz, Esquivel questiona "intenção de desestabilizar" Venezuela
Em entrevista à imprensa argentina,
o Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel garantiu que "há
uma intenção de desestabilizar não apenas a economia como também
a ação social e política" na Venezuela. Ao comentar nesta
segunda-feira (17/02) a série de protestos e marchas de opositores
ao governo de Nicolás Maduro, o arquiteto, escritor e ativista pelos
direitos humanos disse também que há uma "investida originada
nos Estados Unidos".
"Tudo isso para produzir
mudanças que não se fazem por meio de eleições", disse o
argentino. Para Esquivel, quem move os "fios dos protestos são
os EUA e seus aliados".
Esquivel pediu também maior presença
do Mercosul (Mercado Comum do Sul), bloco formado por Argentina,
Brasil, Paraguai, Uruguai e Venezuela — em nota divulgada hoje, o
Mercosul repudiu a violência e "ameaças de ruptura da ordem
democrática" no país. "O Mercosul tem que se fortalecer.
Estão muito lentos", disse Esquivel, horas antes da publicação
do comunicado do bloco.
O Nobel da Paz ainda elogiou as
conquistas sociais da Venezuela, ressaltando que a Unesco
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura) reconheceu o país latino-americano por ter erradicado o
anafalbetismo da população.
"Fui até as zonas marginais.
Ali, as pessoas não tinham água e nenhum médico se atrevia a
entrar para prestar atendimentos. A Venezuela era um país que não
produzia nada, era provida pelos EUA. Hoje, a Venezuela tem uma
integração", disse Esquivel.