Chavismo completa 15 anos no domingo; relembre fatos marcantes
Com frases de efeito, medidas
populares e forte resistência opositora, a chegada de Hugo Chávez
ao poder foi divisor de águas na Venezuela. Neste domingo (2), o
chavismo completa 15 anos. Relembre os fatos mais marcantes do seu
percurso.
1999
Eleito com
56% dos votos no ano anterior, Hugo Chávez assume a presidência no
dia 2 de fevereiro de 1999 jurando sobre o que classificou como
“moribunda Constituição”. Com aprovação popular, uma
Assembleia Constituinte para a redação de nova Carta Magna é
convocada. Em dezembro, os venezuelanos aprovam o teor da nova
Constituição, que passa a substituir a de 1961.
2000
Segundo
previsto na nova legislação, eleições são convocadas e, em 30 de
julho, Chávez é ratificado na presidência com quase 60% dos
votos.
2001
2001
Com uma
lei habilitante que permitia ao presidente ditar decretos com força
de lei sem necessidade de aprovação do Legislativo, Chávez anuncia
a Lei de Terras e a de Hidrocarbonetos. Esta última aumentava o
controle do Estado sobre a atividade petroleira e os tributos ao
setor privado. As medidas geram paralisações e fortes críticas dos
opositores e do empresariado.
2002
2002
No dia
11 de abril, uma marcha opositora é realizada para pedir a renúncia
do presidente. A manifestação é desviada em direção ao Palácio
de Miraflores, onde apoiadores do governo se concentravam.
Franco-atiradores disparam contra a concentração chavista, que
responde com tiros. O confronto deixa 19 mortos e mais de 200
feridos.
No dia 12 de abril, o inspetor geral da Força Armada afirma que Chávez aceitou renunciar. Pedro Carmona Estanga, presidente da Fedecámaras, se autojuramenta como presidente, dissolvendo a Constituição e poderes do Estado, como Parlamento, Supremo Tribunal de Justiça e Conselho Nacional Eleitoral. A população exige a volta de Chávez, que tinha sido sequestrado.
Apoiado por parte das Forças Armadas, o presidente volta ao poder no dia 14 e é recebido por apoiadores ao canto de “voltou, voltou, voltou”. Em dezembro, a PDVSA e o setor empresarial convocam nova greve para exigir a renuncia de Chávez. Desta vez a paralisação se estendeu por 63 dias, gerando graves consequências econômicas e sociais para o país.
2003
No dia 12 de abril, o inspetor geral da Força Armada afirma que Chávez aceitou renunciar. Pedro Carmona Estanga, presidente da Fedecámaras, se autojuramenta como presidente, dissolvendo a Constituição e poderes do Estado, como Parlamento, Supremo Tribunal de Justiça e Conselho Nacional Eleitoral. A população exige a volta de Chávez, que tinha sido sequestrado.
Apoiado por parte das Forças Armadas, o presidente volta ao poder no dia 14 e é recebido por apoiadores ao canto de “voltou, voltou, voltou”. Em dezembro, a PDVSA e o setor empresarial convocam nova greve para exigir a renuncia de Chávez. Desta vez a paralisação se estendeu por 63 dias, gerando graves consequências econômicas e sociais para o país.
2003
Após o
fim da paralisação, em fevereiro é estabelecido um controle de
câmbio no país para evitar a fuga de divisas. Em uma nova tentativa
de acabar com o mandato de Chávez, a oposição coleta assinaturas
para a realização de um referendo revocatório. Neste ano, o
governo venezuelano dá início a programas sociais denominados como
“missões”, para que a parcela da população com baixos recursos
tenha acesso a saúde e educação, por meio de um convênio com
Cuba.
2004
2004
O
referendo revocatório é realizado em 15 de agosto. A população,
no entanto, confirma o apoio a Chávez, que é ratificado no cargo
com 59% dos votos. Em dezembro, a Venezuela assina novo acordo com
Cuba, criando a Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa
América), visando a integração regional.
2005
2005
Chávez
lança a Petrocaribe, aliança de países do Caribe que compram
petróleo do governo venezuelano em condições preferenciais de
pagamento para fortalecer os mecanismos de integração regional. Em
dezembro, eleições legislativas são realizadas na Venezuela. A
oposição se retira do processo eleitoral e o chavismo domina os
postos da Assembleia Nacional, em uma eleição marcada por 75% de
abstenção. Neste ano, o projeto da Alca (Aliança de Livre Comércio
das Américas) é enterrado em Mar del Plata, na Argentina, onde
Chávez exclama: “Alca, Alca, al carajo”.
2006
2006
Na
Assembleia Geral da ONU, em setembro, Chávez diz a famosa frase
sobre George W. Bush: “Ontem o diabo esteve aqui, neste mesmo
lugar, ainda cheira enxofre”. Em dezembro o país vai novamente às
urnas para eleições presidenciais. Chávez obtém 62,8% dos votos
contra Manuel Rosales, para permanecer no posto até 2012.
2007
Outra
Lei Habilitante é aprovada pelo Legislativo para que o presidente
possa governar por decretos. O Estado toma o controle de operações
em campos petrolíferos na Faixa do Orinoco, que passam a ser
realizadas por empresas mistas, com maioria acionária da PDVSA.
Neste ano, também anunciou a nacionalização da maior empresa de telecomunicações do país e do setor elétrico. No fim de maio, a RCTV (Rádio Caracas TV) sai do ar como canal de TV aberto pela não renovação da concessão por, segundo o governo, descumprimento do regulamento local. Para oposicionistas, a decisão seria castigo pelo apoio da emissora ao golpe contra Chávez em 2002. Em dezembro, um referendo para uma nova reforma constitucional é realizado, mas a proposta é rechaçada nas urnas.
2008
Neste ano, também anunciou a nacionalização da maior empresa de telecomunicações do país e do setor elétrico. No fim de maio, a RCTV (Rádio Caracas TV) sai do ar como canal de TV aberto pela não renovação da concessão por, segundo o governo, descumprimento do regulamento local. Para oposicionistas, a decisão seria castigo pelo apoio da emissora ao golpe contra Chávez em 2002. Em dezembro, um referendo para uma nova reforma constitucional é realizado, mas a proposta é rechaçada nas urnas.
2008
O
governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela) é criado.
Por um conflito com o então presidente colombiano, Álvaro Uribe,
Chávez ordena o fechamento da embaixada venezuelana em Bogotá e
envia tropas à fronteira.
O desentendimento se dá devido à operação militar do governo colombiano que mataria o segundo homem das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Raul Reyes, em território equatoriano. Em maio, o presidente nacionaliza a Sidor (Siderúrgica do Orinoco). Em setembro, Chávez expulsa o embaixador dos EUA do país. Washington responde com medida recíproca. Em novembro, eleições para governadores, prefeitos e vereadores são realizadas e o chavismo ganha com ampla maioria.
2009
O desentendimento se dá devido à operação militar do governo colombiano que mataria o segundo homem das FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), Raul Reyes, em território equatoriano. Em maio, o presidente nacionaliza a Sidor (Siderúrgica do Orinoco). Em setembro, Chávez expulsa o embaixador dos EUA do país. Washington responde com medida recíproca. Em novembro, eleições para governadores, prefeitos e vereadores são realizadas e o chavismo ganha com ampla maioria.
2009
Um
referendo é convocado para 15 de fevereiro e, com quase 55% dos
votos, é aprovada a emenda constitucional que previa reeleição
ilimitada para cargos públicos.
2010
2010
O
governo venezuelano volta a romper relações diplomáticas com a
Colômbia. Com a eleição de Juan Manuel Santos, o diálogo é
reestabelecido. Em novas eleições legislativas, no mês de
setembro, o governismo ganha a maioria dos postos na Assembleia
Nacional, mas perde a maioria qualificada.
2011
2011
Chávez
é submetido a uma cirurgia em Havana por um abscesso pélvico. Em
junho, se submete a nova operação e anuncia que tem um tumor
cancerígeno, razão pela qual regressa a Cuba para tratamento. Em
outubro, afirma já não ter células malignas.
Com a aprovação do Legislativo, tem início a repatriação das reservas venezuelanas que estavam em bancos estrangeiros. Em dezembro, nasce a Celac (Comunidade de Estados Americanos e do Caribe), em Caracas, colocando em marcha o organismo de integração de 33 países da América, salvo Estados Unidos e Canadá.
2012
Com a aprovação do Legislativo, tem início a repatriação das reservas venezuelanas que estavam em bancos estrangeiros. Em dezembro, nasce a Celac (Comunidade de Estados Americanos e do Caribe), em Caracas, colocando em marcha o organismo de integração de 33 países da América, salvo Estados Unidos e Canadá.
2012
Chávez
anuncia que o câncer reapareceu e volta a Cuba em fevereiro para uma
nova operação. O presidente venezuelano passa por tratamento de
radioterapia em março e abril. No dia 30 de julho, viaja ao Brasil
para participar da cúpula do Mercosul (Mercado Comum do Sul), na
qual o país se torna membro pleno do bloco.
Em outubro, Chávez ganha uma nova eleição presidencial, com 55% dos votos, contra o governador do estado de Miranda, Henrique Capriles. No dia 8 de dezembro, o líder realiza seu último discurso público. Em uma histórica transmissão em rede nacional de rádio e TV, afirma que se submeterá a uma nova e delicada cirurgia. Pede que, no caso de não poder continuar na presidência, a população vote em seu vice-presidente, Nicolás Maduro.
No dia 11, é operado em Havana. Em sua ausência, eleições a governadores são realizadas e o chavismo vence em 20 de 23 estados. Capriles obtém a reeleição em Miranda.
2013
Em outubro, Chávez ganha uma nova eleição presidencial, com 55% dos votos, contra o governador do estado de Miranda, Henrique Capriles. No dia 8 de dezembro, o líder realiza seu último discurso público. Em uma histórica transmissão em rede nacional de rádio e TV, afirma que se submeterá a uma nova e delicada cirurgia. Pede que, no caso de não poder continuar na presidência, a população vote em seu vice-presidente, Nicolás Maduro.
No dia 11, é operado em Havana. Em sua ausência, eleições a governadores são realizadas e o chavismo vence em 20 de 23 estados. Capriles obtém a reeleição em Miranda.
2013
Após
diversos boletins médicos transmitidos em rede nacional de rádio e
televisão pelo governo, Maduro anuncia no dia 5 de março o
falecimento do líder, que regressara ao país em meados de
fevereiro.
Durante nove dias, filas quilométricas foram formadas por venezuelanos que davam o último adeus ao presidente. No dia 15 de março, o corpo de Chávez foi levado ao Quartel da Montaña, no bairro popular de 23 de Enero.
Novas eleições presidenciais são convocadas para 14 de abril, após curta campanha, conforme estava previsto na Constituição. Maduro vence Capriles com diferença de 1,49% dos votos. O opositor não reconhece a legitimidade do pleito e convoca seus seguidores a um panelaço. No dia 15 de abril, o país registra episódios de violência e mais de uma dezena de chavistas são mortos. Capriles solicita a anulação do pleito.
Ao longo dos meses, Maduro se consolida como chefe de Estado. Apesar de lidar com escassez de produtos alimentares e uma inflação galopante, que fechou o ano em 56%, o presidente iniciou uma ofensiva econômica contra a especulação, com fiscalizações e intervenções a comércios. Em dezembro, o chavismo conquistou a maioria dos municípios nas eleições a prefeitos. Antes de terminar o ano, Maduro recebeu opositores em Miraflores e abriu portas para o diálogo político no país.
2014
Durante nove dias, filas quilométricas foram formadas por venezuelanos que davam o último adeus ao presidente. No dia 15 de março, o corpo de Chávez foi levado ao Quartel da Montaña, no bairro popular de 23 de Enero.
Novas eleições presidenciais são convocadas para 14 de abril, após curta campanha, conforme estava previsto na Constituição. Maduro vence Capriles com diferença de 1,49% dos votos. O opositor não reconhece a legitimidade do pleito e convoca seus seguidores a um panelaço. No dia 15 de abril, o país registra episódios de violência e mais de uma dezena de chavistas são mortos. Capriles solicita a anulação do pleito.
Ao longo dos meses, Maduro se consolida como chefe de Estado. Apesar de lidar com escassez de produtos alimentares e uma inflação galopante, que fechou o ano em 56%, o presidente iniciou uma ofensiva econômica contra a especulação, com fiscalizações e intervenções a comércios. Em dezembro, o chavismo conquistou a maioria dos municípios nas eleições a prefeitos. Antes de terminar o ano, Maduro recebeu opositores em Miraflores e abriu portas para o diálogo político no país.
2014
A
comoção gerada pelo assassinato de uma ex-miss fez com que Maduro
recebesse governadores para discutir segurança. Na reunião, ele e
Capriles se cumprimentaram pela primeira vez em nove meses. Durante a
iniciativa, anunciou que limitaria o lucro de empresários em
30%.
Fonte: Opera Mundi
Fonte: Opera Mundi