Quem governa a Colômbia?
Por
Alberto Pinzón
A 5 de
fevereiro de 2014, depois das denúncias da revista Semana sobre a
espionagem aos delegados do governo nas conversações de paz de La
Habana e a outras instituições oficiais, Santos e seu ministro
Pinzón anunciam com estardalhaço
a mudança cosmética do chefe de inteligência do Exército,
brigadeiro general Mauricio Ricardo Zúñiga, e ao diretor da Central
de Inteligência Técnica dessa mesma instituição, brigadeiro
general Jorge Zuluaga. Porém deixando intacta a linha de comando
“operativa e guerreristas
do Charry Solano, acima descrita. Por quê?
Uma instituição tão
centralizada e rígida como a Inteligência militar sob nenhum
aspecto pode ser catalogada de “roda solta”, como estão
escrevendo e dizendo os jornalistas do regime. O chiqueiro do bairro
Galerías, camuflado como um restaurante
barato onde vendiam feijões
com torrado
e
bandeja paisa,
precisamente para despistar melhor e poder cumprir sua execrável
missão, não estava coletando informação [base de qualquer
inteligência atual] para vendê-la a qualquer pessoa. Isso é falso.
Este grupo de guerra psicológica muito bem compartimentado e
organizado recebia ordens superiores e fornecia informação
processada a seus superiores.
Agora, bem, que não
chegasse até o presidente Santos e ficasse em mãos do Minguerra
Pinzón e da maior Embaixada do mundo em Bogotá, a que tem fornecido
esses equipamentos e onde funciona outro “escritoriozinho”
semelhante, porém mais poderoso da CIA; é outra coisa e pode também
significar outras coisas:
1-
Que quem governa a Colômbia não é Juan Manuel Santos
2-
Que um Poder infinitamente superior e com sede em Washington não
confia nele e deve espiá-lo como fizeram com os presidentes de
França, Alemanha etc. e outros líderes mundiais.
3-
Que ao governo dos EUA não lhe interessam sobremaneira os temas
sobre terras e garantias políticas que se pactuaram em Havana entre
as FARC e o governo colombiano de Santos; senão que somente lhe
interessa o terceiro tema [Narcotráfico]. Por isso, assim como fez
com Samper quando o processo oito mil, vão aproveitar a fragilidade
eleitoral de Santos para apertar a corda até tê-lo em
estado crítico, porém sem
enforcá-lo totalmente.
Igualzinho!, e isto explica
as “filtrações estratégicas e as fotos” sobre o processo de
Havana a Uribe Vélez. A saída do Partido
Conservador
da Unidade Nacional com sua
ruptura. E a investida assassina do narco-paramilitarismo oficial
contra a Marcha Patriótica, a UP, e a Esquerda em Geral que se está
vivendo.
4-
Que, firmando-se um pacto de paz em Havana para finalizar o conflito,
o governo colombiano atual não será capaz de garantir o
“pós-conflito” que oferece. Porque o Terrorismo de Estado segue
sem
problema algum
e impune, operando ante os
olhos [dilatados] do próprio Santos.
5-
Que todo o escândalo suscitado por este episódio da espionagem a
seus próprios membros do governo, igual que os demais episódios
abomináveis [ilegais e ilegítimos] onde se viram envolvidos os dois
sistemas de “Inteligência Nacional, a do DAS e a do Charry Solano,
NO passará de uma “investigação exaustiva” e, possivelmente
[como é usual] a mudança cosmética de nome de algum organismo
comprometido. Isso das “Forças obscuras” [que já estão claras,
porém impunes] e de “chegar até as últimas consequências” e
“impor o império da lei” não é mais que demagogia eleitoral
reeleitoreira, que torna ainda mais frustrada e incerta a capacidade
do Governo de sacar adiante e com êxito o processo de paz de Havana.
É por
isso que nos reafirmamos em nossa concepção de que é o Povo
Mobilizado e Consciente quem tem a chave da paz na Colômbia, o
demais é crer na bondade e na “vocação democrática” da CIA.