Exército colombiano espionou negociadores das Farc com o governo
De acordo com uma denúncia da revista Semana nesta terça-feira (4), o Exército colombiano espionou membros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) integrantes da comissão que realiza os Diálogos de Paz, com o governo do presidente Juan Manuel Santos em Havana, Cuba. Ativistas e militantes do país também foram espionados. Ao saber do conteúdo da denúncia, Santos pediu rigor na investigação para descobrir o intuito da medida.
Para
realizar tais operações, os militares criaram um estabelecimento de
fachada onde havia um restaurante e eram oferecidos cursos de
informática. Por 15 meses, a revista realizou a investigação,
conversou com mais de 25 fontes – preservando o sigilo de todas
elas – incluindo agentes de inteligência estadunidenses, altos
postos do Exército, militares da inteligência e contrainteligência
e funcionários do Estado.
Como
resultado da investigação, foram descobertas fotos, documentos e
uma série de evidências de que foram realizadas interceptações
ilegais por parte de setores do Exército Nacional. O centro de
coleta de dados foi montado um mês antes do início dos diálogos de
paz, tornando evidente a relação entre os ambos os fatos.
“O que se fazia ali era muito delicado. Não era possível fazer o controle de vozes, mas se fazia o controle de dados, que essencialmente são e-mails, pins (dos celulares Blackberry), etc. Os alvos eram pessoas relacionadas com as ONGs: Piedad [Córdoba], Cepeda [Iván], os de sempre. Mas também e principalmente, alguns dos plenipotenciários e assistentes”, contou à revista uma das fontes.
“O que se fazia ali era muito delicado. Não era possível fazer o controle de vozes, mas se fazia o controle de dados, que essencialmente são e-mails, pins (dos celulares Blackberry), etc. Os alvos eram pessoas relacionadas com as ONGs: Piedad [Córdoba], Cepeda [Iván], os de sempre. Mas também e principalmente, alguns dos plenipotenciários e assistentes”, contou à revista uma das fontes.
"Jaramillo
(Sergio Jaramillo), Eder (Alejandro Eder) ou De la Calle (Humberto de
la Calle) foram alguns dos que eu me lembro. A ideia era obter o
máximo de informações sobre o que falavam e como iam. Algumas das
informações coletadas não eram de todo relevante, pois era claro
que o que era importante não tratavam por e-mail ou PIN”, contou
outra fonte.
Os entrevistados afirmaram desconhecer o destino final das informações. A única coisa que sabem é que os dados eram enviados ao capitão, que por sua vez deveria entregá-los ao comandante de Inteligência Técnica do Exército número 1 (Bitec). Deste em diante, é incerto quem recebeu o material. De acordo com as próprias fontes, o alto governo não tinha ideia do que ocorria.
Após tomar conhecimento do caso, o presidente Juan Manuel Santos declarou que as espionagens ilegais são “inaceitáveis” e pediu ao ministro de Defesa, Rodolfo Palomino, uma “investigação a fundo do caso”.
Da Redação do Portal Vermelho,
com informações da Revista Semana
Os entrevistados afirmaram desconhecer o destino final das informações. A única coisa que sabem é que os dados eram enviados ao capitão, que por sua vez deveria entregá-los ao comandante de Inteligência Técnica do Exército número 1 (Bitec). Deste em diante, é incerto quem recebeu o material. De acordo com as próprias fontes, o alto governo não tinha ideia do que ocorria.
Após tomar conhecimento do caso, o presidente Juan Manuel Santos declarou que as espionagens ilegais são “inaceitáveis” e pediu ao ministro de Defesa, Rodolfo Palomino, uma “investigação a fundo do caso”.
Da Redação do Portal Vermelho,
com informações da Revista Semana