"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Há uma tentativa de golpe de estado em andamento na Venezuela"


Brasília - “Golpe de estado em desenvolvimento”. É este o termo com que o embaixador da Venezuela no Brasil, Diego Molero, ex-ministro da Defesa do governo Chaves, definiu os últimos acontecimentos em seu país, durante o ato de apoio político ao presidente Nicolás Maduro, organizado por representantes dos principais movimentos sindicais e sociais brasileiros, nesta sexta (21), na sede da embaixada, em Brasília. “O apoio de vocês é um grande alento, um grande consolo ao povo venezuelano. Na Venezuela, como aqui no Brasil, há um povo honesto, com espírito de luta para enfrentar essas vicissitudes, que não deixará que eles alcancem seus objetivos. E é por isso que pedimos ajuda para contar ao mundo o que de fato se passa no nosso país”, afirmou.

Em entrevista à Carta Maior, o embaixador disse que as recentes e violentas manifestações que têm ocorrido no seu país não são articuladas por estudantes ou setores pacíficos da oposição como a imprensa internacional quer fazer parecer, mas por infiltrados de direita treinados e financiados pelo governo norte-americano, com o objetivo de causar uma aparente instabilidade na Venezuela e, assim, justificar uma intervenção militar para a qual o Estados Unidos vêm se preparando há mais de uma década. Os objetivos? Tanto acabar comum dos mais expressivos governos de esquerda do continente quanto acessar o petróleo venezuelano.

“Há suficientes provas em meu país que certificam o que digo: tudo isso está orquestrado pelo governo norte-americano. Se analisamos quais são os países que são atacados pelo império norte-americano, vemos que são os que têm petróleo. E a Venezuela é um duplo inimigo, porque tem também um governo progressista, um governo que usa as reservas petroleiras para apoiar seu povo, com saúde, com educação. Em 2002, quando Pedro Carmona [então presidente da Federação Venezuelana de Câmaras de Comércio] deu aquele golpe, imediatamente o preço do barril de petróleo, que estava entre US$ 35 e US$ 40, foi ofertado aos Estados Unidos por US$7, US$ 8”, esclarece.

Conforme ele, há hoje na Venezuela um problema de desabastecimento real, provocado pelos capitalistas. E também uma instabilidade política, criada a partir da infiltração de grupos fascistas em manifestações que deveriam ser pacíficas. Mas o governo mantém o controle da situação e não há justificativa para intervenções. “A maioria dos feridos são funcionários do estado. Em número muito maior do que o de manifestantes, que usam táticas terroristas: queimaram a casa de um governador, atentaram contra a vida de sua família. Portanto, Isso não são atos democráticos, são atos terroristas. E o que o governo faz é apenas exercer a lei, como se faz em qualquer lugar do mundo”, justifica.

Molero avalia que a situação se agravou em 12 de fevereiro, quando, após uma marcha solicitada por estudantes opositores, o grupo liderado por Leopoldo Lopez afirmou que continuaria nas ruas enquanto houvesse governo. “A única forma que existe nos países democráticos para se tirar um governo do poder é a via eleitoral, que é a via constitucional. E a maioria do povo venezuelano decidiu que o presidente fosse Nicolás Maduro, o que é uma mostra de como o povo quer a continuidade de um governo que é realmente humanista e progressista. Então, Leopoldo Lopez não é um preço político, mas um preso comum acusado de assassinato, de terrorismo, de destruição do patrimônio público”, resumiu.

Direitos humanos

Ex-ministro da Defesa, Molero afirma que as forças armadas do seu país respeitam os direitos humanos e mantêm a tradição de apoiar e respeitar o povo, desde o início da chamada “revolução bolivariana”, com a entrada do ex-presidente Hugo Chávez na presidência. “Quando eu entrei nas Forças Armadas, nós aprendíamos a odiar os pobres. Antes de Chaves, se reprimia o povo, se matava o povo, como em 27 de fevereiro de 1989, quando Carlos Andrés Pérez ordenou que as forças armadas massacrassem um povoado, que resultou em mil mortos. Foi ali que nós, militares, começamos a nos rebelar contra aquela carnificina popular. Hoje em dia, temos a consciência, criada pela revolução bolivariana, de que somos povo e de nossa função é defender o povo”.

Molero avalia que, hoje, as forças armadas se comportam exatamente como em 2002, quando as mesmas forças de agora articularam o primeiro golpe contra o ex-presidente Hugo Chavez. “Na tentativa de golpe de 2002, saíram às ruas, lado a lado, o povo com suas bandeiras e as forças armadas com seus fuzis para resgatar a dignidade do nosso país. Hoje, a Venezuela tem um povo que apoia seu governo e forças armadas que seguem a constituição e, por isso, apoia o presidente Nicolás Maduro”, sustentou ele, alegando que os militares jamais iriam se lançar contra manifestantes inocentes.

O embaixador também atacou a manipulação de imagens que ganha o mundo via imprensa oficial e redes sociais. Em power point, exibiu um série de imagens de violência policial publicadas como sendo ocorridas na Venezuela, mas que, na verdade, se passaram em outras partes do mundo, como Síria, Egito, Argentina, Ucrânia e mesmo o Brasil. Mostrou também diversos vídeos das manifestações atuais, que mostravam as forças armadas se protegendo de ataques dos manifestantes, sem revidá-los. “O governo venezuelano já tem provas de que o tiro que matou a modelo em uma manifestação saiu das armas dos próprios manifestantes”, acrescentou.

Quanto ao apoio dos Estados Unidos, Molero sustentou que também não restam dúvidas. Segundo ele, os grupos de direita que tentam tomar o poder na Venezuela receberam, nos últimos anos, mais de US$ 80 milhões do governo norte-americano. “Um dinheiro que poderia ser usado para trazer mais benefícios para os povos, como escolas e hospitais, mas que serve para financiar o terrorismo de estado internacional”, ressaltou. Ele lembrou também que o presidente Barak Obama já afirmou em entrevistas que está preocupado com a situação na Venezuela e pronto para tudo. “Pronto para quê?”, questionou.