Dirigentes ecumênicos de todo o Mundo apoiam cessar fogo bilateral na Colômbia
Em uma carta enviada de
Bogotá, Colômbia, dirigentes cristãos locais e internacionais
exigem o cessar fogo bilateral entre o Governo da Colômbia e as FARC
(Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Na carta, insistem
em que sejam retomadas as conversações de paz. "Os 52 anos de
conflito armado na Colômbia cobraram muitas vidas, e causaram
deslocamentos nas comunidades locais”, assinalam.
Entre os signatários do documento figuram dirigentes de organizações ecumênicas mundiais, como o Conselho Mundial de Igrejas (CMI), ACT Aliança, a Comunhão Mundial de Igrejas Reformadas e a Federação Luterana Mundial. Assim como representantes de 40 igrejas locais e organizações ecumênicas, e mais de uma centena de associados internacionais.
"Não podemos deixar de expressar nossa dor de humanidade, de cristãs e cristãos ante as mortes que continuam acontecendo na Colômbia, que poderiam ter sido evitadas com um acordo de um cessar fogo bilateral”, diz a carta.
"O governo deve mudar sua posição de se negar a um acordo entre as duas partes para o cessar fogo, em prol da vida e em prol de uma maior legitimidade dos diálogos que vêm sendo adiantados, e as FARC devem voltar à sua vontade e decisão de manter-se no cessar fogo”.
Georges Lemopoulos, secretário geral interino do CMI, afirma que "as conversações de paz entre o governo e as FARC devem alcançar uma paz duradoura, com justiça social para os colombianos e as colombianas, algo que merecem em grande medida”.
Na carta, são reconhecidos os progressos realizados para reduzir a intensidade do conflito, como o acordo sobre a retirada das minas terrestres e outros explosivos, o acordo sobre a formação de uma Comissão da Verdade, e o informe publicado pela Comissão Histórica do Conflito.
"Unimo-nos e apoiamos o chamado que fizeram semanas atrás os Governos de Cuba e da Noruega, na sua qualidade de garantidores da Mesa de Conversações, para que se pactue o cessar fogo bilateral e o fim das hostilidades, como também para preservar os acordos até agora alcançados e para avançar na discussão dos temas que ainda estão pendentes na agenda”, afirma a carta.