"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 13 de julho de 2015

O ciclo 38º tece acordo sobre vítimas do conflito


Por Matias Aldecoa
A demora em se conseguir um acordo no ponto Vítimas, em Havana, em parte se fundamenta na resistência que o Governo de Santos tem para reconhecer as vítimas como sujeitos políticos, o que implica num reconhecimento especial às vítimas coletivas mediante a configuração de um novo modelo de Registro Plural e Unificado que inclua a coletivos vitimizados [partidos políticos, movimentos, organizações] e as vítimas de crimes de Estado.
O referido reconhecimento responsabiliza o Estado pela reparação integral “com sustento constitucional”; e o obriga a dar “garantias de proteção e segurança”, desmontando efetivamente as estruturas paramilitares e similares; como também exige a mudança da doutrina que nutre as práticas de terror de Estado, da Teoria da Segurança Nacional e do inimigo interno.
E os refugiados?
Ademais dos familiares assassinados, torturados e desaparecidos e dos despojados, deslocados e exilados, os refugiados são uma parte considerável das vítimas do conflito social e armado colombiano. Em seu reconhecimento, a Assembleia Geral das Nações Unidas, no ano de 2000, proclamou a data de 20 de junho como Dia Mundial do Refugiado.
Em memória das centenas de milhares de refugiados colombianos e dos 50 milhões que atualmente há no mundo, a comandante Victoria Sandino se pronunciou na sexta-feira 19, levando a vozaria da Delegação de Paz das FARC-EP. Na mensagem de solidariedade denunciou o rechaço que os governos dos países ricos dão aos refugiados, apesar de serem aqueles os principais responsáveis pela atual crise humanitária, a maior depois da gerada na segunda guerra mundial. (Ler comunicado)
O conflito colombiano tem contribuído com uma enorme cota de refugiados, calculando-se em 5 milhões de refugiados e migrantes colombianos para outros países, que fogem da perseguição política, do despojo paramilitar, da ação arrasadora das multinacionais e da exclusão social e violação de direitos humanos. Além dos deslocados, os refugiados devem ser reconhecidos como vítimas por parte do Estado. Com tal objetivo, “urgimos ao Governo da Colômbia a que aceite acordar medidas eficazes para acabar com a vitimização de deslocados e exilados, para reparar a todos eles e dar-lhes garantias eficazes de não repetição”, argumentou a comandante insurgente.
Em outro momento, o integrante do Secretariado Nacional das FARC-EP, comandante Ricardo Téllez, refutou ao Alto Comissionado para a Paz, pelos qualificativos “descorteses” que empregou para com os plenipotenciários das FARC-EP, quando criticou o dito pela organização guerrilheira no dia mundial do refugiado, especificamente o relacionado com a exigência ao Estado para que repare aos milhões de deslocados, refugiados e exilados do país.
O assunto transcendeu devido a que os termos utilizados pelo senhor Jaramillo rompem o acordo de reconhecimento e respeito estabelecido entre as Partes há três anos nos protocolos dos diálogos de Havana.
Não obstante, apesar dos infelizes epítetos utilizados pelo Comissionado, o comandante Téllez afirmou que “ainda que tenhamos contradições ou pontos de vista divergentes, lhe dispensamos tolerância e compreensão, porque do que se trata é de encontrar saídas à confrontação e não de aprofundá-las no âmbito das conversações”.
Em seguida, o integrante Plenipotenciário das FARC-EP, de maneira “comedida”, lhe pediu que “ponha fim a este tipo de atuações que só conduzem a sobressaltos inoportunos em momentos em que devemos enfocar nossos esforços em levar adiante o processo”, e dessa maneira não lesar a confiança construída até o momento.
Chegou a hora de parar a guerra”
No encerramento do segundo miniciclo, o chefe da Delegação de Paz das FARC-EP, comandante Iván Márquez, lamentou as mortes em combate de soldados, policiais e guerrilheiros; mortes que poderiam ser evitadas se o presidente Santos houvesse avaliado em sua justa dimensão a trégua unilateral por tempo indeterminado sustentada pelas FARC-EP durante cinco meses.
Uma trégua bilateral “favorece o anseio efetivo da reconciliação”, mais ainda quando as delegações em Havana se ocupam, na atualidade, de temas definitórios de um acordo final como são o de Vítimas, “justiça”, cessar-fogo bilateral, deixação de armas e desmonte do paramilitarismo.
É conhecido o recrudescimento e a intensificação da confrontação a partir dos bombardeios da Força Pública contra acampamentos onde ex-membros da Delegação de Paz das FARC-EP –Jairo Martínez e Emiro Jiménez- ilustravam aos guerrilheiros sobre os acordos alcançados em Havana, as possibilidades de um acordo final e a perspectiva de umas FARC-EP fazendo política sem armas.
Como consequência, aumentaram as vozes nos campos internacional e nacional advogando por um cessar-fogo bilateral que dê alívio às comunidades rurais e demais afetados pelos efeitos dos combates e das hostilidades.
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Equipe ANNCOL - Brasil