"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 21 de março de 2007

As conseqüências do Plano Colômbia

Mr. Bush veio incendiar a região com os anúncios de resgates militares e mais guerra. As conseqüências dos planos imperiais se traduzem na persistente e consuetudinária violação dos direitos humanos dos colombianos e no empobrecimento de grandes camadas da população. Há necessidade de um novo governo, escreve Allende La Paz.


Sem cérebro...


[Por Allende La Paz, ANNCOL]

A visita de Mr. Bush é a manifestação mais clara da ingerência do império estadounidense na vida da Colômbia e da região. Vem um presidente com o maior descrédito de presidente usamericano que se tem conhecimento na história, tratando de incendiar a região com seus anúncios de guerra, justificados com o propósito de contrabalançar a influência de Chavez, como se a questão fosse pessoal, e não um processo dos povos que lutam por sua libertação e independência del yugo imperial, como outrora o fizera com o movimento independentista iniciado por Simón Bolivar

O Plano Colômbia
43.836 milhões de dólares a mais par financiar a guerra contra o povo.

O plano colômbia é um plano de guerra que nasce nos centros de poders imperiais e é definitivamente um plano contra-insurgente. Sue objetivo final é manter a perniciosa ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos de nossos países, para continuar apropriando-se dos nossos recursos naturais como petróleo, ouro, carbono, níquel, produtos agrícola, nossa biodiversidade, nossos genes, água e etc.

Nesse plano, o governo dos estados unidos já investiu mais de 4,7 milhões de dólares (cifras do New York Times) e com a participação da administração de Álvaro Uribe Vélez acumulou 23,6 bilhões de dólares – segundo as cifras do Ministério de Defesa Colombiano -, gastos 4,8 bilhões en 2003; 5,5 bilhões em 2004: 6,4 bilhões en 2005 e 6,9 bilhões em 2006.

O qual significa que, em 2006, por exemplo, os governos da Colômbia e Estados Unidos gastaram 18,9 milhões de dólares diários com a guerra.

Como se fosse pouco, ambos os governos estão propondo para o que chamam de fase II do plano Colômbia – que na verdade é a fase III, chamada de “fase de consolidação”, segundo o texto do plano – a astronômica cifra de 43.836,6 milhões de dólares para gasta-los mal nos próximos 6 anos (2007-2013).

As conseqüências militares
As FARC deram uma baixa de 4.715 militares oficiais militares em combate, nos anos de 2005 e 2006.

Este plano de guerra é dirigido contra a população civil. O combate contra o narcotráfico é uma quimera uma vez que quem controla o negócio ilícito são os grupos narco-paramilitares sócios do presidente Álvaro Uribe Vélez, com seus chefes protegidos pelos agentes da DEA e a CIA.

O Plano Colômbia não golpeou a guerrilha das FARC, apesar da mobilização de milhares de soldados, polícias e narco-paramilitares. Pelo contrário, produziu-se um efeito contrário o fortalecimento das estruturas guerrilheiras visível diante do aumento do número de combates.
Durante a administração de Andrés Pastrana, no ano de 1999 se produziram 510 combates entre as tropas militares-narcoparamilitares e a guerrilha, os quais aumentaram para 682 combates em 2000 (início do Plano Colômbia), a 825 em 2001 e a 1.194 em 2002.

Durante a administração de Uribe Vélez se produziram 2.050 combates em 2003, 2.248 em 2004 e 1.782 em 2005, o que nos dá um total de 6.080 combates em três anos de Uribe Vélez contra 3.211 em quatro anos de Pastrana, o que mostra o aprofundamento da guerra.

Esses combates do Plano Colômbia (Patriota ou como queiram o chamar) produziram 2.058 baixas em unidades militares oficiais em 2005 e 2.657 baixas em 2006, ou seja, em apenas dois anos de guerrilha foram infringidas 4.715 baixas às tropas oficiais! Vale dizer que 4.715 membros das forças militares oficiais abatidas por fogo guerrilheiro é uma cifra muito maior que as baixas infringidas às tropas estadunidenses no Iraque.

As conseqüências na população civil
28.408 assassinados pelo Plano Colômbia.

As conseqüências na população civil estão evidentes. Segundo o observatório de Direitos Humanos durante os primeiros quatro anos de Uribhitler produziram-se 11.382 assassinatos ‘fora de combate’, 85% deles realizados pelas forças militares-narcoparamilitares.

Durante a administração de Pastrana foram assassinadas 28.408 pessoas, vítimas de desaparecimentos ou assassinatos seletivos. O que nos dá um acumulado de 39.790 pessoas assassinadas pela aplicação do Plano Colômbia.

Por sua parte, a Comissão Colombiana de Juristas informa que:

  • De cada dez sindicalistas assassinados no mundo, 9 são assassinados na Colômbia.
  • Nos primeiros nove meses do governo de Uribe, aumentaram os desaparecimentos forçados em 40%.
  • No ano de 2002 houveram 2.000 detenções arbitrárias a mais que no ano de 2001.
  • Entre os anos de 2002 e 2004 foram presas 4.750 pessoas, em sua maioria camponeses, acusados de serem “auxiliadores da guerrilha”.
  • São desperdiçadas forçadamente 7 pessoas por dia.
  • Os grupos narcoparamilitares assassinaram 3.200 pessoas desde que se iniciou os Sainetes de Ralito.
  • Desde julho de 2000 até junho de 2006 foram registrados 8.202 assassinatos por razões políticas, ou seja, assassinatos seletivos.
  • Durante os primeiros quatro anos de administração de Uribhitler foram desabrigadas 1.025.155 pessoas.
  • Durante a administração de Andrés Pastrana (governo que iniciou o Plano Colômbia) foram desalojados forçadamente 1.359.853 pessoas.
  • O número de pessoas desalojadas à força desde o início do Plano Colômbia é de 2.385.008.
  • O acumulado histórico de desabrigados forçados está em 3.940.008 pessoas, que somado aos desabrigados silenciosos, que não denunciam por medo de continuarem sendo perseguidos, de 1.500.000 pessoas, nos dá um total de 5.440.008 pessoas desabrigadas, camponeses e indígenas em sua imensa maioria, cujas terras e propriedades passam às mãos dos grupos narco-paramilitares.
Como se fosse pouco, a situação social é dramática. Aumenta a pobreza e a mendicância que agora compreende 70% da população; 15% de analfabetismo; 2,5 milhões de crianças sofrem de exploração do trabalho infantil; 2,3 milhões de crianças não podem ir à escola; não é garantido o acesso à saúde, se fecham os hospitais e morrem as crianças nos chamados ‘passeios da morte’.

Um Novo Governo

Se essa situação dramática não justifica nossos planejamentos, a profunda corrupção do estado colombiano, do governo e de todas as instituições, são mais que suficientes para definir a necessidade de um Novo Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, que crie junto com o povo uma Nova Institucionalidade que rume para a Nova Colômbia em Paz com justiça social, liberdade, independência e soberania nacional.

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