"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 30 de março de 2007

As Conseqüências do Plano Colômbia

Mr. Bush veio incendiar a região com os anúncios de resgates militares e mais guerra. As conseqüências dos planos imperiais se traduzem na persistente e consuetudinária violação dos direitos humanos dos colombianos e no empobrecimento de grandes camadas da população. A necessidade de um Novo Governo, escreve Allende La Paz.


Sem cérebro


[Por Allende La Paz, ANNCOL]

A visita de Mr. Bush é a manifestação mais transparente da ingerência do império estadunidense na vida da Colômbia e da região. Vem um presidente com o maior descrédito de presidente estadunidense de que tem conhecimento a história, a tratar de ´incendiar´ a região com seus anúncios de guerra, diz que com o propósito de se contrapor à influência de Chávez, como se a questão fosse pessoal, e não um processo dos povos que lutam por sua libertação e independência do jugo imperial, como outrora a fizera com a gesta independentista encabeçada por Simón Bolívar.

O Plano Colômbia
43.836 milhões de dólares mais para a Guerra contra o Povo.

O Plano Colômbia é um Plano de Guerra que nasce nos centros de poder imperiais e é definitivamente um plano contra insurgente. Seu objetivo final é manter a perniciosa ingerência dos Estados Unidos nos assuntos internos de nossos países, para continuar apropriando-se de nossos recursos naturais: petróleo, ouro, carvão, níquel, produtos agrícolas, nossa biodiversidade, nossos genes e da água.

Neste Plano o governo dos Estados Unidos investiu mais de 4,7 bilhões de dólares (cifras do New York Times) e, com a participação de Álvaro Uribe, acumularam 23,6 bilhões de dólares – segundo as cifras do Ministério de Defesa colombiano –, gastados 4,8 bilhões em 2003; 5,5 bilhões em 2004; 6,4 bilhões em 2005; e 6,9 bilhões em 2006.

O qual significa que, por exemplo, em 2006, os governos de Colômbia e Estados Unidos gastaram 18,9 milhões de dólares diários na guerra!

Como se fosse pouco, ambos os governos estão propondo para o que chamam a fase II do Plano Colômbia – que, na realidade, é a fase III, chamada ´fase de consolidação´, segundo o texto do Plano – a astronômica cifra de 43.836,6 milhões de dólares para mal gastá-los nos próximos 6 anos (2007-2013).

As conseqüências militares
As FARC deram baixa em combate a 4.715 militares oficiais nos anos 2005 e 2006.

Este Plano de guerra é dirigido contra a população civil. O combate contra o narcotráfico é uma ilusão, uma vez que os que controlam este negócio ilícito são os bandos narco-paramilitares, sócios do presidente Álvaro Uribe Vélez, e protegidos seus chefes ou capos pelos agentes da DEA e da CIA.

O Plano Colômbia não golpeou a guerrilha das FARC, apesar da mobilização de milhares de soldados, policiais e narco-paramilitares. Pelo contrário, produziu como efeito contrário o fortalecimento das estruturas guerrilheiras visibilizado no aumento do número de combates. Durante a administração Andrés Pastrana, no ano 1999, se produziram 510 combates entre as tropas militares-narco-paramilitares e a guerrilha, os quais aumentam para 682 combates no ano 2000.(ano de início do Plano Colômbia), a 825 em 2001 e a 1.194 no 2002.

Durante a administração de Álvaro Uribe Vélez se produziram 2.050 combates em 2003, 2.248 no 2004 e 1.782 em 2005, o qual nos traz um total de 6.080 combates em três anos de Uribe Vélez contra 3.211 em quatro anos de Pastrana, o que mostra o aprofundamento da guerra.

Estes combates do Plano Colômbia (Patriota ou como o queiram chamar) produziram 2.058 unidades militares oficiais dadas de baixa em 2005 e 2.657 dados de baixa em 2006, ou seja, que, em apenas dois anos, a guerrilha das FARC causaram 4.715 baixas às tropas oficiais!, isto é, 4.715 membros das forças militares foram abatidos pelo fogo guerrilheiro, cifra muito maior que as baixas infringidas às tropas estadunidenses no Iraque.

As conseqüências na população civil
28.408 assassinados pelo Plano Colômbia

As conseqüências na população civil estão à vista. Segundo o Observatório de Direitos Humanos, durante os primeiros quatro anos de Uribhitler se produziram 11.382 assassinatos ´fora de combate´, 85% deles realizados pelas forças militares-narcoparamilitares.

Durante a administração Pastrana foram assassinadas 28.408 pessoas, vítimas de desaparição forçada, assassinatos seletivos e desaparições forçadas. O qual nos produz um acumulado de 39.790 pessoas assassinadas pela aplicação do Plano Colômbia.

Por sua parte, a Comissão Colombiana de Justiça informa que:

  • De cada dez sindicalistas assassinados no mundo, 9 são assassinados na Colômbia.
  • Nos primeiros nove meses do governo de Uribe, aumentaram as desaparições forçadas em 40%.
  • No ano 2002 houve 2.000 detenções arbitrárias a mais em comparação com o ano 2001.
  • Entre os anos 2002 e 2004 foram detidas 4.750 pessoas, em sua maioria campesinos, acusados de ´serem auxiliadores da guerrilha´.
  • São desaparecidas forçosamente 7 pessoas por dia.
  • Os bandos narco-paramilitares assassinaram 3.200 pessoas desde que se iniciaram os Sainetes de Ralito.
  • Desde julho de 2000 até junho de 2006 se registraram 8.202 assassinatos por razões políticas, isto é, assassinatos seletivos.
  • Durante os primeiros quatro anos da administração de Uribhitler foram deslocadas 1.025.155 pessoas.
  • Durante a administração de Andrés Pastrana (governo que iniciou o Plano Colômbia), foram deslocadas forçosamente 1.359.853 pessoas.
  • O número de pessoas deslocadas forçosamente desde o início do Plano Colômbia é de 2.385.008.
  • O acumulado histórico de deslocamento forçado se situa em 3.940.008 pessoas, que, somado ao deslocamento silencioso, o que não se denuncia por temor a seguir sendo perseguido, de 1.500.000 pessoas, nos aponta um total de 5.440.008 pessoas deslocadas, campesinos e indígenas em sua imensa maioria, cujas terras e propriedades passam às mãos dos bandos narco-paramilitares.
Como se fosse pouco, a situação social é dramática. Aumenta a pobreza e a mendicância e se situa em 70% da população; 15% de analfabetismo; 2,5 milhões de crianças sofrem a exploração do trabalho infantil; 2,3 milhões de crianças não podem ir à escola; não se garante o acesso à saúde, fecham-se hospitais e morrem crianças nos chamados ´passeios da morte´.

Um Novo Governo

Se esta dramática realidade não justifica nossas propostas, a profunda corrupção do estado colombiano, do governo e de todas as instituições são mais que suficientes para propor a necessidade de um Novo Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, que crie, junto com o povo, uma Nova Institucionalidade que caminhe para a Nova Colômbia em Paz com justiça social, liberdade, independência e soberania nacional.

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