"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

Este material pode ser reproduzido livremente, desde que citada a fonte.

A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


segunda-feira, 26 de março de 2007

Enquanto não são retiradas as tropas dos municípios de Pradera e Florida

As Farc não receberam ninguém da revista Cambio, disse Raúl Reyes. “As Farc não têm recebido o Governo, seja um facilitador autorizado ou porta-voz, nem o receberá enquanto não forem retiradas as tropas dos municípios de Pradera e Florida. Convidamos aos Governos amigos do acordo para que façamos dele uma realidade mediante pressão internacional para que o Governo não siga criando mais cortinas de fumaça com o propósito de dilatar um processo e um problema que devia ter resolvido muitos anos atrás”.

Doutor ‘ternura’



[ANNCOL]

Transferimos aos nossos leitores esta última entrevista de Raúl Reyes, membro do Secretariado do Estado Maior das Farc à revista CAMBIO. E sobretudo para conhecimento do Alto Comissário de Paz, o senhor Luis Carlos Restrepo, quem em entrevista para CARACOL pratica o unanismo com a proposta dos congressistas norte-americanos.

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CAMBIO: O que você acha da autorização que o presidente Uribe deu à alguns familiares de seqüestrados pelas Farc para começarem a resolver a liberação?

RAÚL REYES: Me parece um insulto aos familiares e à imensa maioria dos colombianos que querem a liberdade dos trocáveis. Pedir aos familiares para que eles nos procurem, não tem problema. Nos interessaria muito conversar com eles mas não podemos nos enganar: os familiares dos prisioneiros não são o Estado, não são o Governo, portanto não podem solucionar nada.

Mas as Farc receberam alguma petição dos familiares para que os recebam?

Que eu saiba não chegou esse tipo de soliocitação, mas isso pode resolver-se de outra maneira e não pedindo autorização ao presidente Uribe. Não vamos receber ninguém que venha em nome ou em representação do Governo.

O presidente disse ainda a pouco que havia enviado um emissário para falar com vocês e que vocês se negaram a recebê-lo. Isso é verdade?

As Farc não têm recebido o Governo, seja um facilitador autorizado ou porta-voz, nem o receberá enquanto não forem retiradas as tropas dos municípios de Pradera e Florida.

Isso quer dizer que desistem da idéia de um intercâmbio humanitário?

Pelo contrário. As Farc mantém sua inegável vontade e disposição para o acordo humanitário, sempre e quando o Governo fizer a desmilitarização dos municípios de Pradera e Florida, no Valle.

Essa é a sua posição e não muda?

O requisito é a retirada, não tem meio-termo. Sem esse requisito é absolutamente impossível fazer o acordo humanitário.

O que as Farc pensam da ordem do Presidente de resgatar os seqüestrados pela via militar?

É uma loucura. Uribe só quer guerra e fechar todos os espaços para o acordo humanitário. Essa é sua responsabilidade. Por isso celebramos todas as expressões que fazem os familiares, os amigos da troca, a comunidade internacional.

A propósito dos bons trabalhos da comunidade internacional, Itália ofereceu seu território para que delegados do Governo e das Farc se reúnam com o objetivos de fazer um pré-acordo. O que você pensa dessa proposta?

As Farc agradecem a Itália e a todos os Governos que oferecem seus países para que os nossos vão lá, mas nesse momento não existem condições. Nós acreditamos que o conflito e todos os seus derivados devem ser resolvidos na Colômbia. Por isso insistimos na desmilitarização de Pradera e Florida.

Que papel devem ter os países amigos do acordo humanitário como a Espanha, França e Suíça?

Convidamos aos Governos amigos do acordo para que façamos dele uma realidade mediante pressão internacional para que o Governo não siga criando mais cortinas de fumaça com o propósito de dilatar um processo e um problema que devia ter resolvido muitos anos atrás.

O Presidente disse a pouco que as Farc tiraram Ingrid Betancourt da Colômbia. Se é verdade, onde onde ela está?

Uribe diz qualquer coisa e agora inventou que Ingrid está fora. Ela está na Colômbia e nós jamais a tiramos do país.

Os familiares dos seqüestrados vivem angustiados porque não têm provas recentes de sua sobrevivência. Qual é o seu estado de saúde?

Todos os prisioneiros se encontram bem em meio às condições próprias do lugar de cativeiro, mas estão muito preocupados e se sentem esquecidos pelo Governo. Todos eles são servidores do Estado, uns com uniforme e outros sem, e hoje só encontram a indiferença e a arrogância do Governo e a falta de sensibilidade de Uribe.


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