"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quarta-feira, 21 de março de 2007

A entrevista de Cecília Calero

A entrevista que a rádio colombiana ‘a W’ fez com a presidente da Associação Jaime Pardo Leal (AJPL) mostra às claras o papel que julgam os meios de comunicação no conflito interno social e armado que vive a Colômbia. É parte do estratagema do regime narco-paramilitar colombiano de taxar os contraditores políticos e a oposição.


Uma das manifestações da AJPL na Suécia.

[ANNCOL]

A entrevista que a rádio colombiana ‘a W’ fez com a presidente da Associação Jaime Pardo Leal (AJPL) mostra às claras o papel que julgam os meios de comunicação no conflito interno social e armado que vive a Colômbia, e o triste papel de alguns jornalistas que se convertem em pontas-de-lança dos delírios guerreiros de militares e bandas narco-paramilitares e realizam esse triste papel de corvos dos crimes de Lesa Humanidade que eles cometem.

A agressividade do jornalista com a senhora Calero não é uma função própria de um jornalista e mostra como “servem ao patrão”. Perguntas tendenciosas, querendo obrigar a presidente da AJPL a dizer coisas que os meios de comunicação, do regime de terror que impera na Colômbia, querem que diga para basear-se na mentira.

E como se não fosse suficiente, o registro da entrevista na página web da emissora ‘a W’ (que como disseram ontem na rádio “Café Etéreo”, deveria se chamar “a cópia da AUC”), tendenciosamente quer mostrar que o Fórum que se realizará no dia 12 de março em Estocolmo sobre o Conflito Interno Colombiano e os julgamentos a Simon Trinidad e Sonia nos Estados Unidos, será uma reunião de membros das FARC, assim eles os chamam “simpatizantes”.

É necessário esclarecer que a Associação Jaime Pardo Leal (AJPL) é uma associação de exilados colombianos – a maioria militantes do Partido Comunista Colombiano (PCC) e da União Patriótica – aos quais o Estado Sueco concedeu refúgio porque suas vidas corriam perigo de morte, como aos mais de 4.500 membros da UP e do PCC assassinados pelo Terrorismo de Estado que realiza a oligarquia colombiana, a mando do governo dos Estados Unidos.

O nome de Jaime Pardo Leal é a homenagem que os revolucionários membros do PCC e da UP fazem à memória desde dirigente popular, e para ele não precisamos pedir permissão para nada. Jaime Pardo Leal foi companheiro de luta de muitos de nossos membros da AJPL e junto à ele conduzimos a luta contra o regime assassino oligárquico colombiano desde as filas do PCC, organização política de esquerda, que defende as teses da “combinação das diversas formas de luta de massas”, sem depreciar nenhuma, entre outras coisas porque é uma realidade colombiana, e a própria oligarquia utiliza diariamente essa tese para conduzir sua guerra criminosa contra o povo colombiano.

O Plano de Extermínio continuou durante a administração de Álvaro Uribe Vélez e foi registrado o assassinato de 160 membros do PCC e da UP. Ele é mais visível quando é o próprio presidente quem ameaça os membros da oposição vociferantemente de “terroristas civis” e quando criminaliza a atividade jornalística de Freddy Muñoz – de Telesur – e de Horacio Duque, analista de vários meios alternativos, entre eles ANNCOL, Argenpress, Indymedia, etc.

O atual regime de Terrorismo de Estado, aplicado pelas forças militares estatais e as bandas narco-paramilitares, tem produzido 11.382 pessoas assassinadas “fora de combate” durante os primeiros 4 anos do governo Uribe –(85% delas atribuídas à forças ‘oficiais’), e a continuidade do Plano Colômbia por parte dos governos da Colômbia e Estados Unidos nos faz prever que tal situação continuará e se aprofundará.

Contra tal estado de coisas, contra uma guerra imposta desde os centros de poder imperiais, os membros da AJPL, seguiremos levantando nossa voz para denunciar os crimes executados por políticas tão nefastas. Não é a primeira vez que nos taxam de ‘guerrilheiros’. É uma política do estado colombiano taxar os contraditores políticos, a oposição de “guerrilheiros”, “terroristas”, “narcotraficantes”, passo prévio e indispensável para proceder para a eliminação física, como temos visto nesse dias, pelo próprio presidente da Colômbia.

Essa atitude dos funcionários estatais mostra porque na Colômbia existe uma guerrilha como as FARC-EP.

Não nos ferem as “taxações”. Não sentimos medo. O medo vencemos faz tempo. Vivemos como exilado na Suécia, país onde se respeitam as opiniões e as diferenças alheias. E daqui seguiremos denunciando os crimes de Lesa Humanidade cometidos pelo regime oligárquico desde 1964, que tem resultado em 150 mil mortos em massacres, desaparecimentos e assassinatos seletivos, e mais de 5,4 milhões de desabrigados internos.

Da Suécia seguiremos planejando sempre, desde agora, a necessidade de uma saída política ao conflito interno colombiano, para construir um Novo Governo que rume a Colômbia para a paz com justiça social, liberdade, independência e soberania nacional.

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