"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


terça-feira, 27 de março de 2007

ONG pró-militar protesta na embaixada sueca em Bogotá

A “ONG” pró-militar é um apêndice das forças militares colombianas sob a fachada e liderança do “ator e ativista Rodrigo Obregón, presidente da fundação”, como o apresenta El Tiempo, o diário do vice-presidente Francisco Santos, a qual atua como uma verdadeira organização para-militar. Escreve o jornalista sueco Dick Emanuelsson.



Fachito Santos detrás dessa organização pró-paramilitar


[Dick Emanuelsson/Bogotá/ 070313]

A “Fundación Colombia Herida” [Fundação Colômbia Ferida], uma ONG que apóia o Terrorismo de Estado colombiano, protestou hoje em frente à embaixada sueca em Bogotá por “tolerância sueca com a guerrilha das FARC”.

O motivo é o ato de informação acerca do conflito colombiano e o estado dos processos judiciais nos Estados Unidos contra o extraditado ´Simón Trinidad´, negociador das FARC-EP das mesas temáticas durante o processo de paz com o ex-presidente Andrés Pastrana, e contra Sonia, também guerrilheira dessa organização insurgente. O julgamento contra Simón Trinidad foi anulado pelo juiz norte-americano por falta de consenso no júri e pela quantidade de contradições e mentiras das testemunhas falsas que o estado colombiano e o fiscal norte-americano apresentaram, as quais são pagadas com os dinheiros dos contribuintes dos Estados Unidos.

A “ONG” pró-militar é um apêndice das forças militares colombianas sob a fachada e liderança do “ator e ativista Rodrigo Obregón, presidente da fundação”, como o apresenta El Tiempo, o diário do vice-presidente Francisco Santos, a qual atua como uma verdadeira organização para-militar.

Caso dos três irlandeses de Sinn Fein

Este indivíduo de sobrenome Obregón se apresenta a cada vez que há processos judiciais na Colômbia onde figuram pessoas que são acusadas pelo estado como guerrilheiros e onde as provas não são mais que montagens da inteligência militar. Com uma atitude agressiva e ameaçadora a qualquer questionamento, como o caso dos três irlandeses que foram acusados por ser “professores das FARC (que levam 42 anos nas montanhas) em explosivos”, o senhor Obregón se lança com seu grupúsculo de gente, e por trás tem um organismo estatal que, não poucas vezes, tem sido denunciado por haver massacrado e desaparecido com testemunhas, como o caso da tomada do Palácio de Justiça.

O protesto em Bogotá é, por isso, uma expressão do crescente desespero do regime militarista de Santos & Uribe. Enquanto a família Santos e seu diário El Tiempo tentam mostrar com todos os seus poderosos meios de comunicação que o ato em Estocolmo era um ato em solidariedade com “os terroristas das FARC e a luta armada”, na capital sueca se apresentaram mais de cem pessoas que escutaram tudo menos representantes das FARC.

Palestrantes guerrilheiros?

Alberto Pinzón Sánchez, médico e antropólogo, um dos quatro notáveis da Comissão de Notáveis, e o advogado norte-americano – especialista em temas de direitos humanos – e investigador sobre a morte de Jorge Eliécer Gaitán, Paul Wolf, falaram sobre o conflito, suas raízes e as montagens judiciais em relação aos julgamentos contra Simón Trinidad (Ricardo Palmera) e a guerrilheira Sonia (Nayibe Rojas).

Os intentos dos Santos & Araújo de impedir o ato foram em vão. As autoridades suecas, ainda que sejam dirigidas agora por um governo de centro-direita, não vacilaram, ainda que os Santos, apoiados pelo fracasso jornalístico Julio Cristo da emissora “W” e a RCN (com canais abertos à inteligência militar), dispararam indignação e raiva por motivo do ato sueco, cuja pretensão não era mais que informar à opinião pública nacional e internacional acerca do conflito colombiano e sobre o estado dos processos judiciais contra os guerrilheiros das FARC nos Estados Unidos.

Jornalismo com ética?

É um pouco risível observar justamente esse desespero e raiva, porque estes personagens que têm, como o vice-presidente colombiano, o descaramento de jogar no ar a acusação de que a presidenta da Associação Jaime Pardo Leal é filha de um alto comandante guerrilheiro, pensando que, dessa forma, com calúnias, vai “neutralizar” o trabalho de cultivar mais consciência acerca da tragédia colombiana. Pior ainda quando, supostamente, Santos é um dos proprietários de meios de comunicação onde se controlam as fontes duas vezes antes de publicar uma acusação tão grave, como fez ele contra Cecília Calero, a presidenta da associação de solidariedade com o povo colombiano.

E o senhor Cristo e seus colegas da “W” não digam nunca mais, como uma raposa política mais que como jornalista, que Jaime Pardo Leal, o fundador e presidente e candidato presidencial da União Patriótica, que o líder upecista era uma pessoa totalmente contrária à tese “da combinação de todas as formas de luta de massas” e, em conseqüência, às FARC, desconhecendo a firmeza ideológica e política de Pardo Leal e escondendo a história das muitas visitas e abraços entre Pardo Leal com Manuel Marulanda e Jacobo Arenas, fundadores legendários da guerrilha mais antiga de América Latina, durante o processo de paz com Belisario Betancourt e Virgilio Barco, um cessar-fogo que César Gavíria rompeu em 9 de dezembro de 1990.

Falta jornalismo com dignidade e respeito

E, para o cúmulo, usando sua experiência em como se faz uma montagem jornalística, chamou o filho de Jaime Pardo Leal dizendo-lhe que a associação com o nome de seu pai apoiava “os terroristas das FARC”, manipulando ao jovem filho de Pardo Leal e criando contradições baseadas em mentiras.

No entanto, não perguntou a Cecilia Calero sobre o conteúdo do ato em Estocolmo, porque isso era uma coisa secundária, senão que atirou-lhe a pergunta imbecil porém tendenciosa [sobre] “quantos guerrilheiros há na associação na Suécia”, uma pergunta a que a senhora Calero deveria mandar o senhor Cristo para aquele lugar e pendurar o telefone por não saber exercer o jornalismo com dignidade e respeito.

E como não lograram impedir o Foro de Solidariedade com a Colômbia e Simón e Sonia, apesar das mentiras e calúnias de todo tipo – sumamente perigosas para os integrantes da AJPL, como Cecília Calero –, que se efetuasse o ato em Estocolmo, agora seguem a campanha contra as autoridades suecas com vários motivos.

A campanha contra as autoridades suecas

PRIMEIRO por fazer escândalo político para que meios de comunicação como El Tiempo, “W” e o resto do Cachorro midiático sigam sua cobertura absurda e antiética que são peças da guerra psicológica e política a um ator da luta política em Colômbia.

SEGUNDO, é para marcar as autoridades suecas e também a outros países com missões diplomáticas na Colômbia que não aceitam ações políticas ou atos de solidariedade no exterior que tenham que ver com mostrar a verdadeira cara do conflito colombiano e não a que pretende o governo de Álvaro Uribe Vélez, quem, inclusive, pretende negar que na Colômbia há um conflito armado interno, isto é, que há uma guerra, à qual lhe destinam 19 milhões de dólares diários.

TERCEIRO, Uribe & Santos acreditaram que, com o rótulo “terrorista” poderiam silenciar a uma parte da oposição colombiana, fechando todos os canais para que seja impossível nem sequer estender pontes para um intercâmbio de prisioneiros de guerra entre o estado e a guerrilha das FARC. Assim, têm pretendido silenciar ao PDA e suas denúncias sobre o que na Colômbia chamam a narco-para-política, que levou ao cárcere a parlamentares e funcionários do entorno íntimo do presidente colombiano. Porém, os povos buscam seus múltiplos meios e canais, como fez a resistência antifascista na Alemanha durante a guerra, e isso é o que podemos observar no ato de Estocolmo.

A espionagem diplomática colombiana

Lá, teve que sacar ao segundo secretário da embaixada colombiana em Estocolmo porque foi desmascarado (por este repórter com câmara) quando estava a bordo no navio de Gloria, tirando fotos dos manifestantes da Associação Jaime Pardo Leal quando eles, no cais do porto de Estocolmo, protestaram contra o terror para-estatal na Colômbia, isto é, realizando um ato de espionagem num país estrangeiro. Agora, dia após dia, nos damos conta acerca de quem são os verdadeiros terroristas na Colômbia, quando já os aliados de Uribe & Santos vão ser mais os que estão detrás das grades que fora delas.

Francisco Santos agora diz que estão investigando a presidenta da Associação Jaime Pardo Leal. Com que legislação estão fazendo isso? Com a colombiana?, que não vigora na Suécia, ou através da embaixada. Claro, a embaixada segue a ordem por Uribe de “Conseguir 100 000 amigos da Colômbia no exterior”, isto é, a rede de delatores que na Colômbia tem resultado em falsos positivos e tanta morte.

A mão negra da embaixada

Toda esta campanha de intimidação, não somente para os colombianos que foram obrigados a exilar-se no exterior, escapando da mão negra do Terrorismo de Estado, como também dirigida contra as embaixadas acreditadas em Bogotá, deveria ser motivo para uma reflexão.

Álvaro Uribe nunca ocultou sua intenção de perseguir a todos aqueles que lutam por uma Nova Colômbia com justiça social, não somente na Colômbia como também no exterior. Por isso, minha recomendação a todos os embaixadores acreditados em Bogotá é propor a seus respectivos governos ordenar uma investigação a fundo das operações realizadas pelos diplomatas colombianos no exterior.

Para nenhum jornalista colombiano é um segredo que, nas embaixadas e consulados colombianos no exterior, também há um vários “diplomatas” encarregados de realizar a tarefa de inteligência de Uribe; espiar a todos os colombianos e as organizações que realizam atividades em prol dos direitos humanos ou em solidariedade à esquerda colombiana. Para os embaixadores em Bogotá a tarefa deveria ser de chegar ao fundo e uma vez para sempre marcar o limite que é o trabalho diplomático por um regime que está por cair, mais cedo ou mais tarde.

El Tiempo: Denunciam tolerância sueca com a guerrilha das FARC, na Colômbia.

A ONG-FF AA. “Fundación Colombia Herida” [Fundação Colômbia Ferida]

A Fundação é fruto de um trabalho de solidariedade e de um compromisso com a Colômbia que se materializa através de programas sociais, que, ademais de gerar bem-estar na população, permitam aos membros feridos da força pública e aos familiares dos caídos e feridos não só sanar aquelas feridas causadas pela guerra e a diferença da nação, como também sentir apoio e agradecimento da população civil durante e ao final da luta armada.

http://www.colombiaherida.org/sitio/index.php?modulo=portada


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