Às Mulheres
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A mulher é quem nos fez humanos. Seu amor é incomensurável e este tem impedido que o homem destrua a Terra. Dentre as mulheres, dedicamos este dia às mulheres da AJPL, que, assim como as que caminham de noite e de dia, que suportam chuva e sol, também estão lutando pela construção de uma nova sociedade na Colômbia, escreve Allende La Paz.
[Por Allende La Paz, ANNCOL]
A máxima não poderia ter sido melhor expressada. E quem a disse não podia equivocar-se. A história lhe deu razão. E mais, sem seu decidido concurso não existiria o ser humano. O que quer dizer que nem sequer existiríamos. Por isso, lhes dedicamos neste dia, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, estas breves, porém amorosas linhas.
O amor e a ternura
O amor nos fez humanos
Muitos pesquisadores concluíram que, definitivamente, o que nos fez humanos foi o amor. O amor que esculpiu nosso cérebro e nossa mente e produziu esse sentimento indescritível, porém vivenciado diariamente. Amor indescritível. Amor sensível. Amor...
Diz-se que é o amor de nossas mães o que começa a estimular nosso cérebro e nos torna seres sensíveis. Quem não recorda – ainda sem sabê-lo – a sensação das mãos carinhosas que nos acariciavam quando ainda éramos pequenininhos... Quem não se enternece com a carícia da mão de sua mãe, ou com sua mirada terna... Quem não sente vontade de dar sua vida por sua mãe...
Este ser – a mulher – é o que tem mudado a história. Sem ela não creio que houvesse existido isso que chamam história. Ela não só é a artífice da perpetuação da espécie – porque, se houvesse tocado a nós, homens, tenha a segurança que a população não seria nem um quarto do que é agora –, como também a que impediu que a sociedade patriarcal que domina o mundo tenha chegado à extinção. É ela a que nos faz menos rudes, menos loucos – ainda que, quase sempre, nos tornem loucos de amor –, menos sem sentimentos. Quem não chorou pelo amor de uma mulher... Quem não foi levado ao céu com êxtase sublime de seu amor... ou ao inferno quando não quer dar-nos seu amor... quem?
Porém, ela também tem sido lutadora. Ela vislumbrou, há muitíssimos anos, uma nova sociedade. Ela semeou nos homens – a maioria, defensores da sociedade patriarcal – a semente para a destruição desse patriarcado. E ela mesma disse que não é para construir uma sociedade matriarcal, mas sim para construir uma sociedade para ambos, para os dois gêneros, na qual as diferenças – indispensáveis e naturais como as biológicas – só sirvam para unir, estreitar, envolver, o um com a outra e a outra com o um, em unidade dialética indissolúvel.
Porque elas são assim na manifestação de seu amor sublime...
As mulheres da Pardo Leal
As mulheres são base, cérebro, motor e coração da AJPL.
E se, ao homenagear as mulheres, quero fazê-lo personificando-as nas mulheres da Associação Jaime Pardo Leal (AJPL) de Estocolmo. São elas base, cérebro, motor e coração das atividades que desenvolvem. São elas as que nos fazem sentir que os homens valemos algo e as que nos estimulam com seu, muitas vezes, silencioso exemplo e com sua tenacidade.
São elas alegria de viver a vida e razão de nossa atividade revolucionária. São flores perenes que engalanam com sua presença cada ato, cada reunião, cada comício, e seu perfume natural impregna cada uma de nossas células, levando-nos à compreensão de quão favorecidos temos sido, pela mãe natureza ou pela providência, do desfrute de sua presença.
Quero personificar ainda mais e falar da presidenta da AJPL, Cecila Calero. Mulher doce, serena, formosa qual orquídea colombiana, que está dotada de uma incomensurável perseverança e uma consciência revolucionária a toda prova. Seu sorriso fácil, às vezes, esconde sua humildade, enquanto em outras mostra sua visão alegre da vida.
Nos momentos difíceis, aí está Ceci. Na bonança, aí está Ceci lembrando-nos – sem dizê-lo – a importância da humildade. E sua estatura se agiganta ante os ataques. Como o lançado por um jornalista de ofício de uma rádio colombiana, que, pretendendo acuá-la pelo Foro de 12 de março, lhe pergunta: “quantos guerrilheiros há em Estocolmo?”. E ela, com uma maturidade – que só temos visto em lutadores curtidos por anos e anos de luta –, sem titubear lhe responde que “nenhum – e se ri da babaquice do jornalista –, não vê que todos estão lutando lá na Colômbia?”
Ah, estúpido homenzinho, não sabias com quem estavas tratando! Não tens nem a mais remota idéia de a quem interrogavas – como um militar – quando pretendias arrancar-lhe a informação de quantas vezes viajou Ceci a Colômbia. Pretendias jogar de gato e convertê-la numa ratinha, porém a ratinha te ´deu uma volta´... Não sabes, jornalista idiota, que as mulheres são campeãs na ´arte de brincar de gato e rato´, como tampouco sabes que a têmpera das mulheres revolucionárias é superior à do aço.
Isso tampouco o sabia – nem o sabe ainda – o imbecil que está vice-presidente, que pretende enlamear seu nome lançando calúnias... E, se fosse certo o que disse, não sabe o pigmeu Fachito Santos quão orgulhosos nos sentiríamos na AJPL...
Sem a participação da mulher não há revolução
As mulheres revolucionárias são a seiva que alimenta o espírito.
Quisera mencionar a todas as mulheres da AJPL... porém não vou presentear essa informação ao inimigo de classe. Só quero enviar-lhes esta mensagem de admiração e amor, de camaradagem e respeito.
Estas mulheres – como a que me acompanha em minhas vivências, em meus sentires, em meus sofreres, em meus prazeres e dores, em minhas alegrias e tristezas – são a seiva que alimenta meu espírito, e o de muitos revolucionários. São elas exemplos admiráveis, que, igual às que caminham de noite e de dia, que suportam chuva e sol, também estão lutando pela construção de uma nova sociedade na Colômbia, de um Novo Estado para viver a vida em paz com justiça social, liberdade, independência e soberania.
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