Governo colombiano quer silenciar exilados na Suécia

Em meio a uma crise sem precedentes, onde a cada dia se conhecem novos vínculos entre membros do governo colombiano, grupo de narcotraficantes e terroristas paramilitares, desatou uma virulenta campanha contra a oposição, à qual qualifica como terroristas de civil, narcotraficantes ou cúmplices de guerrilheiros das FARC-EP. Correspondeu o turno à AJPL por organizar, em Estocolmo, um Foro sobre o Conflito colombiano e os julgamentos contra Sonia e Simón Trinidad, escreve Miguel Suárez.

Não lograrão!

[Por Miguel Suárez *]

Em meio a uma crise sem precedentes, onde a cada dia se conhecem novos vínculos entre membros do governo, grupo de narcotraficantes e terroristas paramilitares, o governo de Álvaro Uribe Vélez, com o apoio dos meios de desinformação a serviço da guerra, desatou uma virulenta campanha contra a oposição, à qual qualifica como terroristas de civil, narcotraficantes ou cúmplices de guerrilheiros das Farc-EP.

A campanha se fortaleceu logo após a Corte Suprema de Justiça ordenar ordem de detenção do senador Álvaro Araújo Castro, quem sentenciou que, se vinham por ele, vinham também pelo presidente, ou seja, Álvaro Uribe Vélez.

Álvaro Araujo Castro e seu pai foram detidos dentro do espetáculo conhecido como “a parapolítica”, onde mais de cem políticos, funcionários e senadores uribista terminaram presos, prófugos, acusados ou mencionados por seus vínculos com os narcotraficantes.

Dentro dessa sinistra campanha contra a oposição, Álvaro Uribe Vélez chamou a personagens como Carlos Gavíria, presidente do Pólo Democrático Alternativo; aos senadores Gustavo Petro e Piedad Córdoba, ao representante à Câmara, Wilson Borja; à dirigente do PDA, Gloria Cuartas e ao diretor da Corporación Arco Iris, Leon Valencia, como terroristas de Civil e ao diretor do semanário VOZ e membro do Partido Comunista Colombiano, Carlos Lozano como “cúmplice das FARC”.

Já no ano passado Uribe havia feito acusações similares contra o ex-ministro de Guerra dessa oligarquia Rafael Pardo, a quem acusaram de ter um pacto secreto com as FARC-EP.

Porém, a macarthização da oposição não ficou [só] na Colômbia; através de seus meios de comunicação a serviço da guerra e de seus quartéis policiais chamados embaixadas, se persegue agora a Associação Jaime Pardo Leal, cuja presidenta Cecília Calero foi denominada como uma guerrilheira, segundo o vice-presidente da oligarquia colombiana, Francisco Santos; “filha de um muito alto comandante das FARC-EP” e seus membros como guerrilheiros, segundo um jornalista da mídia a serviço da guerra denominado “Radio La W”.

Mostrando seu servilismo e compromisso com a guerra, um dos jornalistas, sem conhecer sequer Estocolmo, disse que a Associação Jaime Pardo Leal era um escritório de informação das Farc.

Estas denominações e ordens públicas de assassinar, porque, quando eles denominam uma pessoa como guerrilheira, é uma ordem cifrada a seus sicários para matar, deve-se a que a Associação Jaime Pardo Leal, em conjunto com a Associação chilena Victor Jara, a Organização Sueca de Trabalhadores, ABF, e a Rede de Solidariedade com Latinoamérica, Resocal, organizam em Estocolmo um Foro sobre a Colômbia, onde se falará do julgamento contra Simón Trinidad e Sonia, guerrilheiros das FARC extraditados para os Estados Unidos, com os quais, sob montagens, pretendem julgar a esse grupo político alçado em armas.

Para tratar de torpedear o ato, os fascistas colombianos anunciaram que enviarão um “protesto não formal” ao governo sueco, que, segundo o vice-presidente Francisco Santos, acusou o governo deste país de Colômbia ser “facilitador de paz” e na Suécia de “fomentar a guerra”.

Os fascistas colombianos, como de costume e sem mostrar provas e por meio de seus meios de desinformação foram mais longe e disseram que a Associação Jaime Pardo Leal é uma organização de narcotraficantes.

É de ter em conta que o regime fascista colombiano disse haver organizado “100 mil amigos” para realizar as operações que eles lhes ordenem e, dentro deste marco, coordenados desde sua embaixada em Estocolmo se persegue e se faz inteligência a cidadãos suecos e nórdicos em geral, razão pela qual a Associação Jaime Pardo Leal os demandou ante a polícia e muito certamente baseados nas palavras de Francisco Santos, quem afirmou que estavam investigando Cecília Calero, serão de novo demandados, já que realizam ações de espionagem a cidadãos suecos, como é o caso da presidenta da Associação Jaime Pardo Leal.

A Associação Jaime Pardo Leal é uma organização de colombianos exilados políticos da União Patriótica e do Partido Comunista Colombiano, residentes na Suécia e seu objetivo é denunciar as violações dos Direitos Humanos e a situação colombiana em geral.

A perseguição dos exilados políticos tem sido uma constante nos governos da oligarquia colombiana, que, ao não poder assassiná-los nem cooptá-los, quer silenciá-los.

A melhor mostra de solidariedade com a Associação Jaime Pardo Leal é assistir nesta segunda-feira 12 de março ao Foro.

*Diretor da Rádio Café Stéreo
www.ajpl.nu/radio
info@ajpl.nu


Informação sobre o Foro:

Ato de Lançamento da “Campanha européia Free Simón & Sonia” em Estocolmo.

Para os dias 12, 13 e 14 de março em Estocolmo, jornada de solidariedade com Simón Trinidad e Sonia, membros das Farc extraditados para os Estados Unidos pelo governo de Uribe Vélez.

Convidados internacionais de diferentes países intervirão no evento central no dia 12 de março na sede principal da ABF da capital sueca. “O advogado norte-americano Paul Wolf, o médico antropólogo e ex-membro da Comissão de Personalidades no passado processo de paz, Alberto Pinzón”.

Organizam: Associação Jaime Pardo Leal, Associação Victor Jara e Rede de Solidariedade com Latinoamérica, Resocal, com o apoio da ABF.

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