"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


sexta-feira, 30 de março de 2007

A sombra de Laureano

Resta dizer que ANNCOL, agência que funciona na Suécia de maneira aberta e legal, não é a página web das FARC, ainda que reproduza vários de seus documentos e pronunciamentos. Porém para Holguín Sardi, sucessor menor de Laureano (o grande Burundún Burundá de Jorge Zalamea), as coincidências são suficientes para fazer a acusação. Não é a consabida prática macartista dos medíocres no poder, mas o estabelecimento aberto do delito de opinião, como o disse o senador liberal Luis Fernando Velasco no Congresso.


Carlos L. Guillén


[Carlos Lozano Guillén*/Diretor do Semanário Voz]

O Governo Nacional decidiu estabelecer o delito de opinião na Colômbia, como se viu na segunda metade do século passado, em particular nas ditaduras conservadoras de Mariano Ospina Pérez e Laureano Gómez, o que parece repetir-se como realidade durante as duas administrações seguidas de Álvaro Uribe Vélez. Dessas ditaduras, entre outras coisas, é fiel herdeiro o ministro do Interior, Carlos Holguín Sardi, porque é onde está sua fonte ideológica, estreitamente ligada ao nazifascismo da época.

Na atualidade, na Colômbia, transitamos para o mesmo caminho de opróbio. De fato, e sem dar-se conta, assim o reconheceu o ministro Holguín Sardi no debate recente do Senado, porque com sua aguda inteligência e perspicácia encontrou “coincidências” entre os grupos armados insurgentes e os dirigentes do PDA, que julgou suficientes para dizer que são cúmplices da guerrilha. No caso do autor desta coluna, a prova irrefutável de que é “comandante das FARC”, como o assegurou o presidente Uribe Vélez, está em que a ANNCOL, segundo o ministro hinteligente (assim com h), a página web das FARC, reproduz seus artigos, como o faz também com os de María Jimena Duzán, Daniel Samper, Alfredo Molano e outros conotados colunistas da imprensa colombiana.

Resta dizer que ANNCOL, agência que funciona na Suécia de maneira aberta e legal, não é a página web das FARC, ainda que reproduza vários de seus documentos e pronunciamentos. Porém para Holguín Sardi, sucessor menor de Laureano (o grande Burundún Burundá de Jorge Zalamea), as coincidências são suficientes para fazer a acusação. Não é a consabida prática macartista dos medíocres no poder, mas o estabelecimento aberto do delito de opinião, como o disse o senador liberal Luis Fernando Velasco no Congresso.

Também foi pretendido esse silenciamento institucional contra a senadora Piedad Córdoba, porque no México qualificou de ilegítimo o governo de Uribe, eleito com os mesmos votos mal fadados dos congressistas uribistas que estão na cadeia. Assim, em Piedade ficou bem claro que não pode haver dúvidas diante da confrontação com os inimigos da democracia e da justiça social.

O país retorna à época mais terrível de Laureano Gómez, O Monstro, que assolou campos e cidades mediante o terrorismo de Estado, da mão da repressão oficial e dos terríveis pingüins paramilitares dos anos cinqüenta. Isso tudo conhece muito bem Carlos Holguín Sardi, porque é parte da dívida histórica de seu Partido Conservador com os colombianos. Aí está uma das razões principais do conflito, de palpitante atualidade, meio século depois do regime burguês-terrorista colombiano.

*carloslozanogui@etb.net.co


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