Crônica de uma reunião anunciada em Estocolmo
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O encontro, libertade para Simón e Sonia prisioneiros do Império, foi executado como programado, inclusive superando as expectativas. Assistiram importantes personalidades da vida política e intelectual sueca, diretórios de organizações latino-americanas, chilenas, salvadorenhas, nicaragüenses, junto com uma centena de colombianos de carne e osso eu depois de sua exaustiva jornada de trabalho noite adentro, se fizeram presentes no recinto para escutar as declarações do médico Alberto Pinzón Sánchez e do advogado estadunidense Paul Wolf.
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Desde que foi anunciado o evento em solidariedade aos presos do Império em Estocolmo para o dia 12 de Março, a reação imediata do Governo colombiano foi sabotá-lo e tratar “com todas as formas de lutas oficiais” de impedir sua realização. Não houve atitude que deixou de ser tomada. Oral e escrita. Legal e ilegal. Pública e privada: Ameaças asquerosas verbais e escritas através dos famosos fóruns de opinião da imprensa oficial e pela internet.
Calúnias conhecidas do Vice-presidente da Colômbia Francisco Santos contra Cecília Calero a diretora da associação Jaime Pardo Leal. Protesto diplomático ao governo Sueco para impedir a realização do encontro.
O que a ANNCOL chegou a descobrir foi que existiram pressões às ONG´s Diaconía de Suécia, Anistia Internacional capítulo sueco e a Agência Sueca para o Desenvolvimento (ASD) para que não entrevistassem os convidados. Chama a atenção que a Suécia, conhecida por dar suporte aos povos com conflitos internos sangrentos, aceite as mentiras de um governo como o de Uribe Vélez, que chegou ao poder mediante a pressão paramilitar, o assassinato de opositores e a fraude eleitoral eletrônica.
Desqualificação ruim dos participantes. Notícia boa vai, notícia ruim vem. Programação por parte da embaixada colombiana em Estocolmo de um fórum com a cantante Chaquira na mesma hora e não muito longe do encontro, convidando massivamente a desfrutar de sua excitante fixação oral, com o slogan na entrada “Só o que não mente são suas “cadeiras”. Qual foi o resultado?
O encontro, liberdade para Simón e Sonia prisioneiros do Império, ocorreu como o programado, inclusive superando as expectativas. Assistiram importantes personalidades da vida política e intelectual sueca, diretórios de organizações latino-americanas, chilenas, salvadorenhas, nicaragüenses, junto com uma centena de colombianos de carne e osso eu depois de sua exaustiva jornada de trabalho noite adentro, se fizeram presentes no recinto para escutar as declarações do médico Alberto Pinzón Sánchez e do advogado estadunidense Paul Wolf.
Pinzón Sánchez demonstrou com dados históricos como a atual crise do Estado colombiano vem desde quando “outro” Vice-presidente, Francisco Santander, acabou com as medidas anti-coloniais progressistas anti-escravistas e libertadoras de indígenas ditadas pelo Libertador Bolívar, e impôs a violência oficial e a cooptação corrupta do Estado por parte de uma oligarquia latifundiária e financeira apoiada sempre por Washington, como forma de dominação e exploração dos Trabalhadores colombianos, e ressaltou em sua leitura, três acontecimentos históricos que estão nos antecedentes do atual conflito social armado da Colômbia:
- Como os primeiros Paramilitares do Estado chamados “Chulavitas, Pájaros e contra Chusmas”, fizeram sua aparição pouco depois da tomada do governo por Mariano Ospina Pérez (1946), com a finalidade de atacar e expropriar de suas terras os camponeses seguidores de Gaitán. Cerca de 20 anos antes de aparecerem as guerrilhas atuais, e desmentindo a falações “esquecidinhas” de que os paramilitares são posteriores às guerrilhas.
- Como “a combinação de todas as formas de luta do Estado contra as massas” do Povo Trabalhador, praticada desde as 9 guerras civis do Século XIX e as guerras civis do Século XX haviam se consolidaram no começo dos anos 80, quando o cartel de Medellín em pleno apogeu das farturas de López Michelsen e Turbay Ayala, puderam criar impunemente um “braço político” a cargo de Santofimio Botero, que combinava suas formas de luta e extermínio com o “braço armado” comandado por Rodríguez Gacha. E o Cartel de Cali, durante as farturas de César Gaviria e Ernesto Samper, havia formado (com igual finalidade exterminadora) seu “braço político-militar” com a Força Pública, o DEA e os irmãos Castaño, chamados de “os Pepes”.
- Finalmente demonstrou como o atual escândalo do Narco-Para-Uribismo continua reeditando impunemente a experiência da oligarquia dominante “de combinar todas as formas de luta do terrorismo de Estado”, mediante um “braço armado” dirigido pela cúpula Paramilitar de Castaño, Mancuso, Jorge 40 etc, com um “braço político” dirigido pela família Araújo Noguera, coordenada desde a direção da polícia política do DAS, a cargo de Jorge Noguera, amigo pessoal e “pintimo”, do atual presidente Uribe Vélez.
Finalmente o advogado estadunidense Paul Wolf, deixou claro a forma descaradamente política e parcial que assume a absurda justiça de seu país ao julgar e condenar com provas fabricadas, lutadores anti-imperialistas como Sonia e Simón, e informou amplamente sobre as condições sub-humanas de encarceramento a qual estão submetidos esses prisioneiros políticos com o objetivo de acabar com sua vontade de viver.
Assim a audiência pode livremente concluir; a realização insolúvel e essencial que tem o conflito histórico social armado da Colômbia junto com sua Solução Política, com a prisão política injusta e inumana de Simón e Sonia nas masmorras do Império e a necessidade de realizar o intercâmbio humanitário de detidos por causa da guerra, como passo positivo para a definitiva superação democrática e popular desta.
Como qualquer Drácula, essa era a luz que o Narco-Para-Uribismo tratava de evitar de todas as formas. E por isso seu gesto descomposto quando a viu.
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