"A LUTA DE UM POVO, UM POVO EM LUTA!"

Agência de Notícias Nova Colômbia (em espanhol)

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A violência do Governo Colombiano não soluciona os problemas do Povo, especialmente os problemas dos camponeses.

Pelo contrário, os agrava.


quinta-feira, 22 de março de 2007

Raros são os revolucionários que me inspiram respeito como as FARC

O jornalista e pensador comunista de Portugal Miguel Urbano Rodrigues esteve no México para participar do XI Seminário Os Partidos e uma Nova Sociedade que organiza ano após ano o Partido dos Trabalhadores. O revolucionário português também participou do 1º Encontro Nacional de Solidariedade com as Lutas do Povo Colombiano para ditar uma magna conferência inaugural no solidário evento, por ABP.


Comandante em chefe das FARC-EP.


[Por Agencia Bolivariana de Prensa (ABP), México]

ABP: Que impressão deixa a realização do 1º Encontro Nacional de Solidariedade com as Lutas do Povo Colombiano no México?

Miguel Urbano (MU): Bem, eu só tive a oportunidade de estar presente ao começo com Narciso Isa Conde, mas o programa, a organização das mesas e a convocatória, me pareceu um encontro, além de justo e oportuno, muito bem organizado.

Eu disse ontem e repito, eu estive em dois Encontros Internacionais e esse que é um encontro nacional, e organizado por jovens majoritariamente, me impressionou.

Não tive a oportunidade de participar dos debates, mas posso destacar a necessidade de que se repitam encontros a nível internacional. Os companheiros de El Salvador me disseram que estão tratando de organizar o 3º Encontro Internacional (de Solidariedade e pela Paz na Colômbia e América Latina), que (no ano de 2003) estava programado para acontecer na Nicarágua e não aconteceu.

Nesse momento é necessário – quando é mais violenta a campanha de calúnias contra as FARC – lutar contra a manipulação e a perversão da informação; essa é uma tarefa absolutamente prioritária.

Eu chamei a atenção para como é difícil organizar a solidariedade com o povo colombiano, as pessoas tem medo, é como dizia Lênin, a ideologia da classe dominante marca decisivamente o conjunto da sociedade, e até pessoas progressistas são influenciadas negativamente, perturbadas pelas calúnias como aquela da “guerrilha do narcotráfico”... como havia dito, raras são as vezes que encontrei revolucionários que me inspirem mais respeito como os que conheci nas FARC-EP, desde os Comandantes e integrantes do Secretariado até os guerrilheiros que são camponeses, gente humilde. Eu tenho uma opinião extremamente favorável das FARC, creio que o único precedente que existe de heroísmo é a do povo do Vietnã em sua luta contra o império que acabou sendo escurraçado. Acredito, como disse ontem, que as FARC estão lutando não só pela Colômbia e pela América Latina, mas sim por toda a humanidade, em um momento de crise global, contra um sistema monstruoso e neonazista como é o dos Estados Unidos. A política externa dos EUA é neonazista, as forças armadas norte-americanas tem cometido crimes comparáveis aos da GESTAPO.

Eu me lembro que no Afeganistão cortavam as línguas dos prisioneiros na presença de oficiais superiores dos Estados Unidos, e todos conhecem o que é a prisão de Abu Gharaib no Iraque.

Os Estados Unidos enganam com sua imagem de sociedade democrática quando na realidade é uma cruel ditadura da burguesia de extrema direita e neonazista, que é um sistema que se transformou no pior inimigo da humanidade.

ABP: Sabemos que você é um grande amigo de Ricardo González (Rodrigo Granda) hoje preso na Colômbia depois de ter sido seqüestrado em Caracas, Venezuela pelo regime de Uribe. Recentemente os prisioneiros de guerra das FARC-EP, denunciaram que o paramilitarismo de Uribe pretende assassina-lo. Que opinião você tem sobre isso?

MU: De Uribe se pode esperar tudo, esses tipos de crimes em que dizem de um dia pro outro que se suicidou, que se matou, é possível e como Ricardo é um inimigo do regime da oligarquia colombiana, não se pode descartar esta hipótese. Mas ao mesmo tempo acredito que com o descrédito que tem o governo de Uribe, ele tem que pensar duas vezes, porque a reação contra o governo seria impossível de ser contida.

Tem que pensar duas vezes, inclusive os regimes fascistas, você lembra que não mataram Dimitrov, pois o preço que pagariam seria maior, não é a mesma coisa que morrer na prisão que..... é diferente.

Eu repito (Ricardo) é uma das figuras revolucionárias mais maravilhosas que já encontrei na vida, um amigo fraterno de Ricardo González como o chamava sempre, gosto dele como um irmão.

ABP: Muito obrigado.

MU: De nada companheiro.

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